♥️22♥️

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Encaro Adrian e depois direciono meu olhar para o meu irmão.

Arqueio minha sobrancelha esperando uma resposta.

Meu irmão devia ter avisado que Adrian viria.

Eu teria com certeza me preparado mentalmente antes de vê-lo outra vez.

Claro que eu teria possíveis chances de vê-lo amanhã na empresa, mas até lá eu não estaria como estou agora.

Sei que eu não devia tentar parecer outra pessoa na frente dele.

Mas eu pelo menos estaria devidamente arrumada, sem esse short curto e essa blusa gigante que só me faz parecer maior.

Mas quer saber de algo? Eu não estou nem aí pra ele.

Adrian que veio até minha casa e não eu que fui a dele, então não irei trocar de roupa ou fazer qualquer outra coisa para parecer bonita.

- An...eu trouxe meu amigo Adrian, fiquei sabendo que ele é seu chefe, então espero que não seja um...problema. - diz Bernardo me tirando dos meus pensamentos.

- Ah, problema nenhum. - digo dando um sorriso forçado. - Poxa, que educação a minha. Entrem.

Abro mais a porta dando passagem para os dois.

Olho disfarçadamente para Adrian e eu morreria, mas não negaria que ele está divinamente perfeito.

Seu terno preto sobre medida com certeza foi uma fortuna, mas não deixo de reparar em uma aliança brilhosa no seu dedo anelar da mão direita. Isso faz com que eu me sinta triste e com raiva.

Porra! Sei que ele não é nada meu, mas porquê ele tinha que estar noivo logo da Giovana? Tantas garotas no mundo e justo ela ele foi escolher?!

- Vamos para a cozinha, acabei de preparar um bolo e quero que experimentem. - digo logo após fechar a porta.

Ah que burra eu sou, por que tenho que falar do bolo?

Caminhamos até a cozinha em silêncio, indico para que eles se sentem e assim fazem.

Deixo sobre a mesa uma faca e três garfos e pratinhos. Afinal, eles não vão comer com a mão, né?!

Pego na geladeira um suco de caixinha e o abro deixando sobre a mesa.

Abro o armário e pego copos e deposito os mesmo sobre a mesa e me sento.

Bernardo começa a cortar o bolo e se serve, e Adrian faz o mesmo em seguida e por último também pego um pedaço.

Confesso que esse silêncio que se faz presente é cômico, mas decido não quebrá-lo.

Quem diria que depois de longos seis anos Adrian estaria na cozinha do meu apartamento, degustando um bolo de chocolate no qual eu fiz. É, nem eu esperava por isso.

- Devia ter me ligado ontem avisando que iria para fora da boate. - comenta meu irmão.

E algumas lembraças voltam a minha mente, mas eu balanço a cabeça querendo afastá-las.

- Não quero falar sobre isso. - digo baixo e enfio mais um pedaço de bolo na boca.

Bernardo não diz mais nada durante uns minutos, mas logo se vira para mim sorrindo.

- Fico feliz que esteja bem. - comenta ele novamente e eu sorrio também.

Olho de soslaio e percebo que Adrian está me encarando, mas eu não faço o mesmo.

Depois de alguns segundos isso começa a me incomodar, mas não digo nada.

- Obrigado pelo bolo, estava uma...delícia. - diz ele com sua voz rouca e eu assinto totalmente envergonhada.

A campanhia toca me tirando deste constrangimento e eu rapidamente me levanto.

Antes de sair da cozinha vejo meu irmão tirando as coisas da mesa e guardando o bolo. Após isso Bernardo chama Adrian para a sala e antes que eu possa ouvir algo, saio da cozinha e caminho para a porta abrindo a mesma encontrando um Mattheus risonho.

- Oi, pode entrar. - digo e assim meu amigo faz.

Fecho a porta e Mattheus me dá um enorme abraço apertado e eu retribuo soltando uma gargalhada.

- Vai me matar sufocada, Matth. - digo ainda presa em seu abraço.

- Ah, larga de drama. - diz ele me soltando e bagunçando meu cabelo com uma de suas mãos, eu rapidamente dou um tapa na mesma.

- Ei! - reclama ele e eu sorrio.

- Ninguém mandou bagunçar meu cabelo. - digo mostrando língua.

- Ah, já sabe o ditado, né? Quem dá a língua quer beijo. - diz Mattheus chegando perto de mim, mas eu o empuro e corro para o outro lado do sofá. - VOLTA AQUI, SUA...

- Parecem duas crianças. - comenta meu irmão para Adrian, já tinha até me esquecido que eles estavam aqui.

Não tenho tempo de protestar, pois vejo Mattheus se aproximar de mim, então corro para o meu quarto e tento fechar a porta, mas Mattheus parece ser mais forte. Claro que ele é sua dãã, e assim que ele consegue abrir, o mesmo entra e fecha a porta atrás de si.

- Não irei te beijar a força. - diz ele baixinho e cada vez chegando mais perto de mim. - A não ser que você me implore. - sussurra ele em meu ouvido e eu o empurro.

É, realmente parecemos crianças.

- É, parece que não teremos algum tempo sozinhos. - diz Matth fazendo um biquinho fofo.

- Ah, larga de drama, Sr. Dramático. - digo me deitando na cama e tacando um travesseiro no meu amigo. Mal dá tempo de piscar e ele arremessa o travesseiro em cheio na minha cara.

- Idiota. - digo puxando ele e o mesmo cai ao meu lado e assim soltamos uma gargalhada alta.

- Que tal darmos uma volta? - pergunta ele e eu me viro o encarando.

- Ok, só vou trocar de roupa. - digo me levantando e indo ao pequeno croset. Pego uma calça jeans preta com alguns rasgos e uma regata preta também.

Entro no banheiro e troco de roupa.

Arrumo meu cabelos deixando de um lado só.

Passo um rímel, um brilho labial e assim saio do banheiro.

Sei que só vamos dar uma volta, mas gosto de estar bem arrumada quando não estou em casa.

- Deve estar frio lá fora, vista uma jaqueta. - diz Matth se sentando na cama com o seu iPhone nas mãos.

Pego minha jaqueta preta e a visto.

Vou até aonde fica os meus sapatos e pego minha bota preta de cano curto com apenas alguns detalhes.

- Estou pronta, vamos? - pergunto abrindo a porta e o mesmo me segue.

- Tá uma gata. - diz Matth passando por mim e me dando um selinho. - Ah, e esse seu gosto de morango me fascina. - diz ele piscando pra mim e eu dou um tapa em seu ombro.

Olho para os lados e vejo meu irmão e Adrian nos encarando.

Ué, eles não foram embora ainda?

- Irmão, eu e o Matth vamos sair, quando for embora pode fechar a porta e deixar a chave no vaso de flores que tem ali perto da porta? - pergunto para Bernardo.

- Ah relaxa, vou esperar vocês voltarem. - diz ele piscando pra mim e eu apenas vou até ele e dou-lhe um abraço.

- Até depois, meninos. - provoco e pego na mão de Matth e passamos pela porta.

Mas antes disso olho para Adrian.

Seu olhar é indecifrável.

A Gordinha Rejeitada.Onde histórias criam vida. Descubra agora