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- Não acredito! - digo perplexa.

- Ah, pode acreditar. Depois que você se mudou, Giovana quis ser minha "amiga". - diz Matth gargalhando e eu faço o mesmo. - Aquela lá não tem jeito.

- Como sempre uma vadia. - digo balançando a cabeça em negação.

Estamos andando já fazia alguns minutos, decidimos não ir de carro e assim poderíamos aproveitar a fria noite da cidade de Marília.

- Que tal a gente comer um lanche naquela barraquinha? - pergunto apontando para uma barraquinha com algumas cadeiras em volta.

- Pode ser, adorei a ideia. - diz Matth passando seu braço em volta aos meus ombros e assim caminhamos até a barraquinha do lanche.

Fazemos nossos pedidos e nos sentamos para esperar o lanche ficar pronto.

- Percebi que não está falando com o Adrian como antes. - comenta meu amigo e eu solto um longo suspiro.

- Pois é, ele está diferente, sabe. Não é como antes.

Mattheus me encara e eu solto uma lufada de ar pela boca.

- An...me fala como foi nos Estados Unidos. - diz ele olhando ao redor.

- Ah, bem divertido. Conheci algumas pessoas legais e admito que no começo foi um pouco difícil, eu não sabia muito o inglês e essas coisas, mas no pouco tempo que o professor Edmundo ficou lá me ajudou a me adaptar. Até que conheci minhas duas amigas americanas e elas me ajudaram bastante, pois conseguíamos nos comunicar. Fiquei confusa, elas sabiam o português fluente e elas me explicaram que já vinheram para o Brasil algumas vezes. - dou uma pausa para respirar. - Senti muito a falta de vocês. Na faculdade foi bem divertido, conheci outras pessoas...acho que foi basicamente só isso.

Assim que termino de falar, uma mulher vestida de garçonete vem e nos entrega o lanche.

- De princípio achei que você não iria mesmo para os Estados Unidos. - comenta Matth e eu tomo um gole da minha coca-cola.

- Eu até pensei em negar e não ir, mas eu precisava respirar novos ares. - digo e dou uma mordida em meu lanche. - Mas e você, o que aconteceu nesses 6 anos?

- Me dediquei aos estudos, consegui passar em Medicina, tive alguns casos românticos... - diz ele rindo estranho. - E só isso, não aconteceu muitas coisas.

Depois de alguns minutos terminamos nosso lanche. Matth insistiu em pagar a conta mas eu neguei, então cada um pagou metade.

- Senti falta de ter você por perto, era ruim olhar pela janela de casa e não vê-la passando pela rua. - comenta Mattheus olhando para o céu.

- Vocês continuam morando lá? - pergunto e Mattheus nega.

- Mamãe decidiu mudar para um apartamento quase aqui perto. - diz ele e eu não digo nada.

- Quer sorvete? - pergunta Mattheus apontando para o outro lado da rua.

Assinto e assim comprando dois sorvetes de casquinha.

Olho no relógio do celular e já são 21h45min e como é dia da semana as lojas e os lugares da cidade já estão para fechar.

Caminhamos até a uma pracinha e nos sentamos no banco. Olho ao meu redor e observo algumas crianças brincando. Ao longe seus pais os observando.

Sorrio ao ver uma menininha junto a um garotinho, os dois parece estar se divertindo.

E apesar de ser noite e estar um pouco frio, nada parece conter a alegria daquelas crianças.

Me lembro de uma vez em que estava sentada lendo um livro e por uns segundos observei algumas crianças a minha frente. Elas se divertiam como se o mundo não fosse o que é, como se nada os importava. Lembro-me vagamente de sentir inveja delas.

A Gordinha Rejeitada.Onde histórias criam vida. Descubra agora