(2) Um Sonho Não Sonhado Até o Fim

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...Nesse trilho há paradas, onde embarcam bons e maus momentos, onde as vezes descobrimos coisas, e também evoluímos...

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    O despertador toca. Eythan, sem abrir o olho, estica o braço para desligá-lo. Por fim identifica o aparelho e o som repetitivo cessa.

    O rapaz tenta se levantar vagarosamente, parecia que o sono o puxava para a cama novamente, mas ele luta contra seu cansaço e finalmente levanta ao se arrastar por todo o colchão e derrubar seu cobertor no piso de madeira escura.

    Eythan caminha descabelado até a porta e a abre se direcionando ao banheiro. Escova os dentes, toma banho, penteia o cabelo e por fim caminha até a cozinha, onde Jarime, Larissa e Maya já tomavam café.

    – Eu já ia te chamar. – Jarime diz ao amigo que já se acomodava.

    – Eu estou moído. – Eythan se recuperava do último jogo.

    – Temos que ir ao treino ainda. Vai conseguir? – Jarime zomba.

    – Claro! – Eythan sorri.

    A programação normal da TV é novamente interrompida pelo noticiário.

    "Pessoas de todo o mundo estão sofrendo pela nova doença que pegou todos de surpresa ontem, sexta-feira. Pesquisas já se iniciaram e um vírus muito resistente foi identificado.
No México, um homem foi morto por outras pessoas que pareciam apresentar a doença e cometaram o ato horrível de canibalismo. O virus parece ser transmitido por líquidos corpóreos e casos já começaram a ser relatados aqui no Brasil. Evite sair nas ruas e contatos com estranhos. Voltarei em breve com mais informações."

    – Então parece que é sério. – Jarime se preocupa.

    – Sei lá cara. Acho que não vai durar muito tempo. Vão criar uma vacina e tudo isso vai acabar. – Eythan diz se levantando.

    – Eu já vou nessa. – Larissa diz se despedindo de todos e indo embora.

    – Nós também vamos indo. O treino vai começar logo. – Eythan diz já pegando a mochila.

    – Nada disso. Vocês ouviram o jornal, não é para sair.

    – Mãe. Vai ficar tudo bem, relaxa. – Eythan tenta acalmá-la.

    – Não. Se for assim, eu levo vocês.
– Maya se levanta e pega a chave do carro.

    – Tá bom mãe. -Eythan sorri.

    Os três entram no carro e Maya começa a dirigir em direção ao estádio, onde seria o treino.

    – As pessoas estão levando a sério esse negócio de não sair de casa. – Jarime diz.

    – Pois é, as ruas do nosso bairro estão vazias. – Eythan comenta.

    Após pouco tempo chegam no centro, e se surpreendem com o que vêem. – O que está acontecendo? – Maya diz apavorada ao ver uma movimentação enorme de pessoas nas ruas centrais.

    – Acho que não vai ter treino. – Jarime comenta olhando um policial desviando o fluxo de veículos.

    – O que houve? – Eythan pergunta ao policial, que responde.

    – Infectados.

    – O que? – Eythan não compreende.

    – Só continuem por ali. – O policial aponta para uma direção. – Voltem para suas casas e não saem até a situação ser controlada.

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