° Capítulo 3 °

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Duas semanas já se passaram desde que assumi o morro, confesso que não é fácil, mas com o Bruno e a Aline do meu lado, tá sendo mais tranquilo. Muitos moradores estou gostando de ver o que estou fazendo no morro, pintando algumas casas que precisam, limpando as ruas. Na cabeça das pessoas um complexo é todo sujo e acabado, mas comigo aqui, tudo vai mudar e aqui vai ser um lugar bom de se morar.
  Coloquei dois seguranças na entrada da boca pra revistar cada um que entra naquele lugar, construí um espaço aberto aqui do lado bem simples, mas pra quem quiser fumar em paz. Tive uma ideia mirabolante mas que vai beneficiar muita gente, chamei o Bruno na minha sala e logo ele apareceu.

- É o seguinte, tu vai mandar alguns vapores passar de casa em casa, as que forem mais precisas e acabadas, fazer uma reforma, sem cobrar do morador, pra dar aquela ajuda mesmo. Ah e sabe aquela casa em frente a minha, agora é tua, morar  em um barraco de dois cômodos deve ser tenso demais, tem que tem pelo menos um espacinho pra ter um quarto separado.

- Pô patroa, que isso mano, precisava disso não. Valeu mesmo, mas vou pagar tudo certinho, tu vai ver. Sobre as casas achei uma ideia maneira, seu pai sempre ajudou, mas não dessa forma, acho que os moradores vão curtir. Patroa, se me permite, eu estava pensando a um tempo já e planejando com teu pai, fazer mais duas ONG's espalhada no Alemão, com umas paradas top para os moradores.

- Deixo isso nas suas mãos, só não sai do orçamento mensal, se não vai quebrar a gente. Depois só me fala se organizou tudo certinho e me entrega os papéis de compra e tudo mais.

Ele assente e sai dali já com o telefone em mãos para poder construir as ONG's o mais rápido possível. Não sei da sua história de vida, mas sei que ele passou muita necessidade quando mais novo, dai que vem a vontade de ajudar o próximo, para outras crianças não passarem o mesmo que ele e não precisarem entrar na vida do crime. Resolvo ir na sala da Aly, deixei ela na contabilidade do morro já que a mesma é formada no curso, não teria ninguém melhor que ela pra cuidar dessa parte. Quando entro em sua sala me assusto ao ver a mesma sorrindo para os papéis em suas mãos e na mesa, assim que me vê ela começa a falar.

- Amiga, desde que você chegou tudo tem melhorado ainda mais, as dívidas estão praticamente todas pagas, aquelas baixinhas que você pediu pra quitar e não cobrar mais eu já fiz. Tem policial fazendo ronda no morro. Até as brigas pra ter lugar onde fumar em paz estão diminuindo.

- Bom demais amiga, é só saber como gerenciar e ter ordem, uma coisa que aprendi quando fiz direito. Ser firme e educada é a chave pra tudo e saiba sempre em quem confiar. Mas agora tenho uma novidade pra tu.

- Verdade Tata, mas fala ai, o que é?

- Mandei reformar as casas que mais precisam e mais duas ONG's vão ser construídas pelo morro, com várias atividades.

- Ta certinha mana, colocando ordem em tudo e colocando as pessoas sempre antes de você.

Sai dali e coloquei a minha glock no coldre da perna e subi na moto, não da pra ficar andando de carro pra cima e pra baixo aqui no morro não. Logo a frente vi um tumulto de gente e já fui parando a moto, desci com a arma na mão e fui em direção aos gritos e me deu ódio a cena que que vi. Um homem batendo em uma mulher. Dei logo foi um tiro pra cima e ele parou pra me olhar.

- O que estava acontecendo aqui? Pode me explicar?

- Ele entrou na minha casa e queria me estuprar, sai correndo de casa mas ele conseguiu me alcançar e começou a me bater, eu nunca vi esse homem na minha vida.

- Você tem que me dar o que eu quero, você nasceu para ser submissa ao homem e satisfazer o desejo deles, uma prostituta igual a todas as mulheres desse morro.

Parei e fiquei pensando no que aquele homem asqueroso disse na minha frente. Eu escutei isso mesmo? A fala mais escrota e nojenta da face da terra.  Peço para os seguranças segurarem ele com força e me aproximo dele, sentindo seu cheiro de cachaça.

- Nunca, jamais, levante a mão para uma mulher. Você não vive no século passado para achar que mulher deve servir ao homem, ela é livre pra ser e fazer o que ela quiser. E isso vale para todos os homens e para as mulheres também, não é porque é mulher que pode bater no homem não, se eu ficar sabendo de agressão aqui, o trem vai ficar feio. 

Mando levarem ele para um clínica de reabilitação e colocar tudo em meu nome, esse homem é louco e precisa de tratamento. Chego em casa e vou direto para o banho, preciso descansar um pouco, as pessoas me cansam. Peço uma pizza média e uma coca cola de 1 litro. Amanha vou fazer algumas tatuagens que eu vi na internet e achei lindas, já tenho algumas e estava doida para fazer outras. Logo adormeço em minha cama após comer a pizza toda sozinha e me afundo em sonhos sem nexo.


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Deixem o votinho ai vai, me incentiva a continuar editando para vocês.

Com amor, Bella!

Ágata (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora