《Criminal》|TaeKook

《Twelve》

Jungkook não sabia se aproximava-se, saia correndo ou entrava no beco de vão escuro.
O garoto ferido olhava para si com o semblante deveras assustado e sem rumo; era a primeira vez que presenciava alguém com ar tão sobrepotente e sarcástico, visivelmente vulnerável e desconcertado.

Sentia o peso das orbes castanhas dele pedindo ajuda mesmo que silenciosamente.
O vento gelado batia em contraste com as têmporas quentes dos garotos pela adrenalina drenando em ambos, e de conjunto deixava os cabelos negrumes de Jeon mais bagunçados que seus pensamentos.

O Kim havia-o salvo uma vez, certo? E quem sabe se depois de devolver o favor na mesma moeda ele deixe de atormenta-lo?
Não era hora de pensar nas recompensas ou o que ele fez pra merecer ajuda, e Jeon realmente não havia pensado nisso; apenas ousou em correr até o moreno machucado.
Mesmo que seu coração estivesse a ponto de sofrer um ataque, mesmo sentindo os seus vasos sanguíneos se dilatarem e a sua pressão arterial elevando-se, não deixaria Taehyung só, muito menos em tal estado encontrado.

Claro que o castanho devia ter seus motivos para ter sido acertado, mas Jeon não queria saber destes. Mesmo em pouco tempo de convivência e o Kim sendo um pé no saco dele, não nega que já desenvolvia algo por ele; além de raiva - afinal, mesmo vivendo entre brigas, os não tão muitos mas também não poucos encontros despreparados os aproximavam lentamente.

Desnorteado, Jungkook se aproximou dele e sorriu fracamente em meio a situação toda, como se dizesse involuntariamente um "Eu estou aqui, vou te ajudar". Recebeu um sorriso sôfrego de volta e, de fato, era isso mesmo que o moreno gostaria de dizer enquanto segurou o braço do outro com cuidado mas agilmente. Porém, antes de ter a oportunidade de poder fazer algo para ajudar-lo, escutou uma voz rouca e alerta surgir por detrás de si enquanto passava um dos braços do Kim sobre seus ombros.

- Larga ele. - O desconhecido pediu, ou melhor, impôs. E ao invés de fazer o mandado, o lado teimoso de Jungkook sempre mantém o controle do mesmo; ignorando quem tenta lhe impor ordens de maneira autoritária.
Apenas virou a cabeça de lado e olhou por cima dos ombros o mandante.

Metade da face do rapaz estava coberta por uma touca escura da blusa de frio qual só deixava a boca visível, e também enxergara umas tatuagens em seu pescoço, como também viu mais dois encapuzados por trás do maior.

Tornou a olhar pra frente sem responder-lo com atos ou palavras, sabia que estava brincando com sua vida, mas a teimosia e a determinação de sempre fazia com que a racionalidade fosse uma voz muda.

- Jeon, me solta - Após um suspiro pesado e um fechar de olhos forte, indicando dores, o Kim sussurrou num tom audível. A perna do mesmo ferida por um tiro calejava e ameaçava deixar-lo cair hora ou outra; mas isso não chegava a ocorrer graças ao apoio de Jungkook e a mão do mesmo em sua cintura.

- Não, você vai morrer se eu te deixar assim. - O mais novo continuou invicto, olhando para frente ignorando que tinha três marginais atrás deles.

- Se eu morrer, a culpa vai ser minha e.. - O Kim grunhiu de dor, levando sua mão vaga a perna dolorida: - Eu escolhi esse caminho. Você não, você não pode entrar nisso por piedade. E eu odeio piedade, de mim mais ainda. - Tentava falar firme, sem que o estado qual se encontrava o interrompesse.

- Não é piedade - Jungkook mentiu; - É uma troca. Você não deixou me matarem, não vou deixar..- Foi interrompido ao sentir uma mão alheia puxando o braço do Kim para trás, e antes que pudesse fazer algo, escutou o baque do corpo do castanho no chão graças a perna machucada; qual o impedia de manter-se sustentado.
Olhou para trás um tanto quanto assustado, alternando lentamente o olhar ao garoto no chão e aos três outros andando em sua própria direção.

- Mandei você soltar ele, não foi? - Praticamente gritou o "líder" do trio, empurrando Jungkook pelos ombros para trás, visivelmente o intimidando ao andar para frente e apenas encurralar-lo.

A voz do moreno limitou-se a parar em sua garganta; fazendo-o ficar mudo pelo medo. Claro que desejava rebater com outras palavras ou até mesmo já partir para a ação; seu corpo não é fraco, teria chances de ganho. Isso se não fossem três contra um.

- Você não deveria se intrometer, Jeon. Ah, ou pensou que não que não escutei seus cochichos com o filho da puta ali? - Riu sarcástico. - Achou que eu ia te ignorar como me ignorou? - Parou de rir e olhou com raiva para o menor, bufando em tom de ódio.

Jungkook sentiu o material gélido e escutou o som do portão de bar chocar-se atrás de si.
Sem saídas.

Seu pescoço também não deixou de ser prensado pela mão ríspida do homem de face coberta. Fechou os olhos e limitou-se a um suspiro diante da situação que aparentava irremediante. Seus pensamentos embaraçados e confusos só conseguiam pedir por misericórdia a seres divinos, enquanto ao mesmo tempo preocupava-se indiretamente com o Kim, e também questionava-se se sairia vivo desta também.

Porém um som de arma, mais especificadamente a trava de segurança e o cilindro sendo liberados, chamaram a atenção e os olhares se dirigiram à provável pistola a ser carregada; esta qual se encontrava nas mãos do Kim ainda no chão, fazendo força para ficar medianamente sentado com o apoio de um dos braços.
A arma apontada na cabeça do maior qual segurava Jeon, ameaçava ser disparada a qualquer momento pelas mãos trêmulas de Taehyung.

- Guarde seu brinquedo para depois. - O alvo da mira disse frio, duvidando da capacidade do castanho; - Você não mata nem uma mosca, não tem coragem de usar isso. - Continuou, soltando o pescoço do moreno prensado em um portão fechado de bar e virando-se para Taehyung com um sorriso sacana.

- Duvido que me mate, além disso, são três contra você e esse imbecil que nem fugir sabe. - Riu de maneira sarcástica enquanto caminhava a passos lentos até Taehyung. Jungkook permanecia estático, sua mente não arranjava soluções para salvar o Kim do provável espanco que teria que presenciar.

Em um forte piscar de olhos, desejando que tudo não passasse de um pesadelo, olhou ao redor e se sentiu mais confuso ainda - ao presenciar outro garoto sem ser os que estavam ali, andando em passos calculados até o Kim no chão.

- Nam.. - Taehyung arqueou as sobrancelhas, ao olhar o garoto que surgira e ficou a seu lado de pé. Este qual, encarava o homem que estava prestes a bater no Kim, visivelmente metralhando-o se  possível com o olhar.

O semblante furioso do mesmo fez com que o agressor desse um ou dois passos para trás, o que fez Jeon suspirar em alívio. O moreno -agora esquecido- qual ainda permanecia encostado no portão qual havia sido prensado, pensou em fugir; porém não colocou tais pensamentos em prática, e nem ele mesmo sabia porquê.

- Ele não tem coragem - O renomado "Nam" pelo castanho disse, rispidamente; - Mas eu tenho. - Continuou, agarrando a arma das mãos trêmulas de Taehyung e mantendo a mira ao homem a frente.

O garoto de face medianamente escondida, praticamente rosnou em fúria. Olhou para os lados, em busca de seus outros dois parceiros quais o acompanhava de início; porém não os encontrou. Levou o olhar então à arma qual era-lhe apontado, e caminhou o visar a face de Taehyung.

- Você tá' fudido, Kim Taehyung. - Grunhiu, antes de sair correndo na direção contrária do beco qual surgira, percebendo sua derrota; porém anunciou revanche ao Kim antecipadamente.

Namjoon, já abaixando a arma em mãos junto a um suspiro, se agaixou ao lado do castanho.

- Se cuida. - Colocou a arma na mão de Taehyung novamente, e então olhou para o julgado Jeongguk por si próprio.

- E você, cuide dele. - Disse num suspiro, sem ter outra escapativa; não gostava de Jeongguk.
Não gostava dele, muito menos da ajuda dele por estar sem escolha.
Não gosta de ter que deixar Taehyung a mercê do jornalista, afinal; a gangue está em perigo.
Jeongguk não é confiável.

xXx