Angel's Face (Imagine LuHan) 4ª Temporada.

Capítulo 10

Seus olhos estavam concentrados nos meus machucados e eu estava concentrada em observá-lo, LuHan não mudou quase nada, ainda tinha aquela expressão angelical e serena.

Direcionei o olhar para seu corpo e foi nele que houve a mudança, seus músculos se contraíam enquanto fazia o curativo em meus pés que ficaram cortados devido o vidro, não podia negar que era uma bela visão.

O QUÊ? SAI DESSA MULHER!

__ O que tanto pensa? _acordei dos devaneios com sua voz.
__ Como? _ele levantou a cabeça e sorriu de lado.
__ Está muito calada! _encarei seus olhos que me encaravam com intensidade.
__ Nada, não estou pensando em nada! _respondi desviando o olhar. __ Já terminou? Preciso ir! _fiz menção de levantar, mas meus pés doeram por conta dos ferimentos.
__ Ainda não pode andar, deixa que eu te levo. _seus braços roderam meu corpo, tentei esquivar, porém foi em vão.

Novamente fui colocada em seu colo, meus braços ficaram envolta do seu pescoço e pude ver quando se arrepiou com meu toque, LuHan caminhou lentamente subindo as escadas até o quarto, ele fazia um grande esforço para não olhar pra mim e nisso acabou mordendo o lábio inferior.

Meu corpo estava em total alerta, minha respiração pesada e podia jurar que suava frio, todo aquele contato me deixava nervosa, nunca senti tanta vontade de tê-lo por perto, mas tentei desviar esses pensamentos lembrando que ainda tinha uma vingança para cumprir.

Será que estou fraquejando? Não, não pode ser!

Ele abriu a porta do meu quarto e me depositou encima da cama, em nenhum momento trocamos qualquer palavra, LuHan permanecia quieto e calado, então puxou as cobertas para que eu deitasse, logo se retirando.
__ Obrigado! _disse baixo fazendo-o parar na porta.
__ Tome mais cuidado da próxima vez! _respondeu saindo.

Não entendi sua mudança repentina, antes parecia gentil e depois ficou frio como o mármore, seu comportamento havia mudado muito desde que voltou da Coréia, o doce menino não vivia nele as vinte quatro horas por dia.

Me cobri fechando os olhos, mas é claro para ter minha mente invadida por terríveis pesadelos, eram sempre os mesmos que me faziam acordar em pânico.

A casa estava em chamas, os cinco estirados no chão cobertos de sangue, a menininha à sua frente segurava uma faca de cozinha também suja de sangue, ela parecia não sentir remorso, dos seus olhos não saíam lágrimas, sua mão estava fechada em punho e mordia o lábio com força.

Uma menina sem inocência, sem pureza e sem alma, o rosto sério deu lugar a um sorriso sádico, ela estava feliz pelo feito, não havia quaisquer resquícios de bondade nela, que matou e gostou do que fez.

Apesar do sorriso no rosto, aquela criança carregava uma grande tristeza e dor, ela só conhecia o sofrimento e se deixou levar pela escuridão, então a menina olhou diretamente para mim e apontou.
__ Você é um monstro, um demônio sem alma. _dei dois passos para trás e acabei por tropeçar em um corpo.

A menina continuava caminhando em minha direção e sua voz ecoava na minha cabeça, coloquei as mãos na mesma em desespero, queria que parasse, odiava ouvir aquela voz.

De repente uma luz brilhou chamando atenção dela, então uma mão se aproximou do meu rosto, levantei a cabeça o encarando, ele sorria lindamente e seu rosto brilhava mais que sol.
__ Venha comigo e nunca mais terá medo. _segurei sua mão ainda pasmada.

A luz brilhou mais forte e quando abri meus olhos, estava em um lindo campo verdejante, o céu era azul e celeste, haviam flores por toda parte, no centro tinha um enorme carvalho, parecia até o céu.