Capítulo 5

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__ Acorda S/N! _senti meu corpo ser sacudido e resmunguei em resposta.
__ Levanta esse traseiro da cama, temos um dia cheio hoje. _Mei adorava me atormentar logo cedo de manhã.
__ Me deixa dormir Mei, estou com sono. _resmunguei me virando de costas.
__ Não acredito que dormiu com esse vestido. _abri os olhos de repente e sentando rapidamente olhei para a roupa que usava e para Mei.
__ Como vim parar no meu quarto? _ela ficou mais confusa que eu.
__ Veio com suas pernas?
__ Não lembro de ter sequer entrado em casa. _olhei ao redor e realmente estava no meu quarto e coberta. __ A última coisa que me lembro foi em tirar um cochilo em uma das cadeiras da piscina.
__ Você é sonâmbula amiga? _virei para a janela que dava visão a área da piscina e de longe avistei meu caderno jogado no chão.
__ Alguém me trouxe pra cá. _respondi baixo.

Tomei um banho e tirei aquele vestido indecoroso, vesti um jeans surrado, camiseta e casaco, ao descer para tomar café perguntei para minha mãe se ela sabia quem havia me levado para a cama, mas não obtive uma resposta, pois Mimi disse que quando chegou eu já estava na cama dormindo.

Como diabos eu fui parar no quarto?

Mei me arrastou para um tipo de compras com suas amigas riquinhas, vocês devem estar se perguntando como alguém como eu tinha Mei como amiga já que ela tinha outras de seu nível e a resposta é: não faço ideia.

As patricinhas me odiavam, mas como eram um bando de bajuladoras, aguentavam minha presença desagradável, o divertido daquilo era fazer zoação das roupas ridículas e maquiagens toscas, tentativas frustradas de serem gostosas.

Estava comendo meu x-burguer quando senti que alguém me observava, olhei para os lados, mas não havia ninguém, apenas pessoas andando pelo shopping fazendo suas compras, parecia paranóia minha, mas aquilo era bem bizarro, então discretamente peguei meu spray de pimenta.

Depois de comer fui obrigada a experimentar roupas, porque Mei insistia em dizer que eu precisava mudar o guarda roupa para impressionar os rapazes, não sei de que rapazes ela estava falando, pois o que no mínimo faria era espantá-los.

Havia acabado de tirar a blusa para vestir outra que não tinha as costas, bufei irritada, nunca em um milhão de anos vestiria aquela coisa, então o provador foi invadido por um ser encapuzado, corri para pegar o spray, mas o indivíduo foi mais rápido e me pressionou contra a parede.

Podia sentir seu perfume, era um cheiro másculo e familiar, tentei tirar o capuz, mas minhas mãos foram presas encima da minha cabeça, uma mistura de medo e excitação se apossou do meu corpo.

Ele respirava pesadamente e senti seu hálito bem próximo, meu peito subia e descia com as batidas frenéticas do coração, se aquele ser não me beijasse, eu o beijaria, era coisa de maluca, mas a necessidade de sentir seus lábios foi mais forte.

De repente meus lábios foram tomados por ele, e o beijo era o mesmo do cara da festa, faminto e cheio de desejo, me senti em cinquenta tons de cinza, fiquei desarmada totalmente, pois nenhum cara era capaz disso além dele.
__ Quando chegou? _perguntei ao me afastar de seus lábios, mas como da primeira vez, ele sumiu como fumaça.

Saí do provador procurando a criatura que estava brincando com minha sanidade, porém ele despareceu, toquei em meus lábios ainda sentindo aquele beijo tão cheio de paixão, era quase inacreditável como um cara misterioso me deixou de pernas bambas.
__ A blusa serviu? _fui desperta dos devaneios pela voz de Mei.

Eu já era meio calada, mas naquele dia simplesmente não dei sequer uma palavra, minha mente só pensava no desconhecido e por isso me tranquei no estúdio e pintei aquele que atormentava meus pensamentos, um homem misterioso, com o beijo mais quente e que fazia a mais fria das mulheres pegar fogo.

Me deitei no chão totalmente exausta, aquela pintura tomou todas minhas forças, nunca imaginei que alguém que parecia mais uma assombração mexia comigo, olhei para a blusa que havia comprado algumas horas antes e esta estava toda suja de tinta.

Mei vai me matar!

Ri com esse pensamento, a blusa custou mais do que minha alma, mesmo sendo rica nunca comprei roupas caras já que acabaria com elas com tinta, batidas na porta me tiraram daquele clima descontraído entre mim e mim mesma.
__ JÁ VAI! _levantei e caminhei até a porta abrindo-a. __ O que é?
__ Sua mãe está te chamando. _Damián o marido americano de Mimi disse.
__ É algo muito importante? Estou pintando. _nunca trocamos meia dúzia de palavras e lá estávamos nós conversando.
__ É sim S/N, é importante. _respirei fundo e fechei a porta atrás de mim.

No caminho até a sala, não nos falamos mais, meu relacionamento com Damián era bem evasivo, ele não se metia na minha vida e eu na dele idem, quando casou com Mimi nem se esforçou para me conquistar, pois já sabia que minha pessoa era chave de cadeia, então a melhor opção era se manter distante.
__ Olha quem trouxemos filha! _levantei a cabeça quando cheguei na sala e meu coração entrou em choque.
__ LuHan?! _respondi baixinho e o mesmo que estava de costas abraçando sua avó virou me encarando, mas se limitou a sorrir.
__ Como vai S/N? _seu tom era frio e sem emoções, nem parecia mais o garoto anjo que conhecia, pelo menos por dentro.
__ Vou bem e você?
__ Vai ficar, não é meu neto? _não obtive minha resposta, pois a bruaca se meteu.
__ Claro nonna! _sorriu para a velha.
__ Está vendo Min? Esse menino já pegou os costumes dos coreanos.
__ Deixe de bobagem mamãe, achei fofo!

Mãe, filho e avó conversavam animadamente, continuei parada na mesma posição, aquilo parecia quase que um pesadelo, LuHan estava de volta e Mimi foi buscá-lo no aeroporto, então o homem misterioso não era ele, deduzi isso pela forma fria que me tratou, como uma completa estranha.

Olhei para o lado e Damián também parecia uma estátua, dois estranhos no ninho, Mimi, a bruaca e LuHan eram uma família de verdade e nós apenas os intrusos, respirei fundo e já ia subir quando ouvi a campainha.
__ Vou atender! _disse, mas os três nem notaram, Damián me encarou e assentiu saindo da sala.
__ Feliz aniversário?! _franzi o cenho com aquela criatura segurando uma lata de tinta com um laço vermelho.
__ Não é meu aniversário! _respondi cruzando os braços.
__ Feliz aniversário atrasado?!
__ Está tentando se redimir com uma lata de tinta?
__ Consegui? _dei um longo suspiro, pois era difícil ficar com raiva dele.
__ Não devia está trabalhando? _peguei a lata de suas mãos.
__ Devia, mas não estou. _levantei uma sobrancelha. __ Tudo bem! Estou fazendo a ronda e resolvi passar aqui para me redimir com minha única amiga. _fez um biquinho fofo. __ Não posso? _ia responder quando risadas altas foram ouvidas. __ O que é isso?
__ LuHan voltou! _respondi sem ânimo.
__ Sério? _assenti. __ Legal! _dei de ombros. __ Preciso ir baixinha, te vejo por aí?
__ Almoço amanhã no restaurante do Wu, pago a sobremesa. _sorri de lado.
__ Você é a rica, sou apenas um policial assalariado.
__ O problema é seu! _ele deu uma risada alta e demos nosso cumprimento de punho fechado.
__ E aí LuHan?! _virei e meu irmão estava atrás de mim com um semblante sério.
__ Oi Zitao! _respondeu e nos deu as costas.
__ Ele está diferente. _o moreno disse.
__ Tanto faz! _dei de ombros.
__ Até amanhã baixinha!? _acenei para Zitao que foi embora.

Nos tornamos melhores amigos quando ele tinha acabado de sair da academia de polícia, uns caras não quiseram obedecer suas ordens e eu estava passando no local e ensinei uma boa lição para eles, a parti daí nos tornamos amigos.

Estava saindo do banho quando fui surpeendida por LuHan em pé observando meu quarto, respirei fundo controlando as emoções.
__ O que o Huang Zitao é seu? _franzi o cenho com sua pergunta, ele ainda estava de costas.
__ Somos amigos e daí? _respondi ríspida.
__ Por nada! _disse e saiu do meu quarto sem me encarar.

O que foi isso?

Angel's Face (Imagine LuHan) 4ª Temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora