25 de Abril de 2017

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Alice se levantou arrastada da cama.

Depois daquela noite ela não queria levantar, ela finalmente se tocou de que não aconteceria o que ela pensou.

Alice teve uma ideia, ela estava decidida.

Se vestiu e desceu.

Olhar nos olhos de Alan naquele momento não a fez estremecer, como faria antes. Ela simplesmente lhe disse: "Bom dia".

Alan olhou para ela tão confuso, ele já não tinha aquele olhar confiante. Antes ele poderia fazer qualquer coisa, hoje não. Ele percebeu que algo mudou, se assustou, ele queria poder saber porque isso aconteceu, mas já tinha em mente o que levou à essa mudança repentina.

Alice entrou em um táxi, foi para a empresa de Himineu.
Ela estava preparada.

Entrou no prédio e esperou o elevador. Ela não estava com medo de dizer o que estava em sua garganta há muito tempo, mas que só agora ela conseguia dizer.

Assim que o elevador abriu as portas ela andou a passos largos até a porta do escritório de Himineu.

Ela bateu na porta sutilmente, com calma. A determinação estava em seu olhar, então isso assustou Himineu assim que a viu quando abriu a porta.

— Precisa de algo, Alice?

— Eu devo te informar sobre algo. —ela disse dando um passo para dentro do escritório— Eu decidi uma coisa e achei que o senhor deveria saber.

— O que você decidiu?

— Eu vou me mudar. —ela foi curta e reta— Para o Canadá...

— Por que fora daqui?—ele olhou para ela totalmente confuso.

— Eu preciso, te agradeço por tudo, por confiar em mim, mas preciso ir. —ela disse se virando para sair.

— E como fica Alan?

— Eu não sei o que ele irá fazer, ele volte para o apartamento dele. —Ela se virou para responder.

Himineu não perguntou mais nada.

— E vou parar a faculdade. —ela disse.

Então ele voltou a olhar para ela.

— O senhor não precisa se preocupar comigo... —Ela deu um sorriso confortante.

Ele assentiu.

— Você tem meu telefone caso precise, dê notícias. Eu posso te ajudar sempre que precisar. —ele disse se aproximando.

O homem um tanto baixo a abraçou, ele gostava de Alice. Ela era como uma filha que ele havia perdido. Era difícil deixá-la partir assim.

Alice esvaziou sua mesa no trabalho. Foi até a faculdade e fez tudo o que precisava fazer.

Pietro a viu perdida pelos corredores e se aproximou.

— O que faz aqui fora? A aula já começou. —ele disse segurando sua mão para levá-la para a sala, ela parou abruptadamente— Ora, Alice! O que há?

— Eu sei que a aula começou, Pietro.

— Então vamos! —Ele voltou a segurar sua mão.

—Eu vou morar no Canadá! —ela disse rapidamente como se isso fosse uma bomba.

— Canadá?—Pietro parou, olhou em seu rosto sem entender— O que aconteceu?

— Nada, eu quero ir.—ela respondeu simples.

— Certeza? —ele perguntou, ele queria escutar um não, ele realmente queria— Isso é por mim, Alice?

— Não tem nada haver com você, eu só quero ir e eu vou. —ela disse com o olhar de despedida.

— Você não pode ir! —ele disse entrando em desespero.

— Eu posso, eu vou, Pietro, nada me prende aqui! —ela respondeu decidida.

— Alice... —ele resmungou— Eu sabia que faria isso.

— O que eu diz? —ela perguntou confusa.

— Eu sabia que você iria embora, eu pedi para que meu coração se acalmasse, mas foi sempre tão difícil com você! —ele disse em voz baixa, parecia estar explodindo.

— Nunca te disse que ficaria.

— Mesmo se tivesse dito... Eu sabia, isso sempre acontece.

— Pietro, não existia nada entre nós. —ela respondeu de uma vez.
Pietro se virou e saiu.

Não havia outro jeito de terminar isso, pessoas sairiam magoadas.

Alice foi para casa. Ela iria dar a notícia explosiva de sua decisão à sua mãe.

Já se preparava durante o caminho, pensava no que ia falar, em como contaria.

Bateu na porta e entrou, sua mãe olhou para seu rosto e ela abriu um sorriso tímido para ela.

— O que há? —Maria perguntou assim que Alice se aproximou, ela soube por meio daquele sorriso que havia algo a mais.

— Eu vou me mudar... —Alice respondeu rapidamente, ela tinha medo do que sua mãe diria.

— Para onde?

— Canadá.

— É demasiado longe... —Maria disse desanimada.

— Não acho... —Alice disse beliscando a comida que Maria preparava.

— Eu sou tua mãe Alice, apesar de eu saber que você é dona da própria vontade ainda me importo. —ela disse parando o que estava a fazer— Não vou te impedir de ir, mesmo que seja para outro país, eu sentirei sua falta e me dói te deixar ir...

Alice suspirou.

Maria logo começaria a chorar, Alice não queria ver, já lhe doía o bastante saber que lhe causava sofrimento, mas olhar em seu rosto e vê-lo se molhar em lágrimas iria fazer doer ainda mais.

Alice a abraçou com força, e ficou ali por um tempo.

A dracma da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora