Capítulo 1

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Era uma tarde do dia 25 de fevereiro de 2011, eu tinha lá os meus quinze anos de idade, apesar de nova eu era uma menina muito levada, romântica, não aparentava ter a idade que tinha. Morava em um condomínio de luxo no interior de São Paulo. Eu era filha única e consequentemente a única herdeira das milhares de empresas dos meus pais, eram empresas grandes e internacionais que ia de maquiagem a industria.

A pergunta que eu mais recebia era sem duvidas nenhuma "por que o interior de SP? Por que essa cidadezinha?" Quer saber? Nem eu sei, vim parar aqui quando tinha meus 5 anos de idade, conheci minhas duas melhores amigas e nunca mais voltei para Nova Iorque, meus pais me deixaram sobre os cuidados de babas em uma casa comprada por eles. Desde pequena já decidindo o que ia fazer foi um motivo de orgulho para o meu pai.

Mas, vamos ao que interessa....

Lembro como se fosse hoje quando o encontrei pela primeira vez, um sorriso largo, um olhar curioso e os cabelos loiros. Ele era o Guilherme, o cara que fazia o meu coração bater trilhões de vezes mais rapido.

Lembro-me de ter chegado ao pet shop e visto ele, suas iris verdes me encontraram, curiosas, pareciam querer saber mais de mim do que eu poderia realmente contar.

-Oi- comecei- sou Aline - os meus olhos estavam presos nos dele e eu era incapaz quebrar qualquer  contato.

- Oi, sou Guilherme em que posso ajuda-lá? - ele abriu aquele sorriso traveso para mim, imediatamente amei aquelas rugas que se formavam em baixo dos seus olhos, ele parecia ser mais velho do que eu, uns seis ou sete anos. Talvez.

- Eu vim trazer o bob para um banho - falei sorrindo e olhando para o meu amado cãozinho (e por essa descoberta, mais amado ainda).

Guilherme imediatamente se abaixou e pegou o bob em seus braços, fazia algumas brincadeiras e falava algumas coisas com ele que eu não me importei em ouvir.

- Bob? - Guilherme agora olhava pra mim com curiosidade.

- A eu estava sem criatividade vai - nós dois rimos um pouco, gostosamente e sinceramente.

- Tudo bem senhora sem criatividade, vai demorar uma hora, mas você pode ficar aqui me fazendo companhia e me contando que seu outro cachorro provavelmente se chama Marley.

- Eu adoraria ficar e te contar que não tenho mais animais, só que preciso dar uma saída (talvez pra ver se eu ainda consigo respirar), volto em uma hora, cuida bem dele.

- Tudo bem então, até logo.

Andei mais depressa do que o normal, encontrar a porta da saída foi um alivio para mim, nunca havia sentido algo assim, maldito traidor esse meu corpo.

Os meus planos envolviam sentar e esperar ate que bob estivesse pronto, mas depois desse acontecimento eu só preciso de um banho de água fria e alguns tapas na cara. Eu não sabia o que estava acontecendo com o meu coração que batia forte e acelerado dentro de mim.

Aproveitei que o pet shop era no centro da pequena cidadezinha e fui visitar a minha loja de roupas favorita. Comprei algumas novas tendencias, encontrei uma colega, almocei e finalmente voltei ao lugar onde meu filme de terror começara. Aqueles olhos verdes poderiam ser uma tortura as vezes.

Encontrei meu cachorro todo feliz com uma gravata borboleta na cor azul. Bob veio correndo em minha direção, ainda era filhote, mas ficaria maior que eu daqui a alguns meses.

- Esse é um cachorro muito levado - um arrepio tomou conta do meu corpo, aquela voz era tão recentemente conhecida, mas, eu tenho a estranha sensação de que conheço a anos.

- Ele é um pouco difícil de lidar, com um tempo a gente acostuma. Esse jeito todo estabanado dele que me faz ser cada dia mais apaixonada - consegui ver aquele mar verde brilhando de admiração, sentindo o meu rosto queimar voltei a minha atenção para o meu cachorro.

- Como não se apaixonar - Enquanto ele falava aquilo olhava atentamente para mim, parecia extremamente fascinado em cada movimento meu.

- Bom, acho que precisamos ir - falei já me levantando - vou passar ali no caixa, foi um prazer conhece-lo senhor sorriso bobo.

- O prazer foi todo meu senhora sem criatividade, e a proposito, nós buscamos e levamos o seu animal em casa, toma aqui o meu cartão caso você precise.

- Claro, muito bom saber, me poupa de gastar em roupas - nós rimos mais um pouco e eu dei um ultimo adeus, olhando aquele verde tão estranhamente conhecido, tão estranhamente apaixonante.

Cheguei em casa exausta e confusa, a minha tarde havia sido uma caixinha de surpresas que recebia o nome de "Guilherme" e era o dono do verde mais lindo que eu já vi na vida, meu estomago estava revirando de ansiedade e toda vez que eu dava alguma brecha meus pensamentos me levavam até ele.

Me joguei no sofá com o celular em mãos, não dava para ficar quieta, precisava contar para alguém, ou para elas. Minhas duas melhores amigas, Luana e Andressa, estavam comigo desde que me entendo por gente, por amor a elas eu fiquei, elas são a minha família.

"Meninas?"

"Oi?" Luana foi quem respondeu primeiro e cinco minutos depois foi a vez da Andressa.

"Diga."

E então eu contei, era estranho falar de alguém sem conhecer esse alguém, eu apenas sentia que precisava falar.

"Loiro, olhos verdes e um sorriso encantador? Aline, se ele não tiver namorada ele com certeza é gay."

Andressa, como sempre sendo super otimista.

"Não fala assim Andressa, ele não é gay, não sei eu apenas não pensei em nada, só queria contar para vocês."

"Nós sabemos, você é um livro aberto, e você precisa tirar uma foto dele escondida, eu estou curiosa" - Luana foi quem se pronunciou dessa vez.

"Vou tentar, agora estou indo beijos"

"Beijos."

"Beijão"

Joguei o celular do outro lado do sofá, agora me sentia decepcionada, são tantas as perguntas que eu não sei as resposta e se ele tiver mesmo uma namorada?

E foi assim o fatídico dia em que o conheci, lindo e sereno, esse era o Guilherme.

O meu Guilherme.

Dono Do Verde (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora