Uma Visita Inesperada
De olhos bem abertos, deitado na cama, ele tentava esquecer o ocorrido, como ele queria que isso fosse apenas um pesadelo, ao qual acordaria e estaria tudo bem. Mas não era.
Queria ele poder voltar no passado, ficar mais tempo com Carol, ajudá-la, lhe entregar pela última vez amoras, sua fruta favorita.
Há dias ele ficara ali, em seu quarto. Os pesadelos vinham de todas a formas, ele tinha que simplesmente fechar os olhos, e pronto, mesmo acordado, o dia de tormenta começara.
Tudo isso era o resultado do seu próprio medo, a sua dor, realmente tudo lhe deixara assim, tenso.
Faltava apenas dois dias para a sua festa, e ele realmente não tinha ânimo de comemoração, embora seu pai não lhe deu opção de poder escolher ou não fazê-la, além do mais Daisy estava à chegar por agora.
Daisy, uma linda e rica donzela, ao qual Alexander escolhera para seu primogênito, mais a questão é, Chris realmente queria ela?
Ele levantou-se, e foi até a janela e a abriu. Ficou olhando para o nada, um som veio da porta, alguém batera.
- Chris, já levantou meu querido? - Joanne perguntou, depois do acontecido, ela aparecera todas as manhãs, no almoço e na hora do jantar, para ver como seu filho estava, sempre trazendo uma bandeja com comida. - Filho você não vai querer tomar seu café, ou sair, ver o céu? - Ela até tentava, mais já era tarde.
Ela desceu às escadas, e passou pelo vão que havia do mesmo lado da escada, que levara à uma enorme sala de jantar.
Ela puxou uma cadeira, e sentou-se.
Alexander veio para seu lado.
- Ele não comeu não é mesmo? Ainda fico me perguntando porque você se importa tanto...
- Para Alex! Ele é o meu filho, e diferente de você eu me preocupo com ele. Nem sei porque você está agindo assim, isso porquê alguém despedaçou o seu coração não é mesmo, e agora você está em ruínas. - Berrou ela, levantando-se e colocando as duas palmas de suas mãos sobre a mesa.
Um estalo ecoou pela copa.
- Segura essa sua língua Joanne. - Disse Alexander, após lhe aplicar uma bofetada, que a deixou cabisbaixa. - Meu Deus, me desculpe amor, mas você sabe que não devia me irritar. Joanne olhe para mim!
Com um rosto marcado e os olhos cheios de lágrimas ela levantara a cabeça.
- Pelo o que sobrou da minha dignidade, eu peço para me retirar.
- Joanne, venha aqui. - Disse ele a abraçando, que cortou o abraço e saiu da sala de jantar e subiu rapidamente a escada e foi para seu quarto que ficara ao lado leste da casa.
Chris a viu passar chorando. Não era a primeira vez que acontecera, as marcas já não doiam mais, as feridas já se cicatrizaram com o passar do tempo.
A raiva já tomava conta de Chris, como ele queria poder agir contra seu pai, porém ele já fizera isso, e não foi muito feliz. A única coisa que pudera fazer era correr, e esquecer tudo o que acontecera, e fora isso que ele fez. Passou pela porta, olhou mais uma vez para a cabana dos Pierce's, e virou-se, caminhando para o muro.
Chegando na rocha deitou-se e ficou ali por horas, até adormecer.
"Todos chorando em redor de Logan, Chris então soltou sua mãe, fora até a cabana, e pôde vê-la, pela última vez."
Ele acordou assustado e suando, mais uma vez teve o mesmo pesadelo que o atormentava à dias.
- Boa noite, enfim acordou. - Chris levantou, olhou para o lado e a viu. Bea estava ali, e pelo visto à um certo tempo.
- Boa, o que você está fazendo aqui? - Perguntou ele, secando seu suor.
- À dias venho para cá, encontrar você, estava até achando que os boatos eram verdadeiros.
- Estão criando até boatos sobre a minha pessoa. E quais seriam eles?
- Bom - Ela veio até a rocha, sentou-se e tirou o capuz - Que você não saía mais, parecia até com uma fera, com barbas e unhas grandes - Ela sorriu, na esperança de que ele retribuisse, mais não foi bem isso o que aconteceu. Talvez não era uma boa hora para se fazer piadas.
- Bea, você sabia que quando perdemos uma pessoas próxima, as lembranças que você tem dela se tornam dolorosas?
- Minha vó, sempre me disse que quando perdemos alguém, ela vai para um plano diferente do nosso..
- Já sei, coisas da igreja - Cortou ele revirando os olhos.
- Enfim, as pessoas ficam ali mesmo - ela apontara para o céu - Cada estrela é uma pessoa que partiu desse mundo.
- Porque estrelas?
Ela deitou-se, olhando - Porque elas não se foram, simplesmente estão cuidando de nós lá de cima. - Confortável essas palavras, deixou ele pensativo.
Chris ficou olhando, e pôde ver uma única estrela separada das demais com um brilho intenso.
- Princesa, o seu brilho vai me guiar. - Disse ele bem baixinho, não tão baixo o suficiente para que Bea não ouvisse, e acabara de olhar para ele, que voltou o olhar.
- Bea, venha à minha comemoração?
Ela ficou surpresa, nunca tinha recebido um convite assim antes, não tinha nem palavras para responder.
- Chris, acho melhor não..
- Porque não? - Interrompeu ele.
- A maioria dos aldeões estarão lá, e eles não gostam muito de mim.
- isso não é desculpa, eu gosto - ele arregalou os olhos, e pensou rápido. - Além do mais você será a minha convidada de honra, e não quero ouvir um não como resposta.
- Nossa, está me convocando pra guerra? - Eles riram.
- Quase isso, posso te esperar amanhã? Sem bolos?
Ela riu, olhou pra ele - Bom, se é assim, não posso negar não é mesmo?
Essa conversa foi boa para ele, que estava passando por um momento muito difícil, entretanto todos que iriam na festa concordariam com a presença de uma bruxa?
Passando pelo jardim notou que tinha uma carruagem com dois cavalos brancos parada em frente à mansão, um mordomo que o encarou tirava algumas malas de dentro.
Ele então entrou em casa.
- Você deve ser o Chris, prazer, sou a Daisy. - Uma garota ruiva de olhos esverdeados e de vestido amarelo babado estendeu sua mão com luvas de renda.
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The Beast - A Fera
WerewolfE se tudo o que você conhecesse mudasse de uma hora para outra. Uma fera incontrolável transbordando terror por onde passa, se escondendo em meio à uma densa floresta. E se a fera realmente não quisesse fazer nada disso, agindo por instinto, até co...