♥20♥

1.6K 174 6
                                    

Abro meus olhos e logo os fecho em seguida.

A claridade que invade o quarto me deixa zonza.

Olho ao meu redor e tudo que vejo é um quarto totalmente branco.

Estranho... não me lembro como cheguei aqui.

Tento lembrar dos últimos acontecimentos e não consigo nada além de pequenos flash.

Um homem estranho...minha roupa rasgada...eu gritando por socorro...Adrian...

Não me lembro de mais nada. Fecho meus olhos outra vez e os abro.

Me sento na cama que estava deitada e vejo que estou em uma roupa como as de hospitais.

Dããã... talvez seja porquê você está em um hospital.

- Que bom que acordou. - diz uma voz masculina e eu direciono meu olhar para a porta.

- O que aconteceu? - pergunto baixo e sinto minha garganta seca.

- Não se lembra do que aconteceu? - pergunta Adrian se sentando em uma poltrona perto da cama.

- Apenas algumas coisas. - digo ainda baixo e ele assente.

Adrian me conta que eu quase fui estrupada e isso faz com que algumas lágrimas caiam dos meus olhos.

- Eu, eu... - tento dizer alguma coisa, mas minha voz e os soluços não me permitem que palavra alguma seja proferida.

- Shiuu... - diz ele me abraçando e eu deixo as lágrimas serem liberadas no ombro de Adrian. - Já passou, ele nunca mais incomodará ninguém.

Depois de alguns minutos me afasto de Adrian.

- Quando irei sair daqui? - pergunto encarando o teto branco.

- Hoje mesmo, foi apenas um desmaio. - diz ele e eu assinto dando um sorrisinho forçado. - Suas roupas estão logo ali. Tome um banho e tire o dia de folga. - diz Adrian se levantando sem nem mesmo me olhar.

6 anos atrás nos conhecíamos bem pouco. Agora somos completamente estranhos um para o outro.

- Obrigada, obrigada por... - não terminei de falar e Adrian dá um sorrisinho. Passa pela porta sem dizer nada.

Eu realmente não conhecia mais aquele Adrian.

:-* :-* :-* :-* :-* :-*

Tire o dia de folga.
Tire o dia de folga.

Eu devia fazer o que ele pediu?
Sim ele é meu chefe...então sim.

Mas eu o que eu faço sozinha em um apartamento?

Me sentei no sofá e olhei para a enorme televisão a minha frente.

Ok... talvez assistir um filme seja uma boa ideia.

Mas sozinha?
Não, sozinha é chato. Tenho que chamar alguém.

Preciso me distrair e não pensar no que aconteceu ontem.

Procuro o número da pessoa que à tempos não havia conversado.

No segundo toque, finalmente Mattheus me atende.

- Alô, Mattheus. - digo esperando uma resposta da pessoa do outro lado da ligação.

- Laura? - pergunta uma voz masculina familiar.

- Eu mesma. - digo rindo e ele apenas dá um sorrisinho.
Foi um sorriso? Acho que sim.

- Poxa, não me deu mais notícias. Bernardo havia dito que tinha voltado, eu até pensei em lig... -diz ele um pouco rápido e interrompo o mesmo com uma gargalhada.

- Que saudade que tive de você... eu ia perguntar se você quer vir aqui em casa com a Ari. - digo não realmente perguntando.

- Ah claro, assim podemos pôr os assuntos em dia. - diz Mattheus e eu balanço minha cabeça assentindo mesmo sabendo que ele não estar aqui para ver.

- Estou te esperando, vou passar meu endereço por mensagem. - digo me lembrando que ele não sabe onde moro.

- Ok... - não espero ele dar tchau. Afinal, daqui a pouco ele estará aqui.

Mando a mensagem com o endereço para Mattheus.

Deito no sofá e por um momento deixo os meus pensamentos inundarem minha mente.

O que aconteceu com Adrian para se tornar aquela pessoa que eu vi na empresa?

E tem a Giovana...como isso foi acontecer?

Achei que naquela época Adrian seria realmente diferente de todos os outros garotos.

Mas eu estava completamente errada.

Ele não é diferente...é igual a todos os outros e mesmo que eu não queira admitir ele é pior que os outros.

Sei que seu ato de bondade em me ajudar ontem fez com que eu não o visse como um homem totalmente frio e sem coração, mas sua ajuda não mudou completamente minha nova opinião sobre quem ele se tornou.

Ouço alguém bater na porta e salto em um pulo do sofá.

Passo a mão pelos cabelos e caminho vagarosamente até a porta e a abro em seguida.

- LAURA, SUA VADIA! - grita uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar.

- Eita Ari, não precisa gritar, porra! - diz Mattheus se virando para sua irmã.

- Qual é?! Me deixa, idiota. - diz ela bufando de raiva, mas logo ela me olha novamente e pula me dando um abraço apertado.

- Poxa! Como você cresceu, Ari. Nem parece a garotinha que conheci. - digo rindo e a mesma ri também.

- Todos cresce um dia, Lau. Até parece que você não sabe. - diz ela revirando os olhos.

- Vão conversar aqui na porta ou iremos entrar? - diz Mattheus fingindo uma falsa raiva.

- Cala boca, idiota. - responde Ari dando um pequeno soco no braço de Matth.

- Podem entrar ,fiquem a vontade. - digo dando espaço para que eles passem.

E assim eles entram, olhando tudo ao redor.

- Vem, sentem-se aqui no sofá. - digo me sentando e dando pequenos tapinhas no lugar ao lado do meu.

Ficamos em silêncio e isso estava me incomodando.

- Então... me digam o que anda acontecendo na vida de vocês? - faço a primeira pergunta que vem a minha mente.

- O Mattheus se formou em medicina. - diz Ari e eu fico surpresa. Encaro Matth em seguida.

- Não acredito. - digo, pois apesar de termos conversado algumas vezes nesses 6 anos ele não havia me dito nada disso. Aliás, ninguém havia dito. - Por que não me contaram?

Silêncio...só silêncio. Solto um suspiro.

- Ok... parabéns estou orgulhosa do meu amigo. - digo chegando perto de Matth e dando um abraço apertado no mesmo.

- Obrigado, Lau. - diz ele dando um beijo no meu rosto.

- MAS E VOCÊ, SUA SAFADA! - grita Ari novamente e Matth bufa ao meu lado. - APOSTO QUE PEGOU MUITOS MACHOS COM ESSE CORPÃO. - diz ela gritando ainda e sorrindo maliciosamente. Eu não duvido nada que meu rosto tenha virado um pimentão.

- Ah ótimo, deixou ela com vergonha. - diz Mattheus fingindo decepção a sua irmã.

- Ah, nem foi tantos assim. - minto porquê os caras que fiquei não passou de beijinhos. Olho para baixo me sentindo envergonhada.

Qual é? Eu ficando com vergonha? Meu Deus!

- Vem, "eu sei" como deixá-la sem essa vergonha toda. - diz Mattheus me puxando e eu fico surpresa.

Então ele me beija.

A Gordinha Rejeitada.Onde histórias criam vida. Descubra agora