Capítulo 7:

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Alexandro Veras:

-Olha que te achei uma patricinha apesar de estar pilotando aquela maquina, mas confesso que me surpreendi com seu desempenho de hoje. Um estilo de mulher gato com a Barbie... Não sei, posso dizer que é um enigma. -Falo de maneira provocadora surpreendendo a mim mesmo. A verdade é que essa menina me intrigou ao recusar tão soberbamente o meu dinheiro. Ela me olha por alguns segundos. Posso dizer que até de forma minuciosa, mas desvia o olhar como se na sua frente estivesse um mendigo. A indiferença que ela me trata é perceptível a qualquer que nos veja. -Se eu tinha duvidas, já não as tenho mais. Mimada e prepotente como foi da primeira vez em que nos vimos.

-Não conclua nada como se me conhecesse. -Ela fala severamente no mesmo instante que termino as minhas palavras. Seu tom de voz mesclado a raiva é evidente ao me confrontar. -E se vamos jogar esse jogo, posso te dizer o que penso a seu respeito: Um homem que acha que pode consertar o mundo com seu dinheiro e vem me dizer que eu sou prepotente? Faça-me o favor!

-Revoltada com o que mesmo? -eu falo aproximando mais meu corpo de suas costas. O cheiro de perfume que exala dessa atrevida me deixa na linha tênue do meu autocontrole. Um desejo incomum percorre meu corpo e eu sinto meu pau ganhar vida, ficando apertado para o recipiente que o acomoda. Afinal, a bunda empinada dessa diaba loira fica em contato mesmo que indiretamente. Mas, tento me controlar, eu preciso disso. -O processo geralmente é diferente. É inverso. Você se prejudicou e arranhou a belezinha da sua motocicleta e eu de bom grado, ia pagar o concerto, mesmo a culpa tendo sido sua por pilotar mal. - Ela se vira e a fúria em seu olhar me queima. Seu maxilar contido é a certeza que a boneca da Barbie está perdendo o seu eixo me deixa com uma vontade domar essa fera. Imagens do que eu poderia fazer com ela vem na minha memória.

-Sabe... -ela para e me olha de baixo a cima. Seu olhar percorre todo o meu corpo e isso juntamente com seu atrevimento continua a mexer comigo. -Eu teria aceitado de bom grado um simples pedido de desculpas. Teria lhe confessado que a culpa não foi sua e que me excedi na velocidade naquele caminho que eu não conhecia. Possivelmente teria te convidado a me fazer companhia em uma noite como essa e possivelmente, por você ser, é... Bonitinho, eu teria saído do tédio com você na minha cama. Mas eu tenho nojo de quem usa o dinheiro para "consertar o mundo". -la faz e usa os dedos fazendo aspas nas referidas palavras. -Gentilezas têm muito mais valia, mas infelizmente poucos são os que sabem disso. Passar bem. -ela se vira me deixando sozinho ma conversa que estávamos tendo. Seu shot de Tequila estava sobre o balcão do bar e num passe de mágica ela ingere todo o líquido, me olha mais uma vez e sai da rebolando seu traseiro perfeito para o meio do salão. Meus desejos primitivos estão à flor da pele e eu me pergunto como uma desconhecida, petulante e metida à patricinha mimada conseguiu me deixar de cacete duro em um curto espaço de tempo. Suas palavras ecoam em minha memória e eu passo a me imaginar na mesma cama que ela. Talvez fosse essa a maneira de fazê-la perder essa pose de superior. Não passa de uma mal criada e eu seria o seu disciplinador.

-Shit! -exclamo possesso de raiva. Já não consigo mais nem controlar o meu pensamento. Ela falou em me usar na cama. Seria eu seu brinquedinho que a tiraria do tédio. Mas isso só se eu não fosse um Veras.

-Felícia não irá gostar nadinha de saber que você estava tão próximo de outra mulher. -Meu amigo fala me tirando do meu estado inerte.

-Outra dose de Jack, por favor, John. -Peço e talvez num ato que reflete meu interior, eu bagunço os meus cabelos. Meu silencio trás os olhos de Dominique para mim e sei que ela quer uma resposta para o que aconteceu agora. -Caralho! Não existe mais Felícia. Alias, nunca existiu nada entre nós dois que levasse uma discussão sobre quem pode se aproximar de mim ou não. -ele apenas balança a cabeça como se concordasse com tudo que eu acabei de dizer.

Verdades que Ferem-TRILOGIA VERDADES - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora