A Gordinha Rejeitada.

♥14♥

6 anos depois...

Finalmente eu estarei voltando para a minha cidade natal.

Depois de longos 6 anos longe dos meus amigos eu finalmente irei vê-los.

Entro no avião e logo estou perdida em pensamentos novamente.

No primeiro ano que estive aqui nos Estados Unidos posso dizer que foi um pouco difícil para me adaptar e entender o inglês, mas com o tempo fui aprendendo e fiz algumas aulas. Agora posso dizer que sou fluente.

Durante esses longos anos fiz duas amigas incríveis. Samantha Miller e Katherine Levis, elas me ajudaram em muitos aspectos na minha adaptação e pode se dizer na minha aparência.

Ainda sou chamada de gorda e outros apelidos horrendos, mas confesso que estou um pouco mais magra, mas sou gordinha ainda.

Estou formada em Engenharia Civil, mas não comecei a exercer a profissão.

Enfim, aqui estou eu com meus 23 anos voltando da cidade que sempre me rejeitou.

Matth, Ari, Anne e meu irmão me visitava uma vez por ano. Já a mulher que dizia ser minha mãe apenas me ligava vez ou outra. Não que ela se preocupava comigo, dona Elise ligava apenas para me criticar e o homem marido dela que por sinal dizia ser meu pai, raramente falava comigo, mas posso dizer que isso não me afetou, não sou eu a errada.

Perdida em pensamentos acabo caindo no sono.

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- Senhorita, iremos pousar. - diz a comissária de bordo e eu apenas assinto bocejando logo em seguida.

O avião logo pousou e eu peguei minha mala e desci.

Peguei meu celular e liguei para Bê vir me buscar.

Caminhei naquele imenso aeroporto lotado de gente, avistei um banquinho perto da entrada e me sentei ali.

Passou longos 15 minutos e ao longe avistei meu irmão me procurando e quando finalmente ele me viu, correu na minha direção e eu me levantei do banquinho indo ao seu encontro.

Abracei Bernardo com todas a minhas forças e assim ficamos por longos segundos.

- Lau, que saudade de você, irmã. - diz ele e me aperta quase me deixando sem ar.

- Eu também senti muita saudade de você, Bê. - digo dando muitos beijinhos em seu rosto.

- Você deve estar cansada, deixe-me pegar suas malas. - diz meu irmão assim que nos soltamos do abraço. Dei minha mala para ele e o observei. Sua aparência estava diferente, Bê tinha mudado muito.

- Como você está diferente, irmão. - digo enquanto caminhamos até o seu carro.

- Olha quem fala, você também mudou muito, está uma gata. - diz ele e eu sorrio.

- Para, você que está. Deve estar deixando garotas loucas por você. - digo dando um empurrãozinho de leve em seu ombro.

- Só tenho olhos para uma, e se ela ficar sabendo que alguma mulher está me olhando, não sairá coisa boa. - diz ele rindo e eu paro de andar.

- Está namorando e nem me contou? - pergunto com minha melhor cara de brava e ele faz uma cara de desentendido.

- A, eu ia contar antes mas acabei esquecendo. - diz ele dando um sorrisinho.

- Quem é a garota? - pergunto e ele me encara.

- Sua amiga, a Anne. - diz e eu arregalo os olhos.

- O quê? E nem você e nem ela pensou em me contar? - pergunto e volto a andar deixando ele para trás.

- Iamos te contar, mas tivemos medo do que você acharia. - diz ele agora andando ao meu lado.

- Eu fico feliz por vocês, só não gostei de terem escondido isso de mim. - digo fazendo uma cara de cachorrinho triste.

- Desculpa, íamos contar, mas não sabíamos o momento certo. - diz Bernardo destravando seu carro; um Audi A4.

- Desta vez passa, mas da próxima que me esconderem algo tão importante como isso eu ficarei muito brava. - digo fazendo minha melhor cara de brava e ele ri me fazendo gargalhar também.

Entramos no carro e meu irmão dá a partida. Logo estamos fora do aeroporto.

- Pra onde vamos? - pergunto com curiosidade.

- Ao seu apartamento. - diz ele simplesmente e eu o olho indignada.

- Mas eu não tenho um e não comprei, desde que me lembro. - digo rindo.

- Mas eu comprei um de presente pra você. - diz Bê e em seguida me dá uma piscadela.

- Não precisava, irmão. Eu tenho dinheiro e posso muito bem comprar um. - digo olhando as pessoas na rua.

- Mas eu quis te dar um de presente para poder compensar esses anos que passaram. - diz ele agora me encarando.

- Eu não posso aceitar. - digo olhando em seus olhos cinza esverdeados.

- Tanto pode como vai. - diz sério e eu sorrio.

- Tá bem, eu aceito. - digo erguendo minha mãos pra cima em sinal de rendição.

O resto do caminho até o apartamento foi divertido e cheio de conversas e lembranças.

Entro no enorme prédio avermelhado e admiro tudo a minha volta.

Bê e eu entramos no elevador e não demorou muito. O elevador parou no 6° andar.

- O seu é o de número 145. - diz meu irmão e eu assenti.

143...144...e finalmente 145. Entramos e confesso que fiquei muito empolgada com meu novo apartamento.

- Eu não quis decorar, pois não sabia o jeito que você gosta, então apenas comprei alguns móveis. - diz meu irmão deixando minhas malas no chão.

- Está tudo perfeito, irmão. Eu amei. - digo e dou um abraço apertado no Bê.

- Que bom que gostou. Então é isso...eu preciso ir, tenho que resolver algumas coisas. - diz ele me dando um beijo na bochecha.

- Tá, nos vemos a noite? - pergunto.

- Tenho uma festa pra ir a noite, mas se quiser pode me acompanhar. - diz Bernardo.

- Que horas você passa aqui para me buscar? - pergunto e ele parece pensativo.

- Passo aqui as 21:00h.

- Estarei esperando
- digo dando uma piscadela em seguida.

Arrumo minhas coisas no lugar e assim que acabo tomo um banho quente e relaxante.

Deito na enorme cama e logo o sono vem.

E por alguma razão ou conhêcidencia eu tive um sonho. Um sonho com Adrian.