Não sei o que eu fiz para merecer tudo isso.
Se me perguntassem anos atrás o que eu acho da vida, eu simplesmente sorriria e daria uma lista de razões pelo qual eu vivo.
Mas agora tudo simplesmente mudou, não tenho razão para viver.
Estou sentada em um banco da praça lendo mais um de meus livros de romance, e confesso que eu não sei ainda qual é o verdadeiro significado da palavra amor.
Claro! Como eu saberia? Meus pais me odeiam, pois me acham gorda. Não tenho amigos. Como alguém como eu saberia o que significa?
Viro mais uma das páginas e percebo que estou chorando.
Rapidamente enxugo meu rosto e continuo a leitura. O vento faz com que as páginas balancem e eu finalmente tiro os olhos do livro.
Olho ao redor e vejo crianças brincando como se a vida não fosse uma grande merda. Eu não os culpo, pois são inocentes e não sabem o que os esperam.
─ Olha se não é a baleia que foi pescada do mar! ─ escuto uma voz irritante e sei que não preciso me virar para saber quem é.
─ Não posso ter paz nem nas férias. ─ resmungo baixo.
─ O que disse? ─ Giovana, uma aluna patricinha da minha escola pergunta.
─ Nada. ─ apenas dou de ombros e encaro os olhos verdes de Giovana.
─ Acho bom. E acharia melhor não se meter no meu caminho, pois não seria nada bom para uma baleia como você. ─ ela dá um sorriso falso e sai desfilando.
─ Que idiota. ─ falo baixo e volto para minha leitura.
Como pode existir um amor como de Romeu e Julieta?
Eles morreram para ficarem juntos. Eu realmente gostaria de presenciar um amor desses na vida real, e não apenas nos livros de Willian Shakespeare.
Mas tanto faz para mim, ninguém me ama. Nunca encontrarei um Romeu que me ame e me aceita do jeito que sou.
Fecho meu livro e me levanto começando a caminhar até minha casa.
Em quanto caminho, reparo nas pessoas que passam na rua.
Vejo um caminhão de mudança na mesma rua que a minha e uma menininha de cabelos pretos. Ela também me vê e vem caminhando em minha direção.
─ Oi, moça. ─ diz ela, e o jeito que ela fala deve ter uns dez anos de idade.
─ Oi. ─ digo sorrindo e ao mesmo tempo tímida.
─ Qual é seu nome? ─ pergunta ela com sua voz doce e meiga.
─ Laura, mas me chame apenas de Lau. E você, como se chama? ─ pergunto e ela sorri.
─ Ariadine, mas pode me chamar de Ari. ─ responde sorrindo.
─ É sua família que está se mudando ali? ─ pergunto apontando para a casa e ela assente.
─ Sim. Eu, minha mãe e meu irmão; não tenho pai. ─ diz olhando para baixo.
─ Eu sinto muito, mas se quiser me visitar qualquer dia eu moro na última casa do final da rua. ─ digo e ela volta com o seu sorriso.
─ Tá, eu prometo ir te visitar. ─ diz ela e eu sorrio. Meu Deus! Que menina encantadora.
─ Tudo bem, já vou indo. Foi um prazer te conhecer, pequena Ari. Nos vemos em breve. ─ digo dando um abraço e um beijinho na bochecha dela.
─ Tchau, Lau. ─ diz acenando e eu volto a caminhar.
Quando chego em casa, entro e vou direto para o meu quarto.
Deito na minha cama e fico encarando o teto.
Me levanto e vou em frente do espelho que tem ali no meu quarto.
Olho meu corpo de cima a baixo e deixo uma lágrima escorrer.
Por que as pessoas não me aceitam do jeito que sou?
Deito novamente em minha cama e pego meu celular acessando meu facebook em seguida.
Vejo uma foto de Jennifer, minha ex melhor amiga. Sua legenda me faz lembrar que daqui a dois dias minhas férias acabam e tudo voltará como é; ou seja, a escola toda me chamando de baleia.
Deixo isso de lado e me levanto novamente pegando minha toalha. Vou para o banheiro e depois que acabo visto meu pijama de bolinhas e me deito. Decido não jantar, pois não estou com fome.
Pego meu fone pondo uma música do Ed Sheeran e logo adormeço.
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A Gordinha Rejeitada.
RandomLaura Maria a garota gordinha que sofre bullyng. Ela não sabe qual é a razão pelo qual ela vive,seus supostos pais simplesmente não gosta dela pelo fato de ser gorda,ela tem apenas uma amiga que é considerada nerd e um irmão. Após suas férias acabar...