"Por favor me salve" " eu não posso mais sofrer " "o inferno dói, me salve"
"Você precisa vir comigo, temos que mandar neles juntos"O despertador toca pontualmente as 16:00 e eu me levanto suado e assustado e tenho a ligeira impressão que há um vulto de uma mulher ardendo em chamas em frente a minha cama. Balanço a cabeça de olhos fechados e ela some. Aconteceu de novo! é a quinta vez que eu escuto as vozes clamando misericórdia somente essa semana e ainda por cima tem aquela voz e aquele rosto no final do sonho, é sempre o mesmo. Um homem moreno com o corpo bem definido de olhos castanhos claros e o cabelo raspado. Ele sempre repete a mesma frase enquanto me estende a mão e então o sonho acaba. Resolvo ignorar e me levanto. Tomo banho e me arrumo para mais um dia de trabalho, me olho no espelho e o reflexo me encara de volta. Sou eu, Felipe. Um rapaz de 20 anos, branco, magro, cabelo e olhos castanho claro, comum como todos os outros. Exceto pelo fato de ver vultos e ouvir vozes na maioria do tempo.
Enquanto estou sentado no ônibus com os fones de ouvido indo em direção ao bar no qual eu trabalho todos os dias de 19:00 as 04:00 servindo bebidas a todos os tipos de tribos que habitam em São Paulo me lembro como cheguei aqui. A dois anos atrás morávamos eu, minha mãe e meu pai em uma cidade do interior de Santa Catarina, éramos uma família comum e feliz, eu era feliz. Até que ao completar 18 anos tudo mudou. Eu comecei a ver vultos e ouvir vozes pedindo por socorro e sonhava com o inferno todas as noites. Meus pais tentaram todo tipo de ajuda, de religião a medicina alternativa, mas nada adiantou. Até que um psiquiatra me receitou um remédio que acabaria com as visões. Resolveu por um tempo, eu continuava a ouvir as vozes entretanto era somente nos sonhos. O problema era que eu precisava de mais, já que os remédios só duravam durante um mês. O médico disse que eu poderia me curar se eu fosse me tratar em uma clínica renomada de SP, pois se continuássemos a tratar na minha cidade sairia mais caro, pois teríamos que fazer exames, enviar resultados, além de uma consulta médica de 15 em 15 dias lá, o que custaria uma grana, além de toda parte burocrática. Enfim, nós decidimos nos mudar. Meus país vieram comigo para ajudar na mudança e nós compramos um apartamento com o dinheiro que tínhamos guardado para minha entrada na faculdade particular mais conhecida de SC. Os estudos agora estavam fora de questão, o importante era minha cura. A dois anos eu moro aqui e os remédios tem me ajudado, agora eu tenho um emprego e pretendo entrar na faculdade pública, a famosa USP ano que vem.
Saio dos meus pensamentos e anoto mentalmente que tenho que visitar meu psicanalista e contar que vejo esse homem misterioso sempre nas minhas visões.
Enquanto meu ponto de descida do ônibus não chega a voz da Taylor Swift continua a tocar nos meus ouvidos :"Isso é um mau sinal, mau sinal
Algo acontece quando todos descobrem
Olhe os abutres circulando numa nuvem negra.
O amor é uma chama frágil..."
---------------------------------------------------------
Capítulo RevisadoQueridos leitores, por favor Comentem o que vocês estão achando, Comentem teorias, Comentem algo que acharam engraçado ou assustador. O que mais me deixa feliz é ler os comentários de vocês. Sério, toda vez que leio me sinto extremamente feliz por ter alguém que acompanha meu trabalho.
Olá todo mundo que acompanha a história. Estão gostando? Espero que sim.
Essas coisas citadas a baixo são muito importantes para mim :*Comentem o que estão achando
* Não esqueça de favoritar
* Sugestões, Críticas e elogios são bem vindos
Instagram do escritor : @soueuothiago
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Rei do Inferno (Romance Gay)
RomanceFugir dos problemas é a solução? Felipe se muda para São Paulo para tratamento psiquiátrico. Em sua antiga cidade via vultos ardendo em chamas e ouvia vozes pedindo por socorro. Se mudar seria o suficiente para isso tudo parar? E o que fazer quando...