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Um dia depois...

Já tinha passando um dia e eu cada vez mais me sentia desanimada para ir a escola.

Estou no shopping com minha melhor amiga e estamos comprando materiais e roupas.

─ Só de pensar que temos aula amanhã cedo me sinto desanimada. ─ digo com um olhar triste.

─ Eu sei, amiga, também me sinto assim. Mas não podemos simplesmente jogar tudo para o alto e fugir para o Canadá. ─ diz Anne, minha melhor e única amiga. Ela também sofre na escola, pois é nerd e todos fazem eu e ela sofrer.

─  Tá, vamos esquecer isso e comer, pois não há nada melhor que comida. ─ digo. Pois é, não me importo. Eu não me acho gorda. E mesmo eu ficando triste por as pessoas me acharem, as opiniões deles que se fodam.

Fomos para o Mac. Pedimos lanche, suco natural e sentamos.

─ Então, amiga. Ouvi boatos que vai entrar muitos alunos gatinhos esse ano. ─ diz Anne empolgada e admito; ela não é feia, só sofre bullying na escola porquê é nerd.

─ A, sei lá, eu não me importo mesmo. ─ digo dando de ombros.

─  Amiga, não fica assim não, você é linda. Eles que são otários por não perceberem o que estão perdendo. ─ diz ela tentando me consolar.

O nosso lanche chega e começamos a comer.

Ficamos conversando e fizemos algumas brincadeiras.

─  Lau, tenho que ir. Amanhã conversamos mais, tchau. ─ Anne diz pegando sua bolsa e sai caminhando, logo a perco de vista.

Me levanto e vou caminhando até em casa, que não fica muito longe.

Quando chego arrumo as compras no devido lugar e vou até a cozinha comer algo.

Faço um lanche simples e um suco de uva.

Me sento na cadeira e começo a comer.

─ Quer ficar mais gorda? Não deveria estar fazendo um regime? ─ olho para a porta e vejo minha mãe me encarando.

Não respondo nada, pois não estou afim de responder.

─ Cadê a educação que eu te dei, garota? ─ pergunta agora mais perto de mim.

─ Não tenho nada pra falar. ─ digo e continuo comendo.

─ Não sei o que deu na minha cabeça quando fiquei grávida de uma gorda que não para de comer. ─ abaixo minha cabeça e as lágrimas escorrem. Não termino de comer e me levanto saindo dali.

Lágrimas escorrem e minha visão fica como um borrão, mas continuo andando até que trombo com alguém.

─ Desculpa. ─ digo sem saber em quem trombei.

─ Tá tudo bem, gordinha? ─ pergunta e eu percebo que é o meu irmão idiota.

Saio dali sem dar nenhuma resposta. Vou até o jardim e me sento no pequeno balanço que tem ali.

Olho para o céu que agora está escuro e com muitas estrelas.

Será que as pessoas seriam mais gentis e me amariam se eu fosse magra como as garotas da minha escola?

Decido andar pela rua e saio do jardim.

O vento frio bate em meu rosto e eu sorrio com isso. Continuo caminhando sem direção até que passo em frente da casa de Ari.

Penso em fazer uma visita e atravesso a rua. Bato duas vezes na porta e a mesma se abre revelando um garoto muito lindo.

─ Oi, posso ajudar? ─ pergunta ele e eu pisco várias vezes saindo do meu transe.

─ Ah, oi... a Ari tá em casa? ─ pergunto um pouco nervosa encarando seus olhos azuis.

─ Espera aí, vou chamar ela.  ─ diz se afastando mas se vira antes de sumir totalmente da minha linha de visão.  ─ Ah, esqueci de perguntar. Qual é o seu nome?

─ Laura Maria, mas pode me chamar de Lau, se quiser. E qual é o seu nome?  ─ pergunto meia sem graça.

─ Meu nome é Mattheus, mas me chame apenas de Matth. Espera aí que eu já volto.  ─  diz se afastando.

Sento na calçada, pois eu não quis entrar na casa sem ser convidada.

Será que ele vai fazer o que todos fazem?

Lágrimas escorrem novamente e eu dedido deixá-las escorrerem sem se importar.

─ A Ari tá tomando banho e pediu que esperasse. Então, posso te fazer companhia?  ─ diz Matth se aproximando de mim.

─ Claro. ─ respondo simplesmente.

Ele senta na calçada ao meu lado e me encara.

─ Tá tudo bem? ─ pergunta e percebe-se a preocupação na sua voz.

Apenas assinto e enxugo as minhas lágrimas.

─ Então... me conta sobre você. ─ digo tentando puxar assunto.

─ O que quer saber sobre mim? ─ responde e eu apenas fico pensando até não chegar em nenhuma conclusão.

─ Não sei, qualquer coisa. ─ digo dando de ombros.

─ Tá. Então, meu nome é Mattheus Santos, tenho dezoito anos e acabei de me mudar para essa cidade com minha família. Vou estudar no colégio Cristo Rei... ─ diz ele e eu não termino de escutar, pois sei que ele vai estudar na mesma escola que eu.

Puta merda! Eu estou literalmente fodida!

A Gordinha Rejeitada.Onde histórias criam vida. Descubra agora