Angel's Face (Imagine LuHan) 4ª Temporada.

Capítulo 26

__ Por favor se acalme moça! _ouvi uma voz feminina ao longe. __ Chamem o doutor!! _de repente abri o olhos desesperada.

Duas pessoas me seguravam em uma cama, as lágrimas desciam sem cessar, me debati em agonia, pois as imagens alternavam entre Kwan me agarrando no quarto de casa e aquele quarto branco onde pessoas que pareciam enfermeiras tentavam me acalmar, minha esquizofrenia estava atacando.
__ Por favor senhorita, se acalme! _parei no mesmo instante que ouvi aquela voz.

A imagem da sala de casa começou a desaparecer dando lugar a um quarto de hospital, levantei a cabeça e lá estava ele, lindo como um anjo vestido de médico, seu rosto estava coberto por uma máscara branca, então pensei estar delirando de novo, que acordaria para vivenciar aquele pesadelo, porém nada aconteceu.
__ Está mais calma agora? _sua voz suave ecoou no quarto me fazendo acordar para a realidade, minha verdadeira realidade. __ Senhorita?! _assenti e ele sorriu. __ Que bom! Podem soltá-la, ela só teve um choque, mas está tudo bem! _ele virou para as enfermeiras que assentiram me libertando. __ Deseja sentar? _ assenti e com sua ajuda sentei na cama.

Ao ter seus dedos tocando minha pele foi como sentir pequenas cargas elétricas, ele estava lá dentro do meu sonho, como um anjo caído que surgiu de uma forma bela, mas desapareceu, já não sabia o que era real ou fruto da minha imaginação.
__ O que aconteceu comigo? _perguntei com a voz um pouco fraca e ele sentou ao meu lado.
__ Uma overdose de cocaína! _arregalei os olhos. __ Você misturou muita coisa no seu organismo, tivemos que fazer uma limpeza no seu sangue.

O que eu fiz da minha vida?

__ Como se sente agora? _respirei fundo.
__ Não tenho certeza! Quanto tempo eu dormi? _virei para o médico.
__ Dois meses!

Dois meses? Eu sonhei durante dois meses uma vida toda?!

Lembrava de tudo, como aconteceu, como fui parar naquela vida miserável, em uma noite agitada de festas me entreguei aos prazeres da carne, um caminho sem volta que quase me levou a morte, ou melhor, a uma realidade que meu cérebro criou para viver.

Naquela noite fria em um baile funk onde havia sexo, bebidas e drogas até no meio da canela eu me tornava um monstro, um cara diferente a cada quinze minutos, muita bebida e cocaína, naquela noite nem pensei na minha família ou própria vida, só pensava em me divertir.

Na quarta cheirada o pó queimou por dentro, em questão de segundos eu estava entrando em choque, se tivessem demorado alguns minutos, teria morrido como um ser desprezível que era, merecia morrer, mas de alguma forma ganhei uma segunda chance, só não entendi onde a China se encaixava nisso.
__ Filha!!! _minha mãe e pai apareceram com lágrimas nos olhos.

No meu sonho eles estavam mortos, os vi morrer nos olhos de uma criança, aqueles que sofreram vendo a filha que tanto amavam se destruir aos poucos ao ponto de estar naquela situação miserável, mesmo assim continuaram me amando e como se tivesse vivenciado suas mortes os abracei forte.

[...]

Abri a porta do meu quarto e estava do jeito que deixei, sapatos espalhados pelo chão, posters ridículos de cantores ainda mais ridículos, meu estômago embrulhou só em ver aquilo.
__ Não mexi em nada, você podia não gostar. _minha mãe disse atrás de mim.

Fez errado mãezinha!!

Ela saiu para fazer o almoço me deixando sozinha naquele chiqueiro, respirei fundo começando a juntar as roupas e sapatos, a cama parecia um ninho, abri o guarda roupas e só haviam roupas devassas.

O que eu fiz da minha vida?

Juntei o máximo daqueles pedaços de pano que um dia chamei de roupa e coloquei em um saco de lixo junto com os posters e os perfumes adocicados que me causavam ânsia, aquela não era eu, não a de verdade, uma rebelde sem causa.