Capitulo 17

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Kaue

-E você acha que eu me importo com isso Amora, não vai ser por isso que eu vou te abandonar, eu te amo porra.

Quando o Antônio me mandou aquele arquivo e eu li todas aquelas coisas meu coração quase se partiu, como uma menina tão linda, tão doce, delicada, pode ter sofrido tanto, eu quero ter o prazer de encontrar esse Guilherme e mata- lo com as minhas próprias mãos, a Amora me olhou chorando e eu saí de casa, não podia ficar ali com ela, eu sei que ela sofreu muito, mas ela devia ter me contado.

-O que aconteceu com você Kaue? Nunca te vi assim.

-Lê isso aqui e conversa com a sua filha, ela precisa de alguém agora, mas ela não confia em mim.

-O que tem aqui é tão grave assim?

-Um pouco, mas o que mais me machucou foi ter que investigar para descobrir, porque sua filha não é capaz de confiar em mim e nem de me amar.

-Kaue!

Escutei ela me chamar e montei na minha moto e sai, eu sei que eu estou sendo muito duro com ela, mas eu amo essa mulher com todas as minhas forças e ela não me ama e isso me mata, espero que a Jasmim saiba conversa com ela, se bem que do jeito que eu conheço a Jasmim ela deve está tramando um jeito de matar o Guilherme, a Amora não tem o mesmo sangue que a Jasmim, mas é como se tivesse.

Parei na praia e me sentei, estou tão perdido, decidi ligar pro DG, ele sempre me ajudou.

-Fala moleque!

-Preciso de ajuda!

-O que foi Kaue? Onde você está

- Eu estou na praia, a Amora padrinho, eu não sei o que eu faço com essa...

Olhei em volta e vi que tinha dois caras me encarando e vindo à minha direção, droga!

-DG eles fizeram uma emboscada.

-Sai daí agora Kaue!

Sai correndo e montei na minha moto e corri, vi pelo retrovisor que tinha dois carros me seguindo, duas quadras antes do Alemão um carro me fechou e eu tive que parar.

-Fica parado moleque, senão você morre aqui mesmo.

Desci da moto e eles me deram uma coronhada, a única coisa que eu consigo pensar é na minha morena.

Amora

Vi ele conversando com a minha mãe e tentei chamá-lo, mas ele correu, minha mãe me olhou e veio até mim me abraçando.

-Você vai me contar o que aconteceu ou eu vou ter que ler isso aqui?

-Me desculpa mãe.

-Vamos entrar e você vai me contar tudo.

Nós entramos e eu contei tudo a minha mãe, contei sobre a gravidez, sobre o aborto e a depressão logo após e a doença que não me permite ter filhos.

-Eu vou matar o Guilherme, que droga de mania é essa de me esconder às coisas, porque você não me contou nada?

O telefone dela tocava, mas ela ignorou e voltou a me encarar.

-Você estava com os gêmeos e as meninas, eu não queria te trazer mais problemas.

-Amora você também é minha filha.

-Jasmim!

O DG entrou com o meu pai e ambos estavam nervosos.

-Porque você não atende essa merda flor?

-Porque eu estou ocupada Thiago, o que aconteceu que vocês dois estão assim?

O DG estava tremendo e eu senti um calafrio percorrer a minha espinha, não podia ser o que eu estava pensando.

-Kaue.

Todos me olharam e eu vi meu pai e o DG se olharem.

-O que aconteceu?

-Acabaram de pegar o Kaue, duas quadras antes de entrar no Alemão, ele estava na praia conversando comigo e viu que tinha caído em uma emboscada, eu acho que ele estava no lugar errado na hora errada.

-Mãe!

Olhei pra minha mãe pedindo socorro.

-Nós vamos encontrar ele Amora.

Nós saímos e fomos em direção ao Alemão. Doze horas sem o Kaue, nós já rodamos tudo, interrogamos todos que estavam perto do Alemão, mas ninguém sabe de nada, minha mãe não faz a menor ideia de quem esteja por trás desse sequestro.

-Filha vai dormir.

-Eu não consigo mãe.

-Vem que eu vou te dar um remédio, o seu pai sempre me dá quando eu preciso dormir em situações como essa.

-Você já passou por isso muitas vezes, não foi?

-Deus me livre, se eu for contar nos dedos, falta dedo, quando o Júnior, Carla e a Talita ainda eram bebê um ex-namorado meu sequestrou eles, isso foi só o começo, fora os meus sequestros, quem tem essa vida, não vive em paz meu amor, todos os dias nós estamos correndo perigo, que por sinal não são poucos.

Eu sei que a minha mãe e o meu pai passaram por maus bocados.

-Então vamos tomar esse remédio logo, eu preciso está acordada quando o Kaue voltar, eu preciso pedir perdão, eu não vivo sem aquele idiota.

Eu e minha mãe fomos para o meu quarto, coloquei uma roupa confortável e me deitei.

-Bebe isso aqui.

Minha mãe me entregou o remédio e um copo d'água, uns vinte minutos depois o remédio já estava fazendo efeito e eu comecei a sentir meu corpo ficar cansado e as minhas pálpebras ficaram pesadas, mas antes de dormi eu não pude evitar pensar no meu príncipe de tatuagem, todo esse tempo eu neguei com todas as minhas forças o amor que eu sentia por ele com medo de sofrer de novo como aconteceu com o Guilherme, mas agora com o Kaue em perigo, eu não posso mais esconder, eu amo aquele homem e eu vou mover montanhas, céus, e mares para tirar ele de onde for que ele estiver, nem que isso custe a minha vida, sempre ouvi minha mãe falar que o mal do ser humano é só dar valor quando perde e foi exatamente o que aconteceu comigo, mesmo tendo visto minha mãe sofrer tudo aquilo com meu pai, não dei valor ao amor do Kaue e agora pode ser tarde demais.

"Se o coração não está em paz, tente de novo.".

A DAMA- RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora