Capítulo 8:

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Micaela Valadares:

Os lábios de Alexandro eram macios e acolhedores; isso me deixou inquieta. Eu não sou santa e vive meus momentos enquanto estive fora. Nada serio. Nada que me deixasse desperta para seguir além. A confiança de deixar meus sentimentos adormecidos reviverem não existia e isso para mim nunca foi um problema. Eu tinha certeza do que queria viver e quem estava comigo sabia dos meus limites. Rafael foi quem aqueceu minha cama por muito tempo, mas ele sabia até onde ir e embora eu lesse em seus olhos negros seu desejo de dá mais um passo adiante, eu nunca lhe permite. Alexandro me tomou por desafio e eu gosto de ser desafiada. É impossível negar que eu festejaria com aquele corpo maravilhoso e sem duvida aplacaria meu desejo, mas as palavras dele e seus olhos mexeram comigo. Lembranças da dor que André me fez sentir e uma mistura de passado com o presente foi à sensação que aquele homem com cheiro de sexo e perigo me fez ter. Tento desanuviar minha cabeça e decidir procurar por Cassandra, afinal já são quase duas horas da manhã e seu expediente já está encerrado, embora a boate ainda estivesse fervendo. A galera estava acompanhando as musicas cantada pela dupla de sertaneja e alguns casais até se entregavam a paixão tendo aquelas melodias como trilha sonora para suas entregas.

-John, sabe cadê Cassandra? ­–pergunto ao barman que havia me dito seu nome numa das vezes em que comprei uma bebida no inicio da noite.

-O Senhor Dominique a pela saída lateral da boate. Não os vi depois daquele momento "meio tenso" entre vocês quatro. –ele fala e logo me vem a memória do que se passou a poucos minutos. A verdade é que eu não parei para avaliar nada do que planejei essa noite. Dominique era meu foco para saber até onde Cassandra pode se machucar e se realmente ele é indiferente a ela. Contudo fui engolida por essa avalanche que Alexandro Veras foi na noite de hoje. Pra bem da verdade, eu não tive muito rendimento a não ser conhecer Pablo e me divertir um pouco, antes de encontrar com esse homem. Não nego que o mesmo é possuidor de um par de olhos que me hipnotizam e ainda ter a sensação de ter sua boca colada a minha, a arrogância de Alexandro desde o primeiro momento foi o que sobressaiu e eu não lido bem nessas situações. Poderia ter terminado diferente como eu havia lhe dito, uma vez que ao inspecioná-lo eu percebi que não usava uma aliança de compromisso. Havia um anel muito singular em seu dedo, mas nada que afirmasse um compromisso.

-Me sirva uma Marguerite, por favor. Esperar que ela aparecesse vai ser um martírio. Estou cansada, só quero ir logo desse lugar. –falo me sentado no bar, imaginando a minha cama quentinha e dando conta que eu estou excitada por toda essa adrenalina e todo o toque como rasto quente que Alexandro causou em mim. Não dá pra negar que as minhas palavras de provocação para aquele homem tinham muito de verdade. Em outras circunstancias eu realmente o aceitaria de bom grado na minha cama.

-Você não fugirá por muito tempo, Micaela. –a voz rouca de Alexandro ecoa atrás de mim. Eu sinto seu respirar no meu pescoço e isso fez minha pele arrepiar. –está se tornando divertido esse jogo de gato e rato, mas saiba que cedo ou tarde, hoje ou semana que vem... Ano que vem, eu terei você e farei juz a cada imaginação que criei hoje de nós dois juntos. –eu me viro para fitar aqueles olhos sedutores. Há uma promessa em cada palavra que ele me disse e eu sei que precisarei de muita força para resistir. –guarde a data de hoje, bela mulher. Guarde todas as suas provocações, pois você pagará por cada uma dela. –ele fala e não se intimida em devorar meus lábios mais uma vez. Eu deixo. Eu não o afasto por que tem algo nele, naquele momento que me deixou vulnerável. Mais uma vez será difícil esconder o quanto os beijos dele me entorpecem. Ele deixa uma mordida dolorosamente gostosa no meu lábio inferior. Um gemido escapa de sua boca o que é mais que suficiente para que deseje mais daquele gesto. Seus olhos com um brilho sedutor encravados nos meus, um simples cariciar de seus dedos na pele do meu rosto e ele me deixa. Estou em pânico com esse momento. Apesar de suas palavras rústicas, a sua atitude inerente me tocou. Eu levo minhas mãos a minha cabeça e segoro meus cabelos com um pouco de força. Solto o ar que nem reparei que estava preso e um tremor ocupa meu corpo como se eu estivesse em perigo. Talvez seja realmente isso: estou em perigo. Essa adrenalina toda de fugir me deixou vulnerável. De longe vejo Alexandro abordar um rapaz e falar algo. A cara de desagrado que o jovem fez foi divertida de assistir, mas como parece ser costume, o senhor prepotente conseguiu se impor e o rapaz seguir com ele.

Verdades que Ferem-TRILOGIA VERDADES - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora