Julio
Eu realmente espero que aquelas cicatrizes não sejam o que estou pensando, eu preciso saber o que aconteceu, quando ele me viu parecia um animal assustado pego em flagrante, vou atrás dele, ele está escondendo a cara de choro enquanto veste uma camiseta qualquer, se vira pra mim e sinto que ele precisa ficar sozinho, mas tenho que insistir, vou até ele, o abraço com força, sinto seus braços me envolverem devagar, tiro seu cabelo do pescoço e começo a beijá-lo, eu queria começar diferente, mas acho que agora tenho que provar o quanto o desejo com ou sem marcas, ouço seu suspiro, vou subindo, distribuindo beijos lentos pelo seu rosto, beijo o canto da sua boca e aguardo, não vou força-lo a nada, ele me beija com medo e eu respondo com fome, sua boca é levemente carnuda, não resisto e começo a mordiscá-la, sinto que ele se rende, entro com minhas mãos sob sua camiseta, o estimulo como posso, aperto seu mamilo o incitando, ele geme em minha boca, deixo qualquer pensamento de lado, sigo apenas meus instintos, que agora gritam para que eu aperte sua bunda enquanto roço nossos paus duros escondidos pelos tecidos das roupas.
Ouço o interfone tocar, droga me esqueci da comida, vou soltando ele aos poucos e voltando para a realidade, o deixo sentado na cama enquanto vou atender e mandar o cara subir. Coloco as caixinhas na mesinha da sala e algumas almofadas no chão para sentarmos, volto ao quarto para busca-lo e o encontro na mesma posição, como se estivesse em transe, o chamo e vamos comer, quando abro as caixinhas sinceramente acho linda a arrumação, os filés de salmão, o arroz com pontinhos pretos, mas não faço ideia se isso é gostoso, ele coloca o shoyu em um potinho, pega os palitinhos e começa a comer em silencio, para quebrar o clima peço ajuda, não sei segurar o hashi.
Ele me ensina mas continua distante, não gosto disso, tento puxar conversa mas ele mal responde. Tento comer, pego um sem saber o que é, molho no shoyu e levo a boca, esquisito, mastigo um pouco e engulo, vou tentar mais um, eca, esse negócio é horrível, não estou nem conseguindo mastigar, quem dirá engolir, forço mais um pouco e engulo esse negócio, não consigo comer mais; estou com fome, passo a comer a decoração do prato, folhas de alface, cenoura ralada, pepino picado. Ainda sinto fome e não tem mais salada pra comer, tento pegar um filé de salmão, ainda é ruim mas consigo comer, fico só comendo isso, o Leandro parece amar esse tipo de comida, faz barulhos do tipo hummm, o tempo inteiro, deixo ele comendo e resolvo zapiar a geladeira, santas crianças, tem Danoninho, vai isso mesmo, tomo uns dois potinhos e volto pra sala. Ele ainda está comendo e parece nem ter me visto. Estou ficando angustiado até que não resisto
- Leandro, será que você pode falar comigo e parar de fingir que não estou aqui ou que não estávamos nos beijando até agora a pouco?
Leandro
Ele saiu do quarto, mas espera, ele me beijou, eu senti o seu pau duro contra mim, espera, ele é gay? Se interessou por mim? Quando vejo ele já está de volta me chamando pra comer, me pede para ensiná-lo, o falta de educação, ele disse que nunca tinha comido, como saberia usar o hashi? O ensinei mas continuei distante, lembrando do gosto daquela boca fina escondida atrás de uma barba cheia, aqueles olhos negros me mostravam seu desejo, ainda assim percebi que ele odiou a comida, ficou apenas no enfeite do prato e quando voltou da cozinha esqueceu de limpar a barba que estava rosa de iogurte, senti que ele estava agoniado, achei que tivesse se arrependido, até que me surpreendeu com a pergunta
- Leandro, será que você pode falar comigo e parar de fingir que não estou aqui ou que não estávamos nos beijando até agora a pouco?
- Desculpa, mas é que não entendo
- Não entende o que criatura?
- Muitas coisas, primeiro, sempre achei que fosse hétero, segundo, você viu, como pode me beijar? terceiro, pq a mim? Quarto, nem sei mais o que pensar
- Tudo isso se resume a uma coisa, eu gosto de você seu tonto, essa viagem foi armada para que você não fugisse de mim como sempre, só pq sou discreto não significa que eu não seja gay, aliás, sou bissexual, mas desde que te vi não consegui querer outra pessoa, suas cicatrizes não me importam, você é lindo, extrovertido, amoroso, porra! será que dá pra entender que eu te quero?
- Julio, eu também te quero, a muito tempo também
- Então dá uma chance para nós, pare de fugir
- Eu não estou mais fugindo agora – quer saber, se eu me arrepender vai ser de ter tentado, vou pra cima dele e começo a beijar, hoje não é sexo, é o prazer, a companhia, ficamos nos beijando, nos sentindo até a hora que vamos dormir, ele pede pra dormir comigo – apenas dormir – e eu aceito, como somos do mesmo tamanho a conchinha fica estranha, prefiro deitar no peito dele e assim adormecemos.
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Recomeçar
רומנטיקהLeandro já sentiu o ódio simplesmente por ser quem é Júlio teve sua vida virada do avesso Ambos tiveram seus recomeços sozinhos Mas não precisa ser assim para sempre