Eu ainda estava parado olhando para a tela do notebook quando meu celular tocou me fazendo voltar a realidade. Atendi sem nem ver quem era.
-Então você está vivo! Pensei que tivesse morrido ou algo do tipo.
-Leo? Que surpresa, eu estou bem, eu só estou de folga, e como a gente estava... Hum... meio que estávamos brigados eu não te procurei nem nada.Eu estava falando a verdade, eu realmente não quis procurar o Leo pois não sabia como agir depois da nossa "briga", era a primeira vez que isso acontecia então eu ainda estava sem saber como lidar com ele. Mas depois que minha mãe desligou a vídeo chamada eu me lembrei dele instantaneamente, pois conversar com ela me fez sentir saudades da minha casa, da minha família, de tudo que estava longe. E já que eu tinha alguém perto de mim agora, era melhor eu cuidar muito bem disso.
-Você não precisa ter receio de me procurar, Felipe! Eu sou seu namorado, eu gosto de você, e nos temos que resolver as coisas na base da conversa, pois só assim teremos um relacionamento saudável, espero que você pense assim daqui pra frente...
-Eu vou pensar sim, Leo. Pode ter certeza! Você está em casa?
-Na verdade estou indo para a sua, tem algum problema?
-Ah... Na minha casa? Não, pode vim sim! Só vou tomar um banho enquanto você chega tá? Até daqui a pouco. -eu realmente não queria que o Leo viesse agora, eu queria ficar na minha, descansar, e na real, algumas vezes ele me sufocava. Mas era melhor assim, pelo menos nos tínhamos nos resolvido, agora só faltava conversar com o Enzo para não deixar nenhuma mágoa entre nós e mesmo eu não querendo, faltava também eu dar um voto de confiança para o Alex, pois ele era amigo do Enzo e meu colega de trabalho, e eu não poderia deixar um clima ruim surgir entre a gente só porque eu achava ele esquisito.***
Acabo de me despedir do Leo, ele dormiu ontem à noite aqui. E foi até bom, eu estava com saudades dele. Mas agora eu precisava era conversar com o Enzo e resolver as coisas entre nós. E eu tinha uma idéia: daqui a pouco já era hora de pegar o ônibus para ir trabalhar e como eu sabia que ele levava o Alex de carona eu iria até a casa dele pedir uma carona inventando qualquer desculpa sobre o ônibus não estar passando na minha rua ou algo do tipo e aproveitava e pedia desculpas. Era isso que eu iria fazer.
Bato na porta e ouço a voz do Alex gritando que já vai. Ele abre a porta, e está impecável como sempre, a única coisa fora do normal é que ele está com um pano de prato nos ombros. E também noto uma certa surpresa em me ver. Será que o Enzo não contou para ele que nós somos vizinhos?
-Oi, Alex! o Enzo está aí?
-Oi, Felipe! como você está? Que surpresa! Eu estava fazendo um café pra tomar antes de ir trabalhar, bom que você me faz companhia. Vamos até a cozinha? - Eu o acompanho e sento na mesa enquanto vejo ele tirar a caneca de água quente do fogão e passar a água pelo coador. Noto que ele deixou o fogão acesso e toda minha atenção se volta para chamas, e na minha cabeça o Enzo logo surge, como se as duas coisas tivesse alguma conexão. O Alex fala alguma coisa que eu não estou prestando atenção, pois estou procurando o Enzo com os olhos.
-Não é mesmo, Felipe? Ele se vira e olha pra mim sorrindo e eu começo a caguejar e rir balançando a cabeça fingindo que ouvi o que ele disse. Os olhos dele me acompanham, até que o clima fique sufocante. Então ele se vira de novo, tão rápido que esbarra na garrafa de café que cai no chão. Eu me assusto e começo a me levantar para o ajudar, mas ele é mais rápido. Ele taca o pano de prato em cima do fogão e se agacha para limpar a bagunça.
-Alex, o pano de prato! -grito para ele apontando para o pano que está pegando fogo.
-Que merda! - ele se levanta e desliga o fogo. E então eu acho que ele vai tacar água em cima do fogão ou algo do tipo, mas ele simplesmente pega o pano que está ardendo em chamas. Com ele segurando as duas pontas, fecha a palma da sua mão em volta do pano que logo para de queimar.
-Eu hoje estou meio distraído, mas juro que isso não vai acontecer no bar, OK? - ele diz rindo levantando as mãos que nem ao menos estão vermelhas ou machucadas e isso é muito estranho. É até possível apagar o fogo com as mãos no caso de um fósforo, uma vela ou algo muito pequeno, mas mesmo assim você corre o risco de se queimar, mas as mãos deles estavam intactas. As chamas no pano estavam altas e ele com um simples fechar de mãos apagou e não se machucou. Eu posso estar ficando louco, mas eu tenho certeza que isso não é nem um pouco normal. Sinto vontade de ir embora, já me arrependendo de ter pensado em dar uma chance de conhecer ele melhor, pois definitivamente ele não é normal e meus pressentimentos sobre ele não são só coisas da minha cabeça. Me sinto tão confuso e me levanto para sair, quando o Enzo aparece na cozinha usando apenas uma cueca boxer vermelha me deixando mais atordoado ainda. Que homem maravilhoso, eu não posso mais negar que me sinto atraído por ele...---------------------------------------------------------
Capítulo Revisado
Feliz natal meus leitores mais lindos do mundo!Nota do autor :
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O Rei do Inferno (Romance Gay)
RomanceFugir dos problemas é a solução? Felipe se muda para São Paulo para tratamento psiquiátrico. Em sua antiga cidade via vultos ardendo em chamas e ouvia vozes pedindo por socorro. Se mudar seria o suficiente para isso tudo parar? E o que fazer quando...