23 de abril de 2017

18 6 15
                                    

Alice se deita sobre a cama e Pietro se deita ao seu lado.

—As vezes eu queria fazer uma lavagem cerebral... —Alice diz depois de cinco minutos em que só se escutava o som de suas respirações.

— Pra quê? —Ele se vira para ela confuso.

— Pra esquecê-lo —Alice olha para o teto e o beijo de Alan fica em seus pensamentos —, talvez isso destruísse o sentimento dentro de mim.

— De quem estamos falando? —Pietro pergunta, ele estava aéreo.

— De Alan... Você não presta atenção em uma palavra que digo! —Ela revira os olhos.

Ele não responde, apenas continua pensando, ele queria uma solução para os problemas de Alice.

— Você já quis? —Alice pergunta se virando completamente para Pietro, que não responde— Pietro!!

— O que? —ele pergunta.

— Droga, Pietro!—Alice se levanta irritada passando as mãos no rosto.

— Eu não entendo você, Alice... —Pietro apenas se senta olhando Alice andar o aparelho de som que há em seu quarto.

Ela escolhe uma música, um clássico, ela dança no ritmo da música totalmente desajeitada, mas há certa graça em seus movimentos.

Pietro suspira, ele estava apaixonado e preso ali, talvez não pudesse chegar a ser mais que um amigo.

Alice aumenta o volume e se senta na poltrona já acomodada fecha os olhos.
Pietro se deixa ser levado pela boa música e fecha os olhos.

Maria entra no quarto para pedir para que abaixassem a música, mas os vê quietos e sai.

Alan entra em casa e vê Maria descer as escadas, ela faz sinal de silêncio.

— O que está acontecendo? —Alan pergunta olhando para ela.

— Alice e Pietro...—ela diz com a voz baixa.

Alan suspira irritado.
Sobe as escadas com sua bolsa nas costas, olha para a porta fechada do quarto de Alice e reflete sobre entrar ou não. Escuta a música que alta dentro do quarto e passa direto.

Ele entra no quarto e joga sua mochila ali, continua escutando a música do quarto ao lado.

Encosta-se na parede para tentar escutar o que se passa do outro lado, cheio de curiosidade. Escuta longos suspiros e decide que era hora de ir até lá.

Ele para diante da porta e olha para ela por alguns segundos, então bate na porta e logo entra.

— Isso está muito alto! —ele desliga e olha para os dois que estavam agora deitados na cama.

— Você não pode entrar no meu quarto! —Alice diz sem ao menos se lembrar da pessoa com quem estava a falar.

— Você não pode me atrapalhar... Estava tentando dormir! —Alan diz se aproximando de Alice que se levanta e o olha nos olhos.

Alice caminha até o som e o liga ainda mais alto.

Alan desliga dando um olhar provocativo para ela.

— Você é um idiota infantil... —Alice crispa os lábios enquanto fala e dilata as narinas, o que mostra irrita Alan.

Alan abre a boca para dizer algo.

— Gente... —Pietro diz olhando para os dois, já de pé.

— Não se mete! —Alice aponta para Pietro que olha para ela confuso.

— Vou pra casa.—Pietro se levanta e sai.

Nem Alice nem Alan olham para ele, ele não diz mais nada.

Alice e Alan se encaram como se pudessem cortar suas cabeças.

Maria passa pela porta e vê os dois parados, olha para os punhos cerrados de Alice e vê que não é o momento para dizer algo.
Ela vai embora, Alan fecha a porta e liga a música.

— O que quer? —Alice pergunta olhando para Alan.

Alan se aproxima de Alice olhando em seus olhos, ela tenta desviar o olhar para os lado, mas ele sempre encontra seu olhar.

— Você é irritante Alice! —ele aumenta o volume ainda mais.

Alice acaba encontrando a parede atrás de si depois de andar de costas tentando fugir dele.

— Alan, vamos dormir... —Alice parece sentir seu coração pulsar na garganta— Eu não gosto dos seus joguinhos...

Ele cola seu corpo no de Alice, ela procura seus olhos, ela respira ofegante.

— Mas, eu gosto de jogar com você... — Ele beija o queixo de Alice e segura suas mãos.

Alice se entrega à ele nos primeiros minutos, ele para e toma ar. Beija seu pescoço e morde seu lábios.

— Para! —Alice diz enquanto as mãos de Alan começam a passear seu corpo.

Alice se desvencilha e vai até o som.

— Você não pensa na Julia? —Alice pergunta indignada.

— Por que pensaria nisso agora? —Alan se aproxima de Alice.

Ela abre a porta e aponta para fora sem pensar duas vezes.

P.O.V's Alice

Alan sabia como eu me sentia perto dele e eu não passava de um peão no jogo de xadrez onde ele era um rei sem rainha.
Onde ele era paciente o suficiente para dar apenas um passo de cada vez, um passo estratégico.
Mas, o problema é que parecia estar jogando contra mim.

Eu era sua Alice e ele o coelho branco que acabou me levando à esse mundo louco, eu tinha tudo planejado, estava tudo certo até que eu o segui.

A dracma da felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora