IV

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Alguns dias depois da conversa com a minha mãe, finalmente tomei coragem pra procurar Yoongi. Era sexta-feira e eu estava indo pra escola disposta a conversar com ele na primeira aula mesmo.
Eu estava andando distraída como todos os dias. Quando virei a esquina tropecei e caí. O tombo era certo. Não foi uma dor insuportável, mas não posso negar que doeu um pouquinho.

- Você está bem? - uma voz masculina perguntou.
- Ah, estou sim. - respondi. Quando olhei para a pessoa vi que era Yoongi, o Bad Boy da escola. Eu tenho uma queda por garotos com esse estilo, mas pelo Yoongi... Ah, pelo Yoongi eu tenho um precipício inteiro.
- Vem, eu te ajudo a levantar... - ele segurou minha mão e me ajudou.
- Obrigada! Isso foi muito gentil de sua parte. - eu disse sorrindo e ele ficou sem jeito.
- Ah, que isso. Eu até te seguraria, mas eu estava um pouco longe. Machucou algo? - perguntou com um tom meio preocupado. Ele é mesmo um Bad Boy?
- Não, está tudo bem. - respondi.
- Ah, então okay... posso te acompanhar até a escola? - perguntou.
- Claro! - respondi e começamos a andar.

Yoongi nunca foi daqueles caras que saiam batendo em todo mundo, arrumando confusão e desrespeitando as pessoas. Ele era na dele, mas muita gente o temia. Ele sempre me pareceu ser uma boa pessoa, mesmo com aquela pose de mal.

Yoongi

Eu nunca fui um cara mal, na verdade, esse título de Bad Boy não me define. As pessoas só me chamam assim por terem medo de mim. Por quê? Também não sei. As pessoas costumam dizer que eu tenho cara de nojo ou cara de mal, eu discordo. Acontece que eu não tenho o costume de sorrir. Minha mãe sempre me deu amor e carinho, mas seu casamento com o meu pai não ia bem. Ela acabou morrendo em um acidente de carro e depois disso meu pai virou outra pessoa. Ele era grosso, arrogante e estúpido comigo. Mas eu percebi que isso era meio que uma armadura para o mundo, pois ele sofria muito com a morte da minha mãe. Depois de um ano que minha mãe morreu, ele entrou em depressão e teve que tomar remédios por conta do seu estado. Algumas semanas depois ele morreu de overdose. Acabei indo morar com a minha tia que sempre tenta me agradar, mas algo me impede de aceitar isso.

Eu estava caminhando para a escola, não estava tão afim de ir.
Vi Taline virando a esquina e acelerei o passo para chegar mais perto. Tentaria puxar assunto com ela, pela primeira vez, mas ela tropeçou e caiu.
No instante em que vi Taline caindo, tentei correr para segurá-la, mas não consegui. Senti uma necessidade enorme de ajudá-la. Nós não somos amigos, na verdade, acho que tudo que sabemos um do outro é o nome, mas isso não me impediu de oferecer ajuda. Me ofereci para acompanhá-la e ela aceitou. Eu estava completamente encantado com o jeitinho doce dela. E aquele sorriso? Me hipnotizou. Ela era incrivelmente perfeita. Não podia imaginar nenhum defeito que ela pudesse ter. Eu não costumo acreditar em amor a primeira vista, mas as sensações que eu estou sentindo por estar perto dela são totalmente novas e incríveis.

- Você quer mesmo ir à escola? - perguntei. Como eu disse, não estava com a mínima vontade de ir.
- Por que a pergunta? - me olhou meio confusa.
- Pensei em ao invés de ir para a escola, a gente ir para uma sorveteria ou algum lugar legal. - eu sugeri.
- Eu topo! - ela disse animada e sorridente. Não sei como, mas amo esse sorriso dela.
- Então vamos para a sorveteria! - disse animado.

Chegamos lá e pedimos nossos sorvetes, ficamos sentados em uma mesa debaixo de uma árvore grande e ficamos conversando. Ela sempre sorria, isso me deixava bobo. A gente poderia estar falando de política e ela iria sorrir.

- Taline... quero te fazer uma pergunta. - disse olhando cada detalhe do seu rosto.
- Pode fazer... - ela disse e sorriu.
- Por que sempre está com um sorriso no rosto? Sempre que te vejo você está sorrindo. - perguntei.
- É minha maneira de tornar o mundo melhor. Eu adoro quando as pessoas sorriem pra mim, então faço isso para que outras pessoas sintam o mesmo. - respondeu.
- Entendi... - falei.
- E você? Por que nunca sorri? - perguntou.
- É uma história triste... - respondi.
- Se quiser conversar... estou aqui a sua disposição. - ela sorriu novamente.

Mesmo sem conhecê-la muito bem, sentia que podia contar com ela. Resolvi contar a história e ela ouviu atentamente. Pude ver que ela deixou cair uma lágrima e eu rapidamente a sequei.

- Yoongi... - ela disse baixo.
- Sim?! - respondi.
- Posso te abraçar? - perguntou.
- P-pode. - respondi.

Ela me abraçou apertado e eu pude sentir o cheiro doce dos seus cabelos. Que shampoo maravilhoso! Retribui o abraço e pela primeira vez em muito tempo eu senti vontade de sorrir.
Assim que ela me soltou do abraço eu não consegui me conter e soltei um sorriso que há muito tempo estava guardado. Ela me olhou e sorriu também.

- Você deveria sorrir mais vezes Yoongi. - ela disse.
- Deveria? - perguntei.
- Sim! O seu sorriso é lindo. Um sorriso doce. - respondeu.
- Parece que me livrei de um peso. - comentei.
- Sorria sempre Yoongi. Nunca deixe nada e nem ninguém tirar o sorriso do seu rosto. - ela falou.

Terminamos o nosso sorvete e fomos andar pela praça.

- Aceita ir ao cinema comigo? - perguntei.
- Sim! - ela respondeu.

Estávamos caminhando em direção à casa dela.

- Taline... seus pais não vão se incomodar por você estar matando aula? - perguntei.
- Eu moro apenas com a minha mãe. Ela vai achar até bom eu ter faltado, ela vive falando que de vez em quando eu tenho que " quebrar as regras " e me divertir. - ela disse rindo.
- Entendi... - ri também.

Bad Boy  { Min Yoongi } Onde histórias criam vida. Descubra agora