Que Droga, Stoll!

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Ele estava conseguindo! Quase no topo! Vamos, Travis, você consegue!

Um escorregão. A queda.

Não foi dessa vez que Travis Stoll subiu ao topo da parede de escalada.

- Ah! - Gritou ao sentir o impacto, caindo sobre o braço direito. - Socorro!

- Droga, Travis! - Connor virou o rosto na hora em que viu a fratura exposta, aquilo era nojento! - Quíron! Quíron! - O centauro chegou trotando e abriu espaço entre os campistas que viam o filho de Hermes se retorcer no chão e chorar de dor, próximos dele apenas dois filhos de Apolo tentavam mover seu braço, tirando ainda mais lágrimas de seu rosto. E uma filha de Deméter, a pequena Katie Gardner, que, de olhos fechados para não ver o ferimento, acariciava seus cabelos e sussurrava que tudo ficaria bem.

O centauro afastou os curiosos e numa maca levaram o Stoll para a enfermaria, onde espalharam gases ensopadas em néctar pelo braço do rapaz.

- Katie, pode dar ambrosia para ele? - A garotinha assentiu correndo até o armário e pegando com uma concha uma boa porção do alimento divino pondo em uma tigela, pescou uma colher de um pote na estante de carvalho e tentava dar colheres da comida, mas Travis tinha os dentes cerrados de dor e sua mão tremia de nervosismo.

- Stoll! Abra a boca! - Sua voz fina não ajudava nara ela demonstrar-se brava. - Quíron, ele não quer comer! - Estava apavorada, era muito sangue naquelas gases!

- Acalme-se, Katie, ele só está com dor, dê aos poucos. - O centauro conseguia rir com Travis naquele estado?

- Mas isso vai tirar a dor! - Agora dirigiu-se ao menino que suava frio. - Travis Stoll ou você abre essa boca ou vou quebrar todos os seus dentes pra fazer essa ambrosia entrar aí! - Quíron riu trocando as gases, fazendo Travis soltar um grito, que foi abafado com a colher generosa de ambrosia que Katie depositou guela abaixo. - Obrigada, Quíron.

- Travis, come isso! - Agora era mais Connor para o coro da preocupação.

- Acho melhor comer tudo, rapazinho, seu irmão e Katie não parecem dispostos a te deixar descansar. - Acariciou os cabelos do pequeno e dos outros dois saíndo da enfermaria.

- Vamos, Trav, coma... - Katie largara a colher no prato e acariciava os cabelos suados do menino, que arfava.

- Dói... - Gemeu.

- Eu sei, mas você tem que comer isso, pra melhorar! - Ela enfiou mais uma colherada pela boca dele, que resmungou de dor. - Connor, ajeite i travesseiro dele. - O pequeno fez isso, mas estava verde pela quantidade de sangue. - Pode ir lá fora, eu cuido dele. - Mas Katie também não conseguia olhar para o ferimento, tinha sangue e algo... Verde?

- Kay... - Falou com os olhos quase fechando.

- Eu sei, você me odeia, se você morrer não é pra mexer nas suas coisas. Stoll, você diz isso toda vez que corta o dedo. - Ele riu fraco e a sua cabeça tombou antes de dormir.

Katie fez um muxoxo, era muito pequena pra tudo isso, todo esse sangue e... o negócio verde. Ela tinha só oito anos! Mas já se comportava como uma adulta rabugenta, de acordo com o Stoll. Abriu a boca dele com a colher jogando mais ambrosia lá dentro. Ele teria que melhorar, nem que pra isso ela precisasse dar toda a ambrosia do acampamento pra ele.

Suspirou e olhou para o rosto adormecido do pequeno, ele podia ser insuportavelmente irritante, mas ainda era seu amigo. Seu único e melhor amigo.

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