Não leia até o fim!

Amigos demais

     – Meu nome é Bruna, mas todos me chamam de B. – A mulher me olhou de forma desconfortável, talvez por eu ter dito algo errado. Estávamos em uma loja, Gina e eu, a mulher havia perguntado meu nome para fazer o cadastro, e Gina dera risada, eu não entendi o por quê.

     Quando saímos da loja, Gina me contou que aquela atendente traia seu marido todos os dias, isso não era novidade para mim, mas eu não saio espalhando fofocas por ai, isso sempre foi especialidade de Gina, minha décima primeira melhor amiga.

     Eu não sou de me gabar, mas sempre que conheço alguém novo consigo fazer amizade facilmente, é como um dom, e eu o uso constantemente. Conheço tantas pessoas que às vezes fica difícil decidir com quem vou sair em determinados dias, pois o mal de ter tantos amigos é que você não pode sair com todos.

     Eduardo é um caso sério, o conheci de um jeito engraçado, eu estava sendo assaltada e ele me ajudou a escapar. Lhe devo minha vida, mas é uma pessoa meio descontrolada, não gosto de sair com ele, e meus outros amigos sempre me alertam sobre o que ele pode acabar fazendo, mas amizades tem seus riscos, e Eduardo, mesmo sendo o que é não deixa de ser importante para mim.

     A irmã de Eduardo é um tanto patricinha, gosta de se vestir como adolescente e trata todos com desprezo, mas como eu disse, não jogo fora nenhuma oportunidade de fazer amizade, e aos poucos fui conquistando sua confiança, hoje ela é minha amiga e só é legal comigo.

     Muitas vezes reúno alguns amigos para ir em algum lugar. Fomos a uma lanchonete na ultima vez que saímos juntos, em um grupo pequeno de cinco pessoas. Ficamos horas conversando e como Gina gostava de falar muito alto todos a nossa volta ficavam nos olhando, era irritante, pois ela falava coisas que não deveria, até ficava apontando para algumas pessoas e falando mal delas sem se preocupar. Nunca levo Eduardo e Gina para nenhum lugar juntos, pois ele não se daria muito bem com ela quando visse esse tipo de cena. Ellen pediu várias vezes para Gina calar a boca, mas quanto mais se implorava, mais Gina falava.

     A noite terminou com todos indo para casa com raiva, eu já havia falado com Gina sobre essas coisas e Ellen, que gosta de beber mais do que todos acabou batendo nela, o que me fez pensar em começar a selecionar melhor minhas amizades.

      Eu tenho um namorado, mas Gina não gosta dele, diz que é muito feio para mim, mas nunca achei que ele fosse feio. Ele é um amor de pessoa, sempre esta comigo, e como todos que conheço, ele também não gosta de Gina. Marcos é tudo o que eu queria em um namorado, eu o considero perfeito.

     Gina me contou um segredo, e isso me abalou muito, mas entendi o porquê ela é como é. Minha amiga gosta de garotas e me disse que sempre teve uma quedinha por mim, o que me fez sentir um pouco de preocupação, pois como vou sair com ela sabendo de tudo isso?

     Amo todos os meus amigos, mas existe uma em especial que para mim é a melhor pessoa de todas, ela não é ruim como Gisele, não é fofoqueira como Gina e nem descontrolada como Eduardo, e posso garantir que nunca bebeu como Ellen faz todos os dias.

     A garota mais interessante é Bruna, esta eu posso afirmar que tem várias qualidades, é bonita e genial, mas existe um único defeito que muitas pessoas não gostam nela, eu não entendo o motivo, pois para mim ela é perfeita, não conheço ninguém que consegue fazer tantas amizades como ela faz. Eu entendo que pessoas como Bruna são vista de forma ruim, mas não me importo com isso, pois todo mundo às vezes finge ter amigos e fala sozinho.

MINI CONTO #09

     Era tarde, já estava na hora de voltar pra casa, então foi o que fiz. Caminhei sozinha e quando estava na metade do caminho meu celular vibrou, era uma mensagem. Ignorei, pois tinha pressa, e aumentei a velocidade.

     Cheguei no portão já exausta, pois vim o mais rápido que pude. Olhei ao redor e percebi que todos ainda estavam dormindo, então decidi me deitar, a terra estava fria, minha mãe mandou outra mensagem e ignorei novamente. acredito que estou morta, e ninguém vai me convencer do contrário, então abraço a terra do cemitério, e durmo feliz, pois me sinto em casa.

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