Capítulo 4:

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Micaela Valadares:

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Micaela Valadares:

-Quer dizer que sou um Louco? –A voz grave com um tom aveludado desse desconhecido fez com que eu encontrasse seus olhos. E Porra, Que olhos! O homem que está a minha frete é o que eu posso dizer de caminho para o inferno. Seus olhos são um convite para o pecado e se eu realmente estivesse interessada numa aventura esse seria um excelente candidato; Contudo seu jeito superior me deixou puta da vida. Certo que eu o alfinetei falando do prejuízo causado a minha belezinha, minha mais nova aquisição e companheira de estrada, mas eu sou consciente de que errei em não diminuir a velocidade numa curva fechada como a que acabei de fazer. Porem a prepotência em me dar uma quantia além do que realmente vale o conserto, que diga-se de passagem, foi somente um pisca quebrado e uns arranhões no tanque, devido ao terreno ser piçarra, eu me senti ultrajada em perceber que é característica das pessoas querer colocar o dinheiro a frente de tudo. Pessoas soberbas e pretenciosas usam o dinheiro como uma ponte para chegar aonde não consegue ir de outra maneira; não por falta de sabedoria ou oportunidade mas por serem oportunistas e de caráter duvidoso. Assim eu vi este homem, o homem que trasborda beleza por fora mas que a impressão que me deu foi de ser asqueroso por dentro. E como diz o ditado: A primeira impressão é a que fica.

Minha avó margarida já estava à minha espera e me confessou estar entrando em desespero com a minha demora. O ar nessa região parece ser ainda mais puro que em Ribeirão. Acredito que seja pelos rios arredores e os plantios das fazenda. Minha avó me acolheu com todo o seu carinho e me acomodou num dos melhores quarto da fazenda Recanto d'águia. Na noite deste dia eu não me senti em condições de fazer mais nada além de tomar um banho, comer algo que minha avó mandou-me servir no quarto e dormir profundamente.

O dia amanheceu e ali na fazenda o sol parece brilhar mais forte. As 6:00hs da manhã e o raiar anuncia sua beleza. Acordei com uma disposição que há muito eu não sentia e pra ser sincera eu acreditei ter deixado a minha coragem toda no exterior. As lembranças das aventuras cheias de adrenalina dos momentos que vive fazem eu me perder por alguns segundos na minha memória, até alguém me bater a minha porta.

-Como eu sei que aqui você gosta de acordar cedo, eu não hesitei em vir te acordar, achando que você ainda poderia estar dormindo devido ao cansaço da viagem. –Minha avó com os seus sessenta e sete anos e os cabelos grisalhos amarrados em um coque diz atravessando a porta do meu quarto quando tem a certeza que estou realmente acordada.

-A senhora fez muito bem vovó Magá. Mas eu não consigo ficar presa aos lenções sabendo que tenho um dia lindo lá fora e muito menos que as suas panquecas estão esperando por mim lá em baixo onde o cheiro de café é o primeiro aroma do dia que quero sentir. –Falo com minha voz rouca causada pelo sono e abrindo os meus braços para que ela me abrace como costuma fazer sempre. Meus pais culpa minha avó por eu ser mimada. Segundo eles e o meu adorado irmão Junior eu sou o limite de ser humano mimado; confesso que sou mas não exagerada como minha família afirma. Eu sempre fui a princesinha do castelo, onde meus pais eram o rei e a rainha e o Júnior era o príncipe encantado. Mas meu castelinho de areia desmoronou naquele dia há dois anos. Os sonhos de uma menina mimada foram soterrados pelo avalanche de acontecimentos eu forma meus carrascos durante esse tempo. Eu me mantenho "mimada" perto de quem amo e nesse caso isso se restringe a minha família. Mas não sou a candura que um dia eu fui. Pode acreditar, esse tempo de dois anos fora me fizeram uma mulher que quem me conhece de perto não me reconheceria. Melissa sabe das minhas fraquezas e feridas mas o que ela não imagina é a forma que usei para camuflar minhas feridas. Minha avó me dá carinho da mesma maneira que ela me dava quando eu era criança e sua doçura é a mesma e nunca mudou. Eu não tenho nenhuma dificuldade em assumir que eu preferi a sua companhia por que sei que não haverá especulações a respeito do meu passado e nem um julgamento para o meu futuro. Assim espero! Ela me deixou no quarto para tomar um banho e foi fazer o que ela mais gosta: cozinhar! Minha avó pode ser inúmeros empregados a sua disposição mas não abre mão de suas panelas e diante disso só posso constatar que precisarei achar uma academia na cidade para malhar e fazer minhas aulas de auto defesa mesmo que sozinha, caso contrário, ficarei bem gordinha. O que não é minha intensão. Desço e como eu sabia, o cheiro do café é o primeiro do meu dia; O que me alegra muito! É como se me desse um sentimento de família. Aquele que que eu perdi durante esses meses fora. Na cozinha tem a Cacilda que trabalha aqui nessa fazenda desde que me entendo por gente. Ela e seu esposo Tião desde que eram solteiros que trabalham aqui e foi aqui mesmo que eles iniciaram seu amor, casaram e constituíram família; dessa união eles tiveram um casal e filhos: a Cassandra e Cássio. Conheço os dois que são alguns anos mais velhos que eu e lembro de nós todos brincando no rio que corta as terras da fazenda. O Lucas, a Melissa, o Junior e eu éramos consumidos pela ansiedade de podermos curtir as férias aqui.

Verdades que Ferem-TRILOGIA VERDADES - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora