Esconde-esconde

38 10 8
                                    

Vamos pra garagem, e entramos no carro. Vinícius começa a chorar.

- Como vou suportar esse mês sem saber onde está a minha mãe... Ela é tudo que eu tinha, e agora nem sequer sei onde está. Eu nunca te contei Fran, mas minha mãe foi encontrada pelo Christian na beira da morte quando estava pra me dar a luz, ele me salvou e salvou a ela. Mas como forma de pagamento, ela se tornou escrava sexual dele. Só fez isso porque queria que eu tivesse um futuro. E ela não tinha condições pra isso, mas ele sim. E eu não vou descansar enquanto não ver esse homem na prisão ou embaixo da terra. - Diz Vinícius, em lágrimas.

Dou um beijo nele sem pensar duas vezes.

- Meu amor, eu sinto muito!! Mas temos que ir, te prometo que conversamos mais tarde sobre isso.
- Digo, com pena.
Ele liga o carro e saímos em direção à Niterói. Paramos em um fast food, e logo seguimos viagem. Não aguento ficar acordada e acabo pegando no sono... Começa a chover e são 3:00 da manhã e Vinícius me diz que estamos quase chegando.

- Já? - Pergunto.

- Sim, se esqueceu? Peguei a Ferrari.
- Diz.

- Verdade, até tinha me esquecido que pegamos a Ferrari. - Digo.
Porra, por que diabos o Christian tem que ser tão rico? Meu pensamento é jogado longe quando chegamos no hotel.
Descemos do carro no hotel: - H Niterói Hotel.

- Vamos ficar aqui. - Diz, Vinícius.
Pegamos as malas e vamos até a recepção, nosso quarto é o 57.

- Aproveitem a estádia! - Diz a recepcionista enquanto nos entrega o cartão da porta do quarto. Entramos e o quarto e incrivelmente lindo e grande.
Cookie deita se no sofá, e Vinícius tira o sapato e deita se na cama, puxando o notebook, e pegando o celular.

- Vou dar uns telefonemas, quero ver o que consigo fazer. Não vou ficar fugindo e me escondendo, isso é patético. - Diz, ele.

- Tudo bem. Mas você sabe que não vai conseguir fazer algo de imediato, não é? - Retruco.

- Quando eu quero algo, eu consigo. - ele responde.
Vinícius me assusta na maior parte do tempo com toda essa determinação.

Vou para o banheiro e fico me encarando no espelho.
Esconde-esconde com o Christian?
Quando isso acaba?
Será que eu estou realmente apaixonada pelo Vinícius?
Tantas perguntas sem respostas, mas tenho uma certeza incerta dentro de cada uma... o medo constante. Reflito muito sobre tudo, até que Vinícius me chama.

- Falei com meu advogado, ele disse que a polícia foi até a minha casa, mas nossos pais não estavam mais lá, estão tentando rastrear. - Diz, com um leve ar de alívio mas mesmo assim a preocupação pesa em suas palavras.

Dou um sorriso. Ele diz:

- Está entediada né?

- Um pouco... Mas fico feliz de ouvir que estão a procura deles. E talvez eu esteja com medo - Digo.

- Afim de conversar? - Pergunta, ele.
Sentamos na cama e digo:

- Me conte da sua mãe...

- Bom, sempre sofremos com o meu pai. Ele agredia muito ela, e as vezes ela apanhava no meu lugar, uma vez ele estava prestes a matar ela, mas impedi... - Diz ele, enquanto tira a camisa me mostrando uma pequena cicatriz perto do pescoço.

- Arranhão de uma faca... - Sinto sua dor ao pronunciar as palavras. Escuto atentamente, e logo dou um beijo nele e ficamos um tempo nos amassos.

Sinto sua língua quente dentro da minha boca pulando de desejo. Minhas mãos em sua nuca e as unhas arranhando seu coro cabeludo, sua mão desce suavemente sobre a lateral do meu corpo, chegando até a minha coxa. Aquela mão pesada mas tão macia, aperta com força a minha bunda. Meu corpo estremece e a necessidade de algo mais toma conta de mim.

- Eu quero. - suspiro.

- Quer o quê? - ele me questiona, mesmo sabendo qual será a minha resposta.

- Você. - digo puxando sua camisa afim de tirá-la.

- Já chega dona Franciny... Vamos dormir, você precisa descansar.

- O QUÊ?! - esbravejo.
Ele ri, zombando de mim. Fico irritada por ele ter me iludido, mas acabo rindo da situação.

Ele se deita na cama e estica os braços como sinal de que eu devo me deitar também. Me atiro na cama e engatinho até ele deitando entre os seus braços, apoio minha cabeça em seu peito e ouço seu coração palpitante. Ele liga a televisão já que pelo o que sei, ele tem mania de dormir com o barulho da própria.

- Posso escolher? - pergunto.

- Não escolhe aquelas suas séries ruins.

- Afs... - retruco

Por fim, acabo escolhendo um filme.

- Pode ser esse? - pergunto - Amor?
Não acredito que você dormiu.

Desligo a televisão e me viro para ele dando risada, acabo pegando no sono.

No dia seguinte, acordo e Vinícius ainda está dormindo, ele realmente está muito cansado, ele não é de ficar dormindo muito. Vejo o relógio e são 7:00, está chovendo. Fico olhando pra ele, quando começa a se mexer de leve... Abre os olhos e digo:

- Oi meu príncipe. Dormiu bem?

- Melhor? Impossível. E você minha princesa? - Diz, bocejando.

- Muito bem. Quer café? - Pergunto.

- Claro!! - Responde, todo preguiçoso.
Levanto e peço café da manhã,visto uma das suas camisetas e ele diz:

- Ei!! Essa camiseta é minha!

O que é seu, é meu também. - Digo, toda brincalhona.

- Então quer dizer que minhas cuecas também são suas? - Ele diz, rindo.

- Depende da ocasião. - Digo, e ele se levanta da cama me pegando no colo.

- EU TE AMO! - Diz me dando um beijo.

- EU AMO MAIS!! - Digo, e nesse exato momento o interfone toca.

A Profundidade Do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora