Derrubei os livros de Billy antes mesmo dele conseguir recolher os que ainda estavam no chão. Quando ele os recolheu derrubei novamente. Eu sabia que ele me odiava, eu sempre soube.
Era divertido passar a perna em Billy, eu o fiz acreditar que Raquel, a garota que ele gostava, estava a fim dele. Foi humilhante para ele, mas muito divertido para mim. Vê-lo sofrer me dava uma alegria imensa, fazia tudo parecer certo novamente. Então eu continuava, de novo e de novo.
Faz uns dois meses que perdi minha mãe, ela era a pessoa mais importante neste mundo para mim. A escola inteira me ajudou muito, foi nesta época que conheci o filho do policial aposentado, Billy. Tinha alguns anos a mais que eu, mas não a mesma classe. Por isso atormenta-lo era o mais correto a se fazer. Usava óculos, andava desajeitado, era um cara de poucos amigos e isto não me surpreendia em nada.
Billy vomitou, ele havia acabado de comer, e tinha comido muito, o chacoalhei no corredor da escola, o resultado foi lindo, todos me aplaudiram. Billy escorregou e finalizou o nosso espetáculo esfregando sua cara no próprio vômito.
Esse era o esperado de alguém como ele, não sei como não havia feito isso antes, já fazia dias que Billy não aparecia na escola. Soube que ele havia brigado com um garoto mais novo na hora do intervalo. Eu não estava lá na hora, não pude ver como aconteceu, mas como já era de se esperar, nada do que ele fazia me surpreendia.
Escondi a mochila de Billy dentro do vaso no banheiro, ele a encontrou e correu para sua casa, só queria poder ver sua cara quando soubesse que dentro dela havia mais merda do que já tinha antes. Novamente ele não apareceu por um tempo, e alguns amigos meus disseram que desta vez eu tinha ido longe demais, mas sei que o resto da escola não pensa assim, todos amam ver Billy chorar.
Já se passaram três semanas e nada de Billy aparecer, eu que nunca havia sentido sua falta, já estava me preocupando, talvez eu tenha ido um tanto longe demais, mas quem se importa?
Billy apareceu, estava vestido de preto, usava uma touca e arrastava uma bolsa grande pelo corredor da escola. O primeiro a morrer foi o professor de matemática que sempre lhe deu notas baixas, Billy apontou sua pistola e o acertou na cabeça. Eu nunca tirei notas baixas.
O segundo que morreu foi Alex, meu melhor amigo, ele nunca gostou de Billy, já que sempre tinha que dar seu dinheiro para ele no intervalo, eu iria resolver isso, mas agora não tenho mais tempo.
Raquel foi baleada no coração, Billy estava querendo ser poético, ele não sabia que para conquistar uma garota teria que antes trata-la bem. Raquel sempre chorava quando Billy tentava beija-la a força. Não pude fazer nada para ajuda-la, ela morreu na mesma hora que caiu no chão.
Billy me encostou na parede, pediu para eu me ajoelhar diante da escola toda que nos estava assistindo, eu não consegui chorar. Só sentia raiva. Fechei meus olhos e lembrei da minha mãe que morreu quando entrou na frente de um carro para me salvar. Senti dois tiros na minha barriga e o terceiro seria na minha cabeça. Não me arrependo do que fiz com Billy, eu nunca deixaria alguém rir da mulher que tanto me amou e morreu por mim.
MINI CONTO #04
Levantei tarde da noite, pois ouvi meu filho gritando, corri desesperado até nosso corredor, o atravessei e desci as escadas com cuidado. Fui até a porta da cozinha e a destranquei. Corri para a rua pelos fundos da casa. Já me disseram para vendê-la, pois não é normal escutar os gritos do meu filho que já morreu.
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Não leia até o fim!
HorrorJá leu aquela história que te deixou arrepiado? Aquela que consumiu você durante várias noites e não te deixou dormir?! Estou falando daquela que quando você começa a ler não consegue parar, mas sabe que deveria. Este livro foi escrito para você, e...