Resta um!

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     Sempre amei crianças, mas infelizmente não posso ter filhos

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     Sempre amei crianças, mas infelizmente não posso ter filhos. Acredito que meu amor aumentou ainda mais quando recebi essa triste noticia: "Você é estéril".

     Cuido de crianças há muito tempo, e não sou tão velha, tenho apenas 25 anos. Todos ao meu redor me julgam por ainda viver assim, todos querem que eu faça uma faculdade e me torne qualquer outra coisa. Nunca conseguiria abandonar essa vida, até sou considerada por muitos do meu bairro como a mulher mais confiável da cidade.

     Recebi um telefonema está manhã, me pediram para cuidar de três crianças esta noite, e claro, me pagariam muito bem por isso. O bairro onde costumo trabalhar é muito fino, pessoas com pouco dinheiro não moram ali. O que eu ganhava dava para viver muito bem, disso eu nunca reclamei.

     Pediram para que eu chegasse ás 19h00min, e fui pontual. As crianças não eram tão novas, a menor tinha 10 anos e a mais velha 13. Seria uma noite simples, não poderia dar nada errado, até por que experiência não me faltava.

     Os pais me pediram para por os três para dormir exatamente ás 21h00min. Me entregaram um caderno que continha algumas instruções do que eu deveria fazer em certas ocasiões, e logo depois saíram. Abri o pequeno caderno e logo no começo já estava escrito o horário de dormir das crianças. Os pais pareciam ser bem organizados.

     Deixei o caderno sobre a mesa de vidro na sala e liguei a TV. As crianças estavam brincando no quarto que ficava no andar de cima da casa, e faziam tanto barulho que dava para ouvi-los lá de baixo. Era domingo, não havia nada de interessante em nenhum dos canais, e fiquei com medo de acabar pegando no sono enquanto assistia, então desliguei a TV e fui olhar as crianças. Acabei brincando com elas até dar a hora de dormir, e após ter certeza que todas estavam em suas camas eu desci para a parte de baixo da casa.

     Não queria acabar dormindo vendo os canais chatos na televisão, então me sentei no sofá e comecei a folhear o caderninho que eu havia posto em cima da mesa de vidro. Era tão detalhado que não tinha como não se surpreender. Nunca havia encontrado antes pais tão preocupados com o bem estar de seus filhos, e isso me deixou muito feliz.

     Na quinta página do caderno, logo no final da folha havia escrito assim: "Não se esqueça de ir à farmácia comprar algo para tosse, tem uma ai perto de casa, o dinheiro está na mesa".

     Fiquei imóvel por alguns segundos, não pude acreditar no que eu estava lendo. Como eu poderia sair e deixar as crianças sozinhas? E nenhuma delas estava com tosse. Fiquei relutante por alguns minutos, mas acabei decidindo ir compra-lo. Não poderia dar desculpas para não me pagarem.

     A farmácia era no mesmo quarteirão, e fui correndo o mais rápido que pude, não queria que as crianças acordassem e não me encontrassem lá. Voltei tão rápido quanto fui, e após trancar a porta corri direto para o andar de cima para olhar as crianças.

     Subi as escadas e quando me aproximava do quarto ouvi um barulho vindo da janela. Abri a porta bem rápido e vi seu olhar perverso me encarar, a risada era maligna. O quarto estava banhado em sangue. Nas cortinas da janela escrito com sangue se lia assim: "Não é só o papai que sabe escrever!".  


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