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Os alunos continuam olhando para nós, mas vejo que Mattheus não está preocupado com isso e assim seguimos para uma mesa bem próxima.

- Ei gorda, amiguinho novo? - pergunta Lucas, um dos populares.

Fico com vergonha por o Lucas ter me chamado assim na frente do Matth. Penso em algo para falar, mas como sempre as palavras não saem.

- Por que não vai ver se ela tá na esquina, garoto? - diz Mattheus encarando Lucas. Espera! Ele está me defendendo?

- Qual é cara, não me diga que é namoradinho da baleia. - diz Lucas em um tom de provocação.

Matth olha ao nosso redor e percebe que todos que estão ali, estão prestando atenção em nós.

Me sinto muito magoada por ter posto Mattheus no meio disso tudo.

Mas apenas fico parada pensando no que fazer.

- Garoto, se eu fosse você não se metia no meu caminho e nem no dela. - diz Matth se referindo a ele e a mim.

- Por que se não vai fazer o quê? - pergunta Lucas chegando mais perto de Mattheus.

Entro no meio dos dois mesmo sabendo que não foi uma boa ideia, mas continuei ali, mesmo que minha presença não faça diferença nenhuma.

- Sai da frente, baleia, se não é hoje que você volta para o mar. - Lucas diz e eu me sinto mais magoada por essa cena que ele está fazendo.

- Qual é a parte que você não entendeu? - pergunta Matth e sua raiva por Lucas é eminente.

- Sei lá, acho que não entendi nenhuma mesmo. - diz Lucas dando de ombros e vejo que o mesmo gira após ter ganhado um soco do Mattheus.

- Espero que agora tenha entendido ou irei explicar mais uma vez se for preciso. - Mattheus diz e pega na minha mão me puxando para fora dali.

As pessoas nos olham espantadas, e por um lado entendo elas.

Fala sério! Que tipo de garoto como o Mattheus me defenderia? Nenhum, e agora ele simplesmente fez e confesso que até eu fiquei surpresa.

Saímos dali e ele apenas soltou minha mão quando chegamos ao jardim, no qual passava boa parte do horário.

Ficamos em silêncio e Matth apenas observava tudo ao redor. Claro, né, sua anta. Ele acabou de entrar nessa escola, quer o quê? Que ele já saiba de tudo?

Meu subconsciente diz. Matth continua em silêncio até que seu olhar para no meu.

- Você está bem? - pergunto a ele, pois ainda sinceramente não acredito que ele me defendeu.

- Por que você deixa as pessoas falarem assim de você? - responde Matth com outra pergunta, mas apenas dou de ombros.

- Já me acostumei. - menti. Sim, eu me sinto muito humilhada toda vez que isso acontece, então não, eu não estou acostumada com isso, pensei.

- Como pode alguém se acostumar a sofrer bullying? - diz ele e meus olhos ficam marejados.

Não sei por qual motivo, mas quando Mattheus pronunciou a palavra "bullying" me senti pior do que antes.

Não vou chorar na frente dele, ele me acharia fraca por chorar, mesmo sendo por motivos bobos.

- Quer saber a verdade? - pergunto e ele me encara e assenti. Então resolvo falar tudo que eu sinto. - Se você quer saber o porquê de deixar as pessoas falarem assim, sim, eu tenho um porquê! - digo e viro para o lado para ele não ver que já estou chorando.

A Gordinha Rejeitada.Onde histórias criam vida. Descubra agora