(5-9) Sem Trato

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    Um som estridente soa e passos ecoam por um local de aparência úmida. Em alguns segundos dois indivíduos materializam-se na penumbra e lentamente param de andar.

    -E então? -Walter parecia curioso.
-Disse que encontrou algo importante. Algo sobre os Arrebatadores?

    -Exato. -Kwurt estava nervoso e quase gaguejava. -Capturamos dois deles. Estavam tentando obter informações, aparentemente.

    -Ótimo. O trato com Olímpia logo estará completo. Enquanto a isso, alguma notícia?

    -Sobre Olímpia? Nenhuma, mas temos um problema com um grupo de carniceiros. São dezenas.

    -Quais a chances de virem pra cá?

    -Grandes, mas um grupo de apoio já está a caminho para desviar o curso deles. E a rainha e os outro moradores ainda não sabem de nada.

    -Ótimo, certifica-se que continue assim. Hoje será um grande dia.
-Walter se distancia vagarosamente.
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    Mais tarde...

    -Escuta, por que é que não posso usar a minha arma? -Benjamin encarava um homem.

    -Porque não. É perigoso. -O sujeito já estava ficando irritado. Estavam em um corredor, onde entrava muita luz solar pelas janelas, iluminando todo o local.

    -Mas o meu trabalho não é com a segurança? Só quero a minha espada.

    -É uma arma muito perigosa, cara.

    -Eu sei, mas nunca machuquei ninguém que eu não quisesse. Vamos, por favor.

    -Tudo bem... Vamos logo. Que se dane também. Pelo menos vai me deixar em paz... -Benjamin segue o homem pelos corredores.
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    Na Fonte, os sons de caminhões eram quase constantes. No total eram três veículos que revezavam as idas e vindas do local. Jarime acompanhava Paulo em meio às pilhas de tralhas que tinham mais de três metros de altura e tentava não tropessar nos objetos que encontrava no percurso até o local onde iria trabalhar.

    -Quando perguntei sobre um trabalho diferente eu realmente queria um trabalho diferente. -Ele olha para o homem.

    -É um trabalho diferente, não se preocupe. Só que pode ser um pouco perigoso. -Paulo explica enquanto caminha.

    -O que terei que fazer?

    -Você verá.

    Segundos depois já estavam distanciando-se das pilhas e se a aproximando da quadra repleta de zumbis. O barulho de gemidos e grades sacolejando eram intensos e ficavam mais alto a cada passo que os homens davam. Jarime começa a reparar em um pequeno guindaste que chegava a mais de dez metros, passando a grade da quadra.

    -Por acaso vou ter que ajudar o cara do guindaste? -Jarime indaga olhando para o alto.

    -Não, você é o cara do guindaste.
-Paulo o encara e da um tapinha nas costas. -Charle! -Ele chama um homem que vem correndo.

    -Me chamou?

    -O nosso amigo aqui vai ser repositor de bando. O ajude a por os mortos dentro do cercado, ok? E cuidado na hora de manipular o braço da máquina. Vou supervisionar tudo, boa sorte. -Paulo sorri e se distancia-se dos homens. Jarime não sabia o que fazer.
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    Keys abre os olhos lentamente. O cansaço toma conta de seu corpo e não tarda muito para lembrar o que havia acontecido. Se levanta rapidamente e em alerta. Estava em um ambiente escuro e gélido, algumas tochas iluminavam um corredor que estendia-se até aonde a mulher não conseguia ver, pois estava em uma cela.

Uma Luz no Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora