1 ano antes

77 11 30
                                    

É engraçado como as pessoas se encontram, algumas se apaixonam a primeira vista. Já esses dois, eles se odiaram a primeira vista, é um caso claro de Orgulho e Preconceito.

Alice, garota tímida, esbarra em Alan com um enorme copo de vitamina, (e eu sei que isso é muito clichê, mas foi assim que aconteceu) Alan ficou tão irritado que não conseguiu olhar em seu rosto.

- Sua idiota! -ele grita e dá um empurrão em Alice.

- Me descul... -ela tenta dizer, mas ele faz uma expressão áspera.

- Não olha por onde anda? -ele pergunta olhando para o próprio umbigo (não literalmente, é que ele é um grande idiota medíocre).

A verdade é que a vitamina que Alice levava naquela noite não era para ela e sim para uma criança que estava quase à morrer de fome e agora estava toda nas roupas caras de Alan.

Na verdade Alice não sabia quem era Alan, ela só sabia que tinha feito uma grande besteira e que aquele homem olhava para ela com tamanho desprezo que a fazia ter um sentimento de ódio crescendo no fundo de seu peito. Sentimento que ela desprezava e não queria ter por ninguém.

Talvez você duvide, mas ela realmente desprezava tal sentimento.

- Johnny, vocês têm que dar um jeito nisso! -Alan diz como uma ordem, seu olhar e jeito de falar expressam ódio - Vá embora!

Ela não diz nada, ela só queria evitar de dizer todas as palavras feias que vagavam em sua mente.

Se o que tem à dizer não faz bem, cale-se!

Apesar de todas as palavras feias o que dominou-a nesse minuto foi essa frase que ecoava em sua mente.

O homem irritado deu um jeito no seu terno chique, Alice seguiu para o cachorro quente da esquina, conseguiu que o homem lhe desse um desconto e pagou com o dinheiro que guardava para comer no dia seguinte.

- Olá senhor! -Alice entra no abrigo.

- Olá Alice, como vai menina? -ele pergunta olhando para ela.

- Eu vou bem, pra quem é o cachorro quente? -Ele aponta para o cachorro quente em minha mão.

- É para Daniel, boa noite! -ela diz e sai da vista do senhor.

Ela anda em meio as pessoas que já dormem, quando ela avista Daniel o vê dormindo ao lado de sua mãe.

Alice se abaixa ao lado de Daniel, cutuca seu ombro. Sua mãe acorda e olha para Alice.

- O que faz aqui, Alice? -ela pergunta sonolenta.

- Eu trouxe comida para Daniel, senhora! -ela responde e continua cutucando Daniel - Vamos Daniel, acorda!

- Eu deixei que ele dormisse para evitar que tivesse fome... -A mulher se senta ao lado do pequeno garoto que dorme.

- Daniel, eu te trouxe um cachorro quente bem grande e recheado! -Alice balança o ombro do garoto.

- Mãe, eu... Eu estou sentindo um cheiro bom, de onde vem? -O menino boceja.

- Daniel, não quer comer? -Alice pergunta chacoalhando o menino.

- Comer, Alice? -Ele me olha e então dá um sorriso.

- Sim, comer, Daniel! -Alice o ajuda a se sentar - Bom, metade pra você e metade para sua mãe!

- Você não ia trazer uma vitamina? -ele pergunta.

- Sim, mas vitaminas são caras... -ela responde com a voz calma.

Alice ocultou a verdade, não queria contar sobre o acontecido, mas a verdade é que não conseguiria comprar mais uma vitamina com o pouco dinheiro que tinha.

- Mas, também são nutritivas! -ele responde.

- Pare com isso, Daniel! -ela repreende o menino.

Alice parte o cachorro quente no meio, entrega-o e sai.

Quando chega perto de sua cama vê que está ocupada, um senhor de idade dorme tranquilamente.

Ela olha em volta e vê tudo ocupado, no chão há espaço, mas a noite é fria demais. Mesmo assim Alice se deita no chão, pega um cobertor em sua mochila e dorme ali.

Festa de inauguração da Mansão de Alan Thompson (mesmo horário)

Pessoas comem e bebem tranquilamente, Alan cumprimenta todos os convidados e bebe com eles (agora já com um novo terno).

- Alan, como conseguiu tudo isso? -um homem pergunta.

- Com muito esforço -ele faz uma pausa -, brincadeira! Não houve esforço!

Alan ri e os homens na mesa também, todos se conhecem desde pequenos e estudaram na mesma escola, e quase todos na mesma faculdade.

Sabe aquele grupo de garotos inseparáveis? Eram eles, Alan era o piadista bonito, rico e cheio de seu próprio ego.

Nesses casos só uma rasteira minha resolve; eu sou o que chamam de vida, como quando dizem: a vida tá difícil... Essas coisas!

A dracma da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora