° Capítulo 11 °

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Já tinha se passado um mês desde a morte do Matarindo, e quase um ano que eu voltei. Bruno me ligou pedindo pra conversar comigo e eu aceitei, marcamos 20:30 pra ele passar aqui em casa, dizendo ele que queria me levar em um lugar especial. 
  As 20:30 em ponto ele buzinou e eu sai trancando a casa, entrei no carro dele e dei um selinho em seus lábios e me ajeitei no banco.

- Ual, tá gatona ein.

- Você ta bonitinho- falo zuando ao seu lado enquanto ele arranca com o carro.

Chegamos ao lugar e noto que é um parque bem afastado do Alemão, levamos quase 1 hora pra chegar aqui. Nunca havia vindo aqui, é lindo. Encosto minha cabeça no ombro do Bruno e ficamos ali observando o parque, agora vazio, com uma brisa boa e fresca.

- É o seguinte. Minha mãe apareceu, quer dizer, eu ainda não vi ela, mas me falaram que ela voltou e que ela teve uma filha que é 4 anos mais nova que eu. Eu não sei o que fazer, estou com raiva por ela ter me abandonado e meu tio ter me criado  mas também quero entender o motivo disso tudo.

- Pensa com calma, não faz nada por impulso. Se você quer ir atrás dela, é o seu direito, mas se não quiser você não vai ser a pior pessoa do mundo por não querer ver a mãe. Mas acima de tudo isso, saiba que eu aqui e que pode contar comigo sempre.

- Princesa, desde quando você chegou no morro tudo mudou, saca? As pessoas te respeitam mais, seu pai era um ótimo chefe, mas você tá conseguindo superar ele viu.

- Eu vou te confessar que eu nunca quis ser dona do morro, na Noruega eu era advogada reconhecida e muitos queriam que eu defendesse eles em seus processos judiciais, eu ganhava bem e vivia bem, mas quando meus pais morreram foi como se tudo tivesse evaporado, me subiu uma sede de vingança que você não tem noção. As pessoas me subestimam demais, sem nem ao menos saber do que eu sou capaz.

- Ui advogada, mas vamos mudar de assunto.

- Vamos sim, porque se não daqui a pouco eu choro por lembrar dos meus pais. Mas diz ai, porque tu não namora?

-Não acho que seja o momento certo sabe. Tem que namorar com quem a gente gosta de verdade e não namorar só pra ter esse status. Vai além disso, é um sentimento que deve ser valorizado, saca?  Mas e você patroinha, porque não namora?

- Não é o momento. Tenho muita coisa para me preocupar agora, então deixa esse tópico no final da minha lista.

Ficamos ali conversando e curtindo o momento até que meu celular vibra indicando uma nova mensagem, Maju.

"A sub do vidigal tá na praça principal do asfalto, não sei se você vai chegar a tempo, mas consegui tirar uma foto dela. Vou te mandar."

Espero a foto e me surpreendo com quem é, eu nunca imaginei que ela fosse capaz de fazer isso, sei que me odeia, mas ao ponto de matar meus pais? Isso é cruel até para ela. Mas já que ela quer jogar baixo, então vamos lá.
  Volto para o morro com o Bruno em meio a risadas e cantorias, mas a imagem não sai da minha cabeça, eu vou matar ela da mesma forma que matou meus pais.


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Deixem o votinho ai, vai.

Com amor, Bella

Ágata (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora