Capítulo 15

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__ AAAAAAAHHH MALDITO VIZINHO! _praguejei levantando da cama com o barulho às sete da manhã de sábado.
__ Que gritaria é essa menina? _Mimi perguntou ao me ver descendo as escadas fumaçando de ódio.
__ Esse maldito vizinho com esse som alto às sete da manhã mãe, eu quero matar essa praga! _respondi me jogando no sofá.
__ Já falei com o síndico, mas parece que Oh Sehun é filho do dono do condomínio. _levantei a cabeça abrindo a boca incrédula.
__ Não acredito!
__ Pois acredite, por isso vou para minha aula de ginástica e voltar só mais tarde. _não acreditei que a praga daquele cara era filho do dono.

EU MEREÇO SENHOR!!!

__ Onde vai filho? _olhei para o lado e LuHan estava com uma toalha no ombro e usava bermudas com camiseta.
__ Vou para a festa na piscina lá na casa do Sehun.
__ QUÊ??? _falei um pouco alto chamando atenção de ambos. __ Você vai aonde? _o encarei de cima à baixo.
__ Pra festa do Sehun?! _me levantei de um sobressalto.
__ Desde quando você e aquele metido são amigos?
__ Nos conhecemos no outro dia que chegamos de viagem através de uns amigos em comum, então nos demos bem e ele me chamou para a festa na piscina.
__ Uma festa às sete da manhã? Sério? _cruzei os braços levantando uma sobrancelha.
__ Não sei essa sua implicância com o Sehun, ele é muito legal! _ele respondeu e se despediu da Mimi.

Era muita palhaçada mesmo, LuHan ficou todo amiguinho do cara de porta e até iria a uma festa, não ficaria em casa com aquela barulheira toda e também não tinha mais a Mei como amiga para fugir, o jeito foi apelar para o segundo melhor amigo.

Aquele sábado seria perfeito para dormir até tarde, comer besteiras e talvez pintar, porém tudo foi por água abaixo, literalmente, mas Sehun me pagaria com todas as moedas por arruinar meu sábado perfeito, nem que fosse a última coisa que eu fizesse na vida, acabaria com a festinha daquele imbecil.

Com a mochila nas costas e um casaco de capuz cobrindo a cabeça, andei pelas ruas para chegar na casa de Zitao, ele estava de folga e por acaso era o único lugar em que eu poderia ter um pouco de sossego, simplesmente adorava sua mãe, ela preparava os bolinhos de arroz mais deliciosos de toda China.
__ Foi expulsa de casa? _o grandão sorriu ao me ver, estava somente de calça moleton e o cabelo desgrenhado.
__ Na sua casa não tem camisa não? _respondi com outra pergunta e Zi deu uma gargalhada.
__ Pelo visto o humor está ótimo! _ele deu espaço e entrei.
__ Cadê sua mãe? _olhei ao redor em busca da senhora Huang.
__ Foi para o restaurante cedo, mas deixou seus bolinhos favoritos. _virei para o grandão de olhos arregalados.
__ CADÊ???

Comi os bolinhos em desespero, aquilo era muito gostoso, Zitao só ria da minha cara, depois de alguns goles d'água ele me ofereceu sua cama para tirar um ronco já que havia acordado cedo, não podia negar que o grandão era o melhor dos amigos.
__ Já disse que você é demais? _perguntei dando tapinhas em seus ombros.
__ Tão demais que você nem quer casar comigo! _respondeu e lhe dei as costas caminhando até seu quarto.
__ Me desculpe, mas fiz uma promessa de nunca casar com um policial! _respondi.
__ Qual o problema com os policiais? _o mesmo cruzou os braços me questionando e parei em frente a porta.
__ Esposas de policiais tendem a ficarem viúvas antes do tempo, então não, obrigada! _disse por fim entrando no quarto.

Nada que Zitao falava eu levava a sério, até mesmo a senhora Huang apareceu com essa história de casamento, então Zi sempre fazia brincadeiras desse tipo, éramos amigos e não havia mal nenhum.

Dormi como nunca havia dormido antes, comi igual uma porca, aproveitei o dia agradável ao lado da família do Zitao, meu apego com as pessoas era quase nulo, mas a família Huang me atraía pois lembrava a minha família de verdade.

No final do dia me despedi de Tao e voltei pra casa, mas para minha total surpresa havia uma ambulância parada em frente da minha casa, corri para ver quem tinha se machucado, de repente de dentro saiu uma maca e deitada nela estava LuHan.
__ O que aconteceu? _me aproximei dos paramédicos que o carregavam. __ Jesus!!! _LuHan estava com o rosto inchado.
__ Com licença moça! _o socorrista falou já que eu estava no meio.
__ Sou a irmã dele! _ele me olhou de cima à baixo.
__ Ela é minha irmã! _LuHan respondeu com os olhos fechados e a voz fraca.
__ O que houve com você moleque? _perguntei com o cenho franzido e ele sorriu de lado.
__ Moleque? Eu sou mais velho que você S/N! _bufei.
__ Não quero saber! O que foi que houve e por quê seu cabelo está preto? _as madeixas claras do mais velho estavam um pouco mais escuras que o normal.
__ Tive uma crise alérgica com a tintura e agora vou para o hospital, vem comigo?!

Ai que dia de merda!

Bufei e assenti o acompanhando até o pronto socorro, de longe vi Sehun com uma cara de espanto, deduzi que aquilo era obra dele, mordi o lábio com força já imaginando mil formas de matar aquele cretino bem devagar, não era possível que LuHan foi tão ingênuo de cair nas armações do maior.

O socorrista tentava segurar o riso, pois dentro da ambulância xinguei LuHan com todos os nomes possíveis, por ser tão irresponsável e ingênuo, o mesmo só revirava os olhos e gemia de dor, seu rosto estava desfigurado devido a alergia.
__ Bem feito seu cabeça oca, devia ter perdido o cabelo! _disse após ele ser examinado, o médico passou uma medicação e em duas horas LuHan já estava bem melhor no quarto.
__ Como pode desejar esse tipo de coisa para seu próprio irmão? _ele respondeu com uma voz manhosa que parecia fofa, mas me abstive de ficar encantada.
__ Nem vem com essa seu LuHan, se tivesse morrido? Eu te matava! _o moreno levantou uma sobrancelha me encarando.
__ Isso não faz sentido!
__ E não é pra fazer mesmo! O que você tem na cabeça para pintar o cabelo com um produto qualquer e sem um profissional?
__ Me desculpe S/N?! _ele abaixou a cabeça triste e suspirei.
__ Só não faz mais isso, certo?! A Mimi já foi avisada e ela está chegando. _respondi e encarei a janela.
__ S/N?! _virei a cabeça o encarando. __ Fecha a porta, por favor! _não entendi o pedido, mas assim fiz, fui até a porta fechando-a. __ Vem aqui que quero te contar um segredo e ninguém pode ouvir.

Como é?

Mesmo desconfiada com aquela conversa, caminhei até ele ficando próxima da cama, porém LuHan sinalizou para que eu ficasse mais perto, porque queria falar no meu ouvido, curvei um pouco ficando bem próxima do seu rosto.

Sem esperar, fui surpreendida por um beijo nos lábios, fiz menção de me afastar, mas ele segurou minha nuca aprofundando o beijo, no começo até parecia aqueles beijos de dramas com olhos abertos, porém aos poucos fui cedendo aquela boca tão doce e macia.

Querem saber por quê me rendi tão facilmente, ou por quê me rendi? Porque não tinha uma única vez que eu não conseguia ceder aos beijos de LuHan, ele simplesmente fazia me esquecer que tinha nojo ou aversão ao contato masculino, era como um remédio.
__ Por que insiste em continuar me beijando? _disse depois que nos afastamos e controlei as batidas do meu coração, LuHan sorriu lindamente e acariciou meu rosto.
__ Acho que não consigo evitar! _abri a boca, mas não consegui responder. __ Esperei anos para poder te beijar sem me sentir culpado por ser apenas uma menina. _foi aí que lembrei do nosso beijo na piscina no qual eu tinha apenas doze anos. __ Ás vezes tenho vontade de te beijar o dia todo, seus lábios são muito convidativos.

Cadê você chão??

Aquela foi a coisa mais melosa e linda que alguém já disse para mim, suas palavras me confundiam de uma forma inexplicável, não conseguia sentir um pingo de malícia ou duplo sentido no que dizia, parecia tudo muito sincero e apaixonante, meu coração começou a bater e fiquei sem ar.

Sua mão tocou meu rosto delicadamente e por instinto fechei os olhos sentindo seu toque macio, como se o calor do sol estivesse aquecendo meu coração frio, a luz dele invadindo minha escuridão, um anjo resgatando um demônio do inferno que era minha mente.
__ O que está acontecendo aqui? _arregalei os olhos assustada com a voz de Mimi atrás.

Agora ferrou!!!

__ Eu ia contar um segredo pra S/N, mas ela não quer acreditar em mim. _LuHan desconversou, fiquei ereta para depois me curvar para Mimi.

A vergonha alheia bateu e ficou, né querida?!

Sim, eu estava morrendo de vergonha por termos sido flagrados daquela forma tão comprometedora, Mimi de início achou estranho, mas logo sorriu caminhando até seu filho, ela depositou um beijo na minha cabeça e depois nele, me retirei, porém antes olhei para os dois e Mimi estava abraçada a ele que sorriu para mim dando uma piscadela.

Lógico que LuHan queria segredo daquilo e eu não me importava de guardar, caminhei pelos corredores do hospital sem rumo, até que me sentei em uma das cadeiras cobrindo o rosto com as mãos e dei um longo suspiro.
__ Dia difícil?! _levantei a cabeça dando de cara com a doutora Jung, ela sorria e sentou ao meu lado.
__ E como!! _respondi encarando a parede à minha frente.
__ O que se passa nessa cabecinha e nesse coração? _suspirei.
__ Não entendo porque quando estou perto dele sinto como se meu coração fosse sair do peito e todo nojo ou aversão que tenho pelo toque de um homem simplesmente desaparece quando ele me toca! Como se minha alma renascesse! O que isso significa doutora? _virei para ela confusa e a mesma apenas sorriu tocando meu ombro.
__ Siginifica que suas feridas estão cicatrizando e que está apaixonada!

Angel's Face (Imagine LuHan) 4ª Temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora