Capítulo 5:

321 34 20
                                    


Alexandro Veras:

Perdido na minha dor eu só sei sentir a saudade sufocante que é minha vida depois que Gabriela e o nosso filho se foi

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Perdido na minha dor eu só sei sentir a saudade sufocante que é minha vida depois que Gabriela e o nosso filho se foi. Eu parei de viver naquele dia e de lá para cá venho desenhando uma farsa que justifique meus dias de vegetação. Porra! Aquele seria meu ultimo trabalho e eu estaria livre para ela. Teria minha vida toda para me dedicar à mulher que amei a minha vida toda e ao fruto do nosso amor. Na maioria do tempo eu dedilho as cordas do meu violão e deixo que as letras das músicas e melodias falem por mim o tamanho da minha dor e saudade. Estou mergulhado no meu momento, eu e meu violão quando sou despertado por um barulho. Há alguém por perto e veio a cavalo, pois o barulho causado pelo animal não deixa duvidas.

-Quem está aí? –pergunto, mas o silencio é minha resposta. Observo ao meu redor, mas nada de anormal acontece até que vejo uma mulher se afastando e por entre os galhos do mato que cerca a cachoeira, eu a vejo montar sua égua negra e partir dali. Eu não a identifiquei, mas o animal pertence à fazenda Recanto de águia. Sei disso por que aquela égua chamou minha atenção no dia em que meu cavalo soltou-se e foi parar na fazenda de dona Margarida. Verifico as horas e vejo que já é hora de almoço e decido dar por terminada a minha manhã cheia de saudades. Lola já deve ter preparado a comida e com a lembrança do sabor meu estomago dá sinal de fragilidade causada pelo tamanho da minha fome. A minha fazenda só perde em produção anual de café, produção de leite que abastece treze cidades e no fornecimento de carnes para a fazenda Recanto d'águia. Embora esteja passando por alguns problemas, ainda é grandioso o processo de produção que a mantém no topo. Dona Margarida só está precisando de alguém qualificado e de confiança para estar à frente dos negócios, caso contrário, vai realmente começar a ter prejuízos e danos maiores do que teve com aquele capataz.

Chego na minha casa e já sinto cheiro de comida. Lola não cansa de tentar me engordar. Por isso tenho que malhar ferrenhamente já que não consigo abrir mão de seu tempero. Eu até tento manter o equilíbrio, mas têm dias que a fome é maior devido à energia que gasto na lida da fazenda e acabo por perder o controle na hora de comer.

-Não me venha com seus beliscos nas minhas panelas, está me ouvindo? –ela já anuncia de costas para mim, assim que escuta meus passos.

-Como sabe que se trata de mim, Lola?

-Conheceria você até vestido de mulher, menino. Não seria seus passos sorrateiros que não denunciariam você chegando para assaltar minhas panelas.

-E por que diabos eu me vestiria de mulher, Lola?

-Eu é que sei. Só estou dizendo isso, para que saiba que eu saberei que é você, caso um dia decida se fantasiar de odalisca.

-Ta me estranhando, mulher? Eu, hein! –falo e me encaminho para o meu quarto tomar um banho. Depois do almoço eu decido passar à tarde deitado, uma vez que hoje a noite na boate vai exigir um poço mais da minha atenção. Dom anda muito estressado, alegando serem problemas pessoais, mas que tem tirado o seu foco do campo profissional. Faço do meu trabalho a minha forca de viver a cada dia, fora isso nada nessa vida me prende. Felícia até tenta desertar algum sentimento dentro de mim, mas é perca de tempo. Definitivamente m eu coração está destroçado para voltar a amar. O sexo com ela é bom e eu diria que a morena sabe o rebolado que tem; naquela noite ela soube me satisfazer e me surpreendeu a maneira como ela deixou que eu a fodesse, mas nunca vai passar disso. Nunca será além do meu pau se deleitando. Eu não sei mais amar.

Verdades que Ferem-TRILOGIA VERDADES - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora