Uma quase suicida

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Agradeça a Deus por não ter a minha vida
Ass: Uma Quase Suicida

  Não consigo acreditar que mais uma vez a orientadora me fez sair da sala no meio da aula.
  – Senhorita Luisa? Preciso que se retire. Você não me trouxe seu atestado médico e todos aqui sabemos o quanto preciso deles para o bem estar de todos!
  Desde que entrei para o ensino médio é sempre assim. Meu pai era um sequestrador e acabou de sair da cadeia e minha mãe – de criação – uma DJ excepcional taxada como louca por ter se casado com o homem que a sequestrou, eles ficaram famosos na época sendo o casal doente, Leonardo Thadeu e Diana. Ele foi liberado a praticamente um ano mas ainda é tudo muito recente, o casamento, a volta dos comentários e tudo mais. As pessoas conseguem ser muito maldosas principalmente quando se menciona uma forma de amor diferente dos padrões ridiculamente pré-definidos.
  Se já não fosse pesado o suficiente ter uma família toda complicada, eu ainda descobri que tenho esquizofrenia, que eu acho que foi devido ao longo período que fiquei com a monstra da Camila, ex-mulher do meu pai que me prendeu para poder chantageá-lo. Depois de liberta do cativeiro passei a ter pesadelos e delírios horripilantes causando, algumas vezes, reações agressivas de minha parte. Nesse novo colégio achei que tudo seria diferente, mas não! A vida realmente não é um conto de fadas em que toda menina que completa dezesseis anos encontra um monte de amigos e um namorado extremamente gato que, por sei lá qual brincadeira do destino, resolve ficar logo com a garotinha que todos desprezavam.
  Na verdade quando as pessoas estão começando a me tratar com um ser humano e não um bicho, me vem essa orientadora lembrando a todos que eu sou uma louca assassina em potencial já que meu pai matou algumas pessoas. No entanto ninguém entende o que os dois realmente passaram. E para ajudar eu havia totalmente me esquecido que já haviam passado um mês e meio e que eu tinha de renovar o laudo de sanidade. Como sempre minha mãe foi chamada no colégio.
  – Quantas vezes eu te disse para não esquecer de trazer o laudo? A gente renova ele todo mês, é só você trazer! - minha mãe piscou para mim e compreendi na hora que iríamos atuar, ela faria a mãe durona e eu a filha arrependida.
  – Me desculpa mãe. - respondi e como das outras vezes me concentrei em observar as árvores lá fora ao invés de ouvir toda aquela baboseira de que isso era para o bem de todos. Bem de quem? Só se me fazer ser excluída logo quando as pessoas estão aprendendo que eu não vou saltar em cima delas com uma faca na hora do almoço for fazer o bem.
  Ultimamente minha única companhia são as palavras que escrevo na carteira todo dia. Elas variam com meu humor mas estão sempre lá e sim eu assino Uma Quase Suicida. Passei a usar esse pseudônimo - peguei esse costume da minha mãe - depois de um surto que tive no meio da educação física. Durante aquela crise minhas vistas se escurreceram e as pessoas se tornaram sombras que sorriam de forma assustadora enquanto se aproximavam. O desespero tomou conta de mim então corri e me tranquei na sala, assustadoramente comecei a ouvir vozes dizendo que se eu não abrisse a porta iriam matar todos que estivem lá fora, coloquei o fone de ouvido mais de nada adiantou. Ou eu ou eles, então entre fazer os outros sofrerem que eu sofra. Peguei uma tesoura e cortei meu pulso esquerdo e com a mão direita escrevi a música que estava tocando exatamente como as vozes diziam.
  Nobory can drag me down ou ninguém pode me derrubar – tradução espontânea – me fez acordar do transe e reagir (música na mídia).  Não sei por que mas quando essa frase tocou no refrão da música tudo sumiu então fui direto à enfermaria e aí passaram a me tratar pior, a louca suicida. As únicas pessoas nesse colégio que gostam de mim – ou pelo menos não me tratam como um homem bomba – são Nathalie e Daniel. Ela minha melhor amiga desde a infância, moramos perto e no dia em que nos conhecemos, ao invés de fugir como as outras crianças faziam ela me chamou para brincar, somos amigas desde então. E Daniel um garoto do terceiro ano, mais velho não me xingou e foi muito legal quando eu acidentalmente mandei uma mensagem para ele perguntando que pessoa normal coloca um leãozinho de status.
  Sim o status dele era esse mas a mensagem era para a Nathy, ainda bem que ele foi mega legal. Mas não nos falamos depois disso. E quer saber? Teria sido melhor para todos se nunca mais tivesse falado!

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Bom isso foi a introdução, ficou meio sem graça mais foi pra situar vcs um pouco na história. Nos próximos cap a coisa vai melhorar (ou piorar pra Luisa). Espero q gostem, continuem lendo e adicionem a biblioteca. Boa leitura!!!!!!!!!!!!!! E antes q eu esqueça a Luisa tá no 2°ano, ok.
Gente algumas frases da luisa nao são dela são frases da net mas tem algumas dela sim!

Bjs Crossle

Uma Quase Suicida (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora