Não consigo acreditar na cena que está acontecendo na minha frente. Será que é mais uma miragem ou algo do tipo? Claro que não, Felipe, seu idiota. Ele é real, e você sabe muito bem disso.
Ele continua me encarando, esperando eu responder. O que eu faço? Como é possível que uma pessoa que só existia nos meus sonhos, exista na vida real?- O que você quer? - me levanto do banco gritando com toda raiva que tenho dentro de mim, descontando anos que ele me fez perder desde quando essas visões começaram. Ele me olha assustado, seus olhos ficam arregalados e ele da dois passos para trás. Com isso, acabo de perceber a merda que eu fiz. Como eu grito com uma pessoa que eu nem conheço? Como eu o acuso assim do nada? Tudo bem eu estar com raiva dele pelas minhas visões, entretanto elas são frutos da minha imaginação, algo criado pela minha mente que é reproduzido quando eu caio no sono. Ele não tem culpa alguma, ele só é idêntico ao homem das minhas visões. Alto, cabelos raspados, moreno e forte. Tudo é igual. Mas não tenho uma explicação para isso, para essa coincidência. Respiro fundo e começo de novo
-Oi! me desculpa, é que eu te confundi com uma pessoa. Desculpa mesmo. Tudo bem?- ele me olha desconfiado, mas mesmo assim volta a se aproximar.
-Tudo bem! Eu só me aproximei pois te reconheci daquele bar, o Young e você não parecia estar muito bem sentado aí nesse banco. Se eu tiver te incomodando eu posso te deixar sozinho...
-Não, não está incomodando! Eu trabalho lá no Young mesmo. Meu nome é Felipe, e o seu?
-Meu nome é Lorenzo!
- Ah legal, bom eu acho que já vou pra casa, já corri demais. - digo para tentar encerrar a conversa. Não sei por qual motivo mas eu não me sinto muito confortável perto dele. Quando ele me olha com esses olhos verdes parece que estou desprotegido, parece que ele consegue olhar no fundo da minha alma e que consegue ler todos meus pensamentos.
-Eu também já vou. Já dei minhas cinco voltas - ele sorri pra mim como se isso fosse grandes coisas. Cinco voltas, humpf, exibido.
-Posso te acompanhar até a saída?
-Ah... C-claro. - digo com um sorriso amarelo pra ver se ele percebe que eu quero que ele suma da minha frente. Mais também, bem feito para mim. Quem mandou eu ficar de conversa com ele também? Deveria ter apenas respondido o "oi" por educação e me mandado.
-Eu sou novo na cidade, cheguei a uma semana, mas estou adorando aqui. - ele diz sem ninguém perguntar. Saímos do parque e quando estamos na rua ele continua andando do meu lado.
-É... Você está morando onde, Enzo? Quero dizer, Lorenzo!
- Pode me chamar de Enzo! Eu moro a duas ruas daqui. Naquele prédio ali. - ele aponta para um prédio branco. O MEU prédio. Como assim? Onde eu estava quando ele se mudou para o meu condomínio? Que porra é essa? Não é possível. Isso é algum tipo de brincadeira. Olho para os lados procurando as câmeras escondidas.
-Ah você mora no Condomínio do Vale? Que engraçado, eu também moro lá. - digo respirando fundo tentando não surtar.
- Sério? Que legal, Felipe! - ele diz sorrindo de orelha a orelha. Como ele consegue ser tão mistério e alegre ao mesmo tempo? Ele sim merece ir para uma clínica para ser estudado. - Eu ainda não conhecia nenhum dos vizinhos. Que bom que te conheci, né?
-É... Que bom. - digo sem aparentar nenhuma felicidade.
Ele continua falando mas eu nem presto atenção. Assim que chegamos no prédio e entramos. Ele para no segundo andar, em frente ao primeiro apartamento.
-Bom, eu fico por aqui. Você mora em qual andar?
- Moro no último - eu digo sem revelar em qual apartamento. Não quero receber nenhuma visita indesejada. Ele continua me olhando como se esperasse que eu fosse revelar o número do meu apê. Sinto muito, querido!
-Ah sim...então até mais, Felipe! -ele estende a mão sorrindo.
-Até, Enzo. - estendo a minha e ele a aperta forte. Droga! Sinto no mesmo instante minha mão ardendo, formigando, como se tivesse fios de eletricidade dentro dela. É uma sensação hipnotizante, uma sensação muito boa. Uma sensação que me dá vontade de ter mais e mais. Algo tão bom que eu não consigo soltar sua mão. Olho para ele procurando alguma explicação em seu rosto, mas a única coisa que encontro são seus olhos verdes me encarando profundamente e um sorriso de canto de boca. Sinto meu corpo amolecer.
-Tchau! - consigo voltar em sí e solto sua mão. Saio correndo pelas escadas me perguntando se existe alguma explicação para tudo isso que está acontecendo.
---------------------------------------------------------
Capítulo RevisadoQueridos leitores, por favor Comentem o que vocês estão achando, Comentem teorias, Comentem algo que acharam engraçado ou assustador. O que mais me deixa feliz é ler os comentários de vocês. Sério, toda vez que leio me sinto extremamente feliz por ter alguém que acompanha meu trabalho.
Nota do autor :
Essas coisas citadas a baixo são muito importantes para mim :
*Comentem o que estão achando
* Não se esqueça de votar clicando na estrelinha
* Sugestões, Críticas e elogios são bem vindos
Gostaram? Cliquem na estrelinha
Dúvidas, reclamações e elogios deixem nos comentários
Instagram do escritor : @soueuothiago
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Rei do Inferno (Romance Gay)
RomanceFugir dos problemas é a solução? Felipe se muda para São Paulo para tratamento psiquiátrico. Em sua antiga cidade via vultos ardendo em chamas e ouvia vozes pedindo por socorro. Se mudar seria o suficiente para isso tudo parar? E o que fazer quando...