Prefácio

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Não sou um espírito doente, sou a doença do espírito. Um demônio conhecido como Imperatriz de Levron.

Tudo começou quando minha alma ainda pertencia a um corpo humano, em um tempo onde humanos podiam ter outros humanos como propriedade. Vivendo na existência de uma mulher medíocre, sem grandes aspirações sociais. Por uma infeliz coincidência, fui acusada de um crime que não cometi. Humilhada, abusada e escorraçada por pessoas estranhas e também pelas mais íntimas.

Depois de fugir para a cidade vizinha, cheguei na casa de um grande nobre que se afeiçoou a mim. Então, o destino ofereceu uma oportunidade de ascender socialmente. Caminhei do inferno ao paraíso, ainda em vida. Nomeada Imperatriz, retornei a minha cidade e tive a chance de reencontrar aqueles que me traíram e... Perdoa-los? Depois de tudo que fizeram? Isso seria uma demonstração consistente de ascensão espiritual. A final, nenhum outro gesto é capaz de superar a sublime nobreza do perdão. Porém, tendo consciência da nobreza do perdão, como poderia um nobre espírito exercer tal gesto sem enxergar-se superior aos seus algozes? Sim, a legitimidade do perdão é inquestionável, assim como também é inegável a consciência de superioridade do espírito que o pratica: "Perdoai, eles não sabem o que fazem". Não, eu seria incapaz de tamanha arrogância. Vinguei-me de cada um, sem qualquer tipo de escrúpulo ou hesitação. Usei todo ouro que possuía, até não restar moeda alguma, deixando a carne igualar-se, em miséria, ao espírito.

Após morrer, fui condenada ao inferno. Mas sempre tive sorte com nobres. Lúcifer, o príncipe da luz, me transformou em um demônio muito poderoso, convivendo entre os principais monarcas do inferno. O monarca soberano tinha um plano para mim e ordenou que me empossasse do corpo de uma garota com a alma perdida.

E foi assim que voltei a sentir o peso da carne...

E foi assim que voltei a sentir o peso da carne

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A Imperatriz de LevronOnde histórias criam vida. Descubra agora