Capítulo 12

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Eu estava a caminho da gravadora, quando vi o Lucas no Starbucks perto da praça.

- Oi!

- Oi...

Pedi um copo de café. Eu fiquei a noite inteira treinando as músicas da banda, e alguns covers. Eu precisava de cafeína. Quando meu pedido chegou, Lucas o pagou.

- Ei!

- O quê?

- Você não pode pagar. Toma.- Estendi dinheiro para ele. Ele não aceitou.

- Você não podia ter pagado meu café.- Disse meio alto.

- Ei, calma. Foram só seis reais.- Ele disse rindo.

- Da próxima vez, eu vou pagar seu café, e você não vai reclamar.- Eu disse com o dedo na cara dele. Ele riu um pouco.

- Tudo bem, então, Ruivinha.

Sorri.

- Sobre o que você queria falar ontem?

Ele pareceu um pouco nervoso.

- Er... Não é... Não é nada.

- Se não é nada, me fala o que é.

- Não é nada, Majú.

Fiquei olhando fixamente para os olhos dele. Ele desviou o olhar.

- Lucas, o que você queria falar para mim ontem?!

- Não é nada. Esquece.

E depois disso ele começou a andar em direção à gravadora. Eu o segui, e sem tocar mais naquele assunto, comecei a conversar com ele. Quando percebi que ele não estava nem prestando atenção no que eu estava falando, calei a boca, e ninguém falou mais nada. Assim que chegamos da gravadora, ele se afastou de mim imediatamente. Dessa vez eu não fui atrás dele. Fui para o estúdio e fiquei tocando um pouco de guitarra.

- Você não tem aula de guitarra hoje, Majú?- Alguém perguntou.

Me virei e vi o Caio na porta.

- Aquele cara te deixou aqui plantada?

O ignorei e voltei a tocar.

- Ele é muito idiota...

Olhei pra ele. Fiquei o encarando por um longo tempo.

- O quê?- Ele perguntou sorrindo.

Dei de ombros e voltei a tocar. De repente, o Lucas apareceu atrás de mim.

- Cheguei. Tá pronta pra aula?

Ri baixinho.

- O quê?- Lucas perguntou.

- Nada...- Eu disse olhando pra cara emburrada do Caio.

- Bom...- Disse o Lucas meio confuso. - Caio, você pode sair? Precisamos começar.

Ele bufou e saiu apressado.

- Você... Treinou a música?- Ele perguntou sem nem olhar pra mim.

- Treinei, mas ainda não tá nada bom.

- Toca o refrão.

Obedeci. Ficou horrível. Parei.

- Você tá tensa. Segura a guitarra assim.

Ele passou o braço por trás de mim e segurou a guitarra. Ele colocou a minha mão no lugar certo e logo depois se levantou rapidamente.

- Eu... Preciso beber água.- Ele disse coçando a cabeça.

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