Coração de papel

A salvação

Cada passo dado por mim pesava cada vez mais, uma dor insuportável surgia de dentro de mim, a garotinha parecia não entender mas eu não podia mas carregar ela, eu larguei ela num sofá que estava na rua William, que era dois quarteirões antes do orfanato, eu estava com uma sensação nunca sentida antes, era um vazio por dentro, eu fui correndo para o orfanato, e vi a Gabi na janela, ela estava me esperando, Eu sobi nas carreiras, fui pro quarto ainda traumatizada e abracei a Gabi bem apertado, olhei pro chão e a Gabi ainda estava na cadeira de rodas, ela tinha ficado sem o movimento das pernas, eu chorei porque nós duas sofremos, e eu não queria que a Gabi tivesse sofrido, com meus corações aos pedacinhos falei pra Gabi tudo o que eu sofri, ela disse que eu fui muito corajosa, ela tentou segurar o choro, mas não deu, estávamos muito cansadas, eu levei a Gabi pra minha cama e dormimos juntas como alguns tempos atrás, a Gabi ronca muito, credo, não consigo dormir direito, até que escuto 3 batidinhas na janela do quarto e um longo suspiro, penso logo quem será? ; Fiquei com medo de me levantar, até que as batidas insistiram, o suspiro ficava cada vez mais forte, e eu ficava cada vez mais com medo, abri a janela lentamente e logo gritei profundamente, o sujeito me puxou pela camisa e calou minha boca com um esparadrapo, tentei correr mas eu estava presa a uma corda, tentei falar mas minha respiração pesava, olhei para sua máscara sombria e vi um olho surreal, que mostravam a mim seus profundos sentimentos, ele me colocou de novo na garagem do carro, eu não sabia quem era ele e nem o que queria, só estava muito assustada, eu só queria a Alice, pensava nela a cada segundo, até que consegui tirar o esparadrapo da minha boca, e adivinha quem estava lá na rua! a Alice, gritei com todas as forças, me ajuda, mãe! Ela se virou e me viu na garagem do carro, logo se desesperou, ela correu atrás do carro, e sacodiu o tijolo que estava no meio da estrada e foi assim quebrou o vidro, e pegou a Anna em seus braços! E chorando falou, filha me desculpa, eu nunca mais vou te deixar! Te amo mãe(falei emocionada)! Eu também filha(a Alice falou acariciando meus cabelos).