CAP III

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Chris acordou bem cedo, porém não levantou da cama, ficara olhando para o cortinado e pensando no que acontecera no dia anterior. Ele ficou feliz em poder conversar com a garota, aquela linda garota que chamara a sua atenção, não só pelo seu lindo sorriso mas também pelo o que ela dissera, ela não podia ser uma bruxa, podia?
Quais seriam as chances de Chris começar a sentir atração por ela, um feitiço?
Bem, isso poderia mudar tudo né, além do mais ela era única, e isso poderia ser uma vantagem ou até mesmo um prejuízo.
Ele levantou-se, seu quarto era quadrado, e havia espaço de sobra, mesmo com todos os  móveis ali. A cama era centralizada na parede do lado leste, ao seus pés havia uma arca, um imenso guarda-roupas ficava em frente a cama, e ao norte ficara uma enorme janela, com belas cortinas em seda de cor clara.
Ele usava um pijama branco de seda com mangas e pernas largas. Foi até a janela e a abriu, um feixe de luz iluminou o quarto, ele apertou bem os olhos, por segundos ficara cedo.
Quando conseguiu abrir os olhos, pôde ver alguém se aproximando do portão, era Logan, que o abriu e deixou uma senhora e um rapaz entrar, ela usava um vestido rosa, com babados, o senhor tinha um traje despojado e tinha em suas mãos uma caixa grande de forma retangular.
Chris reconheceu tais pessoas, eram a Sra. Virginia e Tomas Monroe, e fora se aprontar, para esse dia que acabara de começar.
                              
 

                                         . . .

Com botas pretas até o joelho, calça branca e uma blusa de seda da cor azul, ele descera pela escada que ficava grudada na parede oeste do saguão da casa, ela tinha a forma de um cê, seus corrimões eram emadeirados e bem lustrados.
O saguão era enorme, contudo havia apenas uma escada e uma pequena e redonda mesa central, na ala sul apenas uma imensa vidraça cobria toda a parede, com cortinas no tom vermelho sangue. E ao norte, uma porta central, onde se aposentavam os Monroe's, à espera de Chris:
- Oi, oi, chegaram cedo. - Disse Chris.
- Precisamos terminar, você tem seis dias para aprender. - Disse a Sra. Virginia, com seu tom de voz doce.
- Bem, então acho melhor começarmos de uma vez, hoje estou com a agenda lotada..
- De afazeres variados ao qual você realmente deveria se preocupar. - Cortou, um senhor de cebelos pretos que apareceu pelo vão que tinha na parede, do mesmo lado da escada. Chris já conhecera esse tom rude de seu pai.
Alexander, com traje de gala, e um olhar amedrontador.
- Bom dia, senhor. - Chris caminhou em direção à mesa.
- Bom dia Sr. Mason. - Cumprimentaram os Monroe's.
- Bom dia Virginia, Tom, e esse ensaio sai ou não? - Interrogou.
- Sim. Claro que sim, Chris está se saindo muito bem, agora só falta ele pegar o final da dança. - Disse Virginia indo até Chris.
- Espero que sim.
- Sr. Mason, estou criando um ritmo único para a festa, será a principal para o baile. - Disse Tom.
- Isso sim, uma boa notícia até agora não é mesmo? - Perguntou Alexander, Tom afirmou com a cabeça. - E você Chris, já resolveu com quem vai bailar? Que tal a Daisy?
Seriam duas perguntas ofensivas? Ou ele realmente queria ajudar, na pior das opções, Chris escolhera uma terceira, ao qual ele preferiu esconder, e então olhou para ele.
- Digamos que eu prefiro deixar em segredo. - Chris se saiu bem, mas não havia convidado ninguém, contudo tinha uma garota em sua mente.
- Isso é o que veremos. Caso queiram algo, deixo claro que estarei em meus aposentos. - Disse Alexander arrogantemente, subindo as escadas.
Os olhares se voltaram para Chris que olhava para seu pai.
- Então. Podemos começar? - Perguntou Virginia.
Tom se ajoelhou colocando a caixa no chão e a abriu, de lá ele tirou uma viola de fundo plano, tampo abaulado com seis cordas finas, porém longas e menos tensas que as de um violino, que contém apenas quatro.
Virginia se posicionou ao lado leste da mesa, Tom colocara a viola presa entre suas coxas e começara a tocar uma música lenta, Chris que estava ao lado da escada estendeu-se a sua mão esquerda para Virginia, que imediatamente a pegou, os passos eram lentos, porém ele ainda se complicara na última parte, ao qual a moça passa sua perna por entre as dele,  entretanto no caso dele, a moça estava mais para senhora.
E assim eles bailaram, e bailaram por horas, Tom tocara a mesma música por quase duzentos e quarenta minutos seguidos, o cansaço já aparecia em seu rosto, seus braços e dedos doiam, porém ainda estava animado para continuar. Seu pai lhe ensinara a tocar viola quando era apenas uma criança, e essa era a única lembrança que ele tinha dele. Um dia ensolarado na beirada do riacho que passara em frente à sua casa, uma viola velha sem sua sexta corda e seu velho. E se ele soubesse que aquela seria a última vez em que ele estaria com seu pai, tudo seria diferente?
O alto som dos sinos da igreja ecoaram o hall de entrada da mansão, a tarde chegou e o ensaio já havia terminado, e o almoço servido, Chris estava tão cansado, que resolveu se banhar, seu repouso fora a banheira, ao qual ele ficara deitado refletindo. Em momentos de intervalos ele
fechava seus olhos e se cobria sob a água.
Cerca de vinte e poucos minutos depois ele aparecera no casebre dos Pierce's, a porta estava aberta, por quais circunstâncias? Havia acontecido algo?
Ele então bateu com sua mão direita na porta, uma sombra vindo da cozinha veio em sua direção, era a Darcy, a mãe de Carol.
- Chris, é você. - Disse ela, seu rosto fino parecia muito com o de sua pequena filha, seus cabelos presos em formato de coque e de cor marrom, seus olhos, tudo, realmente tudo parecia com Carol, até o sorriso, Chris pode notar.
- A Carol está aqui? - Uma pergunta meio cretina não é mesmo, à dias ela não saía de casa, e disso ele sabia.
- Sim, ela está deitada no sofá. - Acenou em direção, e se virou tão rápido que nem deu chances para ele se agradecer ou até mesmo se despedir.
Ele fora até ela, e a viu deitada sob duas colchas, com seus pequenos olhos fechados, sim estava dormindo. Entretanto ele passou a mão por seu rosto, sentiu mais uma vez a sua temperatura, como fazia todas as manhãs, ela suava frio e estava quente, mais quente que da última vez que ele estivera ali.
- Minha princesa, vai ficar tudo bem. - Sussurrou ele abaixando-se no ouvido de Carol, em seguida deu um beijo em sua testa, e saiu, fechando a porta da cabana, seguia em direção à rachadura da parede.
Deitando-se na mesma rocha do dia anterior, ele ficava olhando para as copas das árvores, vendo como o vento balançava as folhas lentamente, pensativo com a situação de Carol, ele queria realmente ajudar mas não sabia como.
Estava tão preocupado e desatento que nem notou o tempo passar e o bolo que levara, então levantou-se e deu uma olhada para o litoral, e pôde ver o pôr do sol, já começara a anoitecer.
E assim ele resolveu voltar, passando pela rachadura ele notou um certo alvoroço em  frente à mansão, as pessoas estavam em círculo, entre eles estavam seus pais, os Monroe's e uma pessoa, na verdade um homem, todos de pé. Essa quinta pessoa usava vestes brancas, ele se destacava das demais, pelo cor da roupa.
Chris apressou o passo, e quando chegou perto do círculo, notou-se que todos estavam em volta de Logan, que estava ajoelhado, em prantos.
- Porquê!? A minha menina, minha garotinha!! - Ele gritava segurando seu peito, com tanta força que parecia que iria arrancá-lo.
- Acalme-se. - Dizia todos ao seu redor, quando..
- Fiquem com ele, eu irei ver como está a Darcy. Não o deixe sozinho. - Falou o senhor de branco, que olhou para trás. - Chris.
Nessa hora Joanne olhara também, ela chorava, assim como todo mundo, e foi em direção à Chris, e o abraçou-lhe.
- Meu filho. - Disse ela em seu ouvido.
Chris mal entendia algo, assustado viu o boticário sumir à sua frente, entrando no casebre.
Chris ficou estático, e não se ouvia mais nada, apenas ficou observando tudo o que acontecera, aquelas palavras ditas por Logan, todos ali chorando, e Jason, indo até a casa dos Pierce's.
Havia algo de errado ali e Chris sabia o que era, o pior acontecera.

The Beast - A FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora