Novas Confissões da Trintona Descolada

Antes, umas palavrinhas

Durante um bom tempo escrevi minhas confissões em um diário que virou um livro de sucesso. Minhas confissões não são algo que eu possa contar a um padre em um confessionário. Não porque sejam "cabeludas" demais. Tenho certeza de que os padres estão acostumados a ouvirem inconfidências bem mais graves. Eu nunca cometi nenhum crime; não matei ninguém, não roubei, não tirei balas de criancinhas.

Está certo que omiti alguns fatos de minha vida de algumas pessoas do meu convívio. Mas, não se pode dizer que menti, ao menos não menti sobre nada grave. O motivo pelo qual não posso me confessar ao padre é que não estou nem um pouco disposta a me arrepender de minhas atitudes. Se não posso me vangloriar de minhas escolhas, tampouco me envergonho delas.

Como não poderia me confessar ao padre, confessei a todo mundo. Escrevi um livro. Então, minha vida agora é um livro aberto. Você que leu o livro deve estar pensando: "mas, você não cita nomes, como vou saber quem você é?". Não precisa. Basta que me permita continuar compartilhando com você as minhas confissões.

Você que ainda não leu o meu livro deve estar se perguntando o que eu fiz de tão extraordinário que mereça ser enredo de uma obra literária. Pois lhe digo que, para a sua decepção, não se trata de nada fantástico. Apenas sou uma dona de casa, profissional, mãe de dois filhos e esposa, competente em todos esses papeis, e que ainda conseguiu dividir, por um bom tempo, seu afeto entre um marido, um amante e um namorado. Sem um pinguinho de culpa.

E, se tive que fazer um ou outro arranjo para conciliar minha vida tripla, nunca foi nada grave ou que prejudicasse seriamente a quem quer que seja. Por tanto, minhas confissões não constituem um mea culpa; nem pretendem influenciar ninguém. Quero apenas lhe proporcionar alguns momentos de pura diversão. Pronta para me emprestar seu ouvido (ops!), seus olhos? O primeiro capítulo sai amanhã.

Obrigada por me acompanhar! E, por favor, registre suas impressões nos comentários. Elas são muito importantes para o meu crescimento como escritora.