《Criminal》|TaeKook

twenty one

-Já voltou, Tae? - Jimin, deitado no sofá, olhou para o castanho, enquanto o rapaz abria a porta. Comendo um pedaço de pizza enquanto mantém sua cabeça inclinada nas almofadas, logo vê Jungkook entrando em seguida.

- Uau, era um encontro combinado e não me contaram? - O Park sorriu pretensioso.

Durante a manhã e o início de tarde, Taehyung e Jimin ficaram se fazendo companhia, junto de Yoongi. Com a facilidade que o Kim tem de fazer amizades e tornar o ar agradável, Jimin diria que não falta muito para se tornarem bons amigos. Entre brincadeiras e piadas sem fundamentos, ambos já atravessaram a barreira daquele momento chato quando se conhece alguém novo.

- Jamais! - Jungkook pronunciou, e Taehyung riu, pegando um pedaço da pizza na mesa central da sala. Na televisão passava algum filme romântico e de ação:

- Ele não quer admitir. Não conte para ninguém. - Tae brincou, recebendo um leve tapa no ombro após Jk passar por ele, sem deixar conter uma risada que escapou.

Apesar de tudo e da maneira que o Kim brinca, que é até -em certo ângulo- divertido, Jeon realmente se sente melancólico. Deveria estar feliz por ter conseguido os papéis para ajudar Taehyung, recuperado a moto. Mas de qualquer jeito, se sentia triste por estar confuso.

Enquanto os outros dois rapazes conversavam na sala, não tardou em ir até o quarto e simplesmente fechar a porta. Tirou seus trajes pesados, como o sobretudo e sua bolsa, e enfim se jogou na cama.

Não precisou muito para sua consciência o atacar, ao mesmo tempo que o quarto escuro, iluminado por luzes fracas da noite, fazia-o fitar o vazio do teto branco. Jungkook realmente não gosta de ter tempo para isso - não que ele tenha. Porém, muitas coisas estavam se acumulando em sua mente, uma hora tinha que parar pra refletir e deixar suas coisas de lado.

Está tudo uma montanha; Taehyung, seu pai, seu emprego, o fato de que ninguém além de si mesmo sabe a verdadeira face do Kim, suas sensações constantes de estar sendo observado.

Para si, Jungkook sempre preferiu escolher os lados certos e bons das coisas, e Tae realmente atropela todos esses conceitos. Além de que ainda não confia 100% nele.

É muito relativo isso tudo. Às vezes, o moreno realmente vê que Taehyung é uma pessoa boa. Mas em certos momentos, ele se questiona sobre tudo nele. Na verdade, Jungkook reconhece e admite estar com medo do desconhecido.

Sabendo sobre quem o Kim é, e ainda mais na situação que se conheceram, é difícil ter credibilidade na palavra do rapaz. Mas Jeon quer acreditar nele, ele deseja isso. Lembrar de que ele o salvou num momento crucial, lembrar que de alguma maneira a vida é mais leve com a presença dele, faz com que o moreno sinta vontade de confiar nele. E vale ressaltar que ainda lembra do beijo sem propósito que recebeu de surpresa por vinda do Kim.

Mas tudo é como um jogo de xadrez: um erro básico com algum dos mais simples peões, pode fazer o rei ter seu trono roubado.

E saber que está dando a oportunidade de mão beijada para Taehyung entrar na empresa de seu pai, o único parente com quem ainda presa amor, o faz querer morrer ao mesmo tempo de que seu coração enche de esperanças. Esperanças de que realmente está fazendo o certo, e tornará o acastanhado alguém quem ele merece.

Se deitando de lado, Jungkook suspirou. É como estar em um beco sem saída. Mas pensando pelo lado positivo, lembrou que é só ficar de olho nele, que nada vai acontecer. Né?

Os olhos de orbes escuras percorreram sem rumo pelo quarto pouco iluminado, enquanto sua mente prostrava em pensar naquilo e em outros problemas. Vagando seu olhar em seus objetos, acabou esbarrando e prendendo seu fitar no ursinho que ganhou de Taehyung no parque, enquanto o objeto fofo está na mesa -improvisada- de trabalho.