19/08 de 2018

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P.O.V's Alan

Depois de tanto tentar novos empregos eu desisti.

Eu olhei para aquela droga de despensa onde toda a comida que eu tinha se acabava, na minha carteira a situação não era diferente. Na minha mente tudo parecia perdido, a que ponto eu cheguei.

Continuei olhando para a droga do teto cinza durante quase uma hora, me levantei e fui tomar um banho. Ainda não era hora de desistir.

Eu senti a água quente caindo sobre os meus ombros então deixei que a água caísse sobre o meu rosto, a temperatura da água me lembrou de uma coisa, um momento, um gesto, alguém...

Era como se pudesse sentir outra vez os lábios dela sob os meus, me lembro do seu calor e ao mesmo tempo como tinha o sabor de menta no final do beijo. Então eu caio na real, passo as mãos sobre os cabelos e abro os olhos. 

Termino o meu banho e pego minha toalha, olho para o espelho embaçado, continuo me secando. Visto algo apresentável, pego uma pasta com os documentos e saio.

Ando pelas ruas movimentadas de NY, entrego alguns currículos e continuo a andar, em uma das empresas vejo um homem dizer algo e apontar para um dos currículos que entreguei e vejo o outro amassando o papel e jogando no lixo.

Fico pensativo sobre o que vi. Apenas continuo.

P.O.V's Alice

Eu me sentei de frente o computador, na cabeça não havia uma ideia de como começar aquele trabbalho. Eu sabia que passaria a tarde ali, era tarde demais para desistir? Acho que a pergunta correta é se eu deveria pensar em desistir. 

O celular vibra ao lado do computador. Olho para a tela, era uma mensagem de Lissa.

Olhe pela janela 

Me levanto e me inclino para frente. Vejo que a hora passou e eu não percebi o sol já estava se pondo. Vejo a garota de regata e calças rasgadas pular e acenar de frente a janela.

- O que faz aqui, Lissa? -pergunto olhando para a loira animada em minha frente, ela sorria radiante.

- Vim ver você... -ela responde sorrindo ainda mais.

- Por que não bateu na porta? -pergunto arqueando as sobrancelhas.

- É muito convencional, eu queria mesmo era te surpreender. -ela me olha com os olhos brilhantes.

- Conseguiu! -eu dou um  sorriso largo para ela.

- Me ajuda a subir- ela pede, eu faço que não com a cabeça- Por favor...

- Lissa, eu tenho porta! -respondo preguiçosa. 

Lissa estende a mão me forçando a ajudá-la de um jeito ou de outro. Ela sobe rapidamente e se senta na janela com os pés sob parte da mesa.

- Alice, o que está fazendo? -ela pergunta curiosa.

- Um dos trabalhos finais do semestre.

- Chega pra lá eu posso te ajudar. -ela diz descendo, seus pés tocam o chão e ela se senta ao meu lado.

Lissa faz algumas perguntas e é como se a minha mente se iluminasse. Eu digito as palavras que fluem como em uma mágica e ao final todo o texto parece brilhante quando ela lê em voz alta.

Sua voz é doce, seu cheiro é amadeirado, ela se virou e eu olhei dentro dos seus olhos castanhos.

O telefone toca logo após isso, atendo e escuto tudo que a voz diz do outro lado da linha.

E em um momento, tudo que parecia certo e normal desaparece, tudo evapora.

A dracma da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora