Pagamento de vida

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- Não, Christian!! Solte ela! - diz Vinícius andando de um lado para o outro.

- Escuta, garoto, ou você me dá o que eu quero ou essa linda menina de cabelos loiros vai passar pela mesma situação que sua namoradinha passou. - diz ele, rindo.

Eu nunca entendo o Christian, tenho quase certeza de que ele é bipolar. Mas nesse momento meu coração dispara e arranco o celular das mãos de Vinícius.

- Não faça nada com ela!! Eu faço o que você quiser - digo com meu coração na mão.

Escuto Lisa recusando o que eu acabo de dizer:

- Franciny!! Não!! Você não podia ter feito isso.

- Cala a boca, sua vadia! Agora voltando ao assunto, muitíssimo obrigado, espero ansiosamente!! - diz Christian encerrando a chamada.

Vinícius joga o telefone longe e me empurra contra a parede.

- O que você fez, Franciny??!! Ele vai te matar! Você não entende? Se eu te perder eu não vou suportar!! - grita Vinícius.

Ele me abraça forte enquanto peço desculpa várias vezes.

- Vamos ter que sair daqui de novo, Franciny. Vamos pro Canadá. - diz ele, me dando um tapinha nas coxas.

Pegamos todas as coisas e jogamos tudo muito rápido na mala.

- Me desculpa. - digo, me sentindo culpada.

- Suas desculpas não são válidas agora. Vou alugar um jatinho, não dá tempo de comprar uma passagem de avião. Vêm logo! - diz ele me arrastando pra fora do quarto.

Descemos, pegamos um táxi e adormeço no carro. Nervosismo amolece os meus músculos e me enfraquece. Vinícius me oferece um suco, e depois do próprio, eu apago. Acordo no outro dia e estou toda torta no assento do jatinho que Vinícius supostamente alugou. Abro meus olhos devagar.

- Já chegamos? O que aconteceu? Eu dormi? - pergunto acordando.

- Estamos quase chegando, só mais 10 minutos. E eu coloquei um calmante no seu suco e você dormiu... acha que eu não sei do seu medo de voar? Você fez um escândalo pra pegar o avião para o Rio - ele responde rindo.

- Que mentira! - digo rindo.

Vejo o horário no celular, 10:00 horas da manhã, sei lá que horas saímos do Rio. Sinceramente, depois de acordada, esses dez minutos são os mais longos da minha vida, deve ser porque estou com muito medo da chuva. Mas finalmente pousamos. Saindo do jatinho entramos num carro que supostamente Vinícius pediu pra trazerem... Saímos rápido em direção ao hotel. Conforme vamos indo vemos um carro que parece estar nos seguindo.

- Meu pai... Temos que ir para um lugar afastado pra distrair ele... Não posso deixar ele ver pra qual hotel estamos indo - diz Vinícius virando em direção à um lugar mais afastado.

- Como ele sabe que íamos vir para cá? - questiono intrigada

- Simples... Ele é o Christian.
- ele responde.

Ruas praticamente desertas. Christian acelera o carro nos obrigando a acelerar também, ele dá um tiro na roda do carro nos fazendo derrapar. Assim que o carro para totalmente, Vinícius pega uma arma que estava com ele.

- Fica perto de mim, ele deve estar planejando te levar pra longe, mas eu te prometo que nada vai acontecer - diz.

Me lembro que Vinícius fazia aula de tiro, ou seja, ele é bom e me sinto segura. Saímos do carro assim como Christian.
No meio da pista, Christian nos encara.

- Vinícius, meu filho, você está ficando muito mal criado. Pra que a arma? Merda, esqueci que você atira melhor do que eu. Mas um tiro não vai me impedir - fala ele debochando.

- Nos deixe ir, pai, eu não quero ter que te matar - diz Vinícius.

- Não seja idiota, garoto!! Você acha que tem coragem de me matar? E você acha que essa garota vai ser só sua? Não, mas nem pensar, vai ser minha também - diz Christian.

Nesse momento vejo meu pai sair do carro com uma mulher no qual fica de mão dadas com ele fumando com um copo de whisky.

- Ela não vai ser sua, pai. Pra ser sua ela teria que te amar e ela não te ama. Eu tenho o amor dela, algo que você nunca terá!! - diz Vinícius, me fazendo chorar.

- Não preciso do amor dela, só preciso do corpo dela. - Responde ele, rindo.

Vinícius se irrita, a chuva que tinha parado volta com força e Vinícius aproveita para dar um tiro no pneu do carro de Christian para sairmos correndo. Pegamos os documentos e as malas o mais rápido que pudemos, o centro não fica muito longe e chegamos rápido. Entramos num hotel qualquer e subimos pro quarto. Paramos pra respirar, nos olhamos e nos beijamos.

A Profundidade Do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora