22 de fevereiro de 2017

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Alan e Alice não se viram durante um mês, talvez o cupido tenha admitido que eu estava certo.

Alice está saindo com um cara há uma semana e estão quase em um relacionamento.

Seu pai superou o aborto de Alice, porém pouco falava com ela.
Alice por sua vez insistia como uma boa filha, sua mãe a carregava no colo e queria sempre que a filha tivesse tudo que desejasse.

— Tenha um bom dia, Alice! —Maria beija a testa dela.

— O mesmo para a, Dona Maria! —Alice sai rumo ao restaurante.

Caminha lentamente pensando em Carlos, ele era um bom rapaz e agradava Alice em tudo, mas no fundo ela se sentia vazia.

Alice se perde no meio de seus pensamentos e acaba passando direto pelo restaurante, ela para e pensa um pouco.

Alguém esbarra em Alice, ela olha para cima para saber quem é e leva um grande susto.

— Alice, Alice, seguindo o coelho? — Alan diz irônico.

— Na verdade acho que me perdi... —ela morde o lábio inferior confusa, olha a seu redor.

— Depende, se estava me procurando não está tão perdida assim! —ele ajeita sua gravata de forma orgulhosa.

— Você não tem nada à me oferecer, por que procuraria o senhor? —Alice pergunta ainda olhando em sua volta.

— Então, boa sorte! —ele responde sentindo seu orgulho sangrar.

— Para o senhor também! —Alice avista o restaurante e sai correndo.

Alan odeia o jeito como Alice reage à ele, mas odeia ainda mais sua pressa e jeito desastrado, perdido.

Indústrias Clarke

Alan estava indo para sua primeira entrevista de emprego. Ele vai até a empresa e quando as perguntas começam a ser feitas ele fica com a imagem da garota que ele menos queria ver, tenta afastar suas palavras, na sua mente vem a imagem de Alice mordendo o lábio de forma confusa.

Ele começa a ficar nervoso, olha para o relógio a cada minuto, olha para os quadros nas paredes do escritório, em cada pintura vê o rosto de Alice. Cada pensamento que vem à sua mente envolve a mesma garota. Ele bate um dos pés apressado e nervoso, ansioso.

Não roer as unhas começa a se tornar algo impossível, mas ele se segura.

— O senhor está bem? —a mulher sentada em sua frente pergunta olhando-o totalmente curiosa.

Por um segundo ele pensa ver Alice, passa os dedos nos olhos e apenas assente com um movimento.

— Aqui diz que já foi presidente das Indústrias Thompson... —ela diz apontando para o papel em sua mesa, Alan assente — Por que deixou de ser?

— Motivos pessoais... —Alan mente, afinal, ele não poderia dizer que a empresa estava a entrar em um processo de falência.

— O emprego é seu... —a mulher responde.

Alan sai da empresa animado, mas intrigado com a garota que não saía de sua mente. Ele passa pelo restaurante e a vê atender as pessoas com um enorme sorriso.

Ela o vê pela vitrine e faz cara feia.
Alan sorri e resolve entrar para provocá-la, ele se senta em uma das mesas totalmente tranquilo.

Alice mostra para um de seus colegas a mesa à ser atendida.

— Você devia atender, ele está olhando para você! —Julia diz se virando para Alice.

— Eu não quero! —Alice sai de perto de Julia e vai para as outras mesas.

A dracma da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora