Entre Espaço e Tempo

Capitulo Um

Devo ter tido outro pesadelo. Acordei com dor de cabeça, como sempre. Minha roupa e meu lençol estavam encharcados de suor, percebi que estava chorando quando senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.

Sempre tive esses pesadelos, mas ultimamente eles tem se tornado mais frequentes. Mas o pior, é que quando acordo não me lembro de nada.

Fui ao banheiro, joguei água fria no rosto e tomei uma pílula para a dor de cabeça. Fechei os olhos tentando controlar minha respiração, olhei para o espelho, meus olhos castanhos estavam pequenos e meu cabelo estava desgrenhado com ondas loiro platinado arrepiando para todos os lados. Meu rosto, mais pálido que o normal.

Fui para a varanda e levei meus fones de ouvido. Olhei as horas, 6h38, faltavam 17 minutos para o meu despertador tocar. Me sentei na poltrona, que antes era da minha mãe, e coloquei os fones.

Observei o nascer do sol ao som de musicas tropicais. As ondas do mar dançavam sob o sol que tingia o céu em um degradê laranja, rosa e azul. Um espetáculo que via todas as manhas, mas que jamais perdera seu encanto.

Uma típica manhã de verão em Blue Hills.

Fechei os olhos e deixei meus pensamentos fluírem pela minha mente.

Muitas coisas aconteceram em muito pouco tempo. Pra mim a escola sempre foi um pesadelo, mas nesses últimos meses ela foi meu meio de refúgio. Eu acordava cedo e passava o dia todo apenas com os pensamentos voltados nos estudos. Alguns professores pensaram que eu estava entrando em depressão apenas por que durante os intervalos eu me isolava na biblioteca e mergulhava nos livros. Ou porque eu evitava diálogos com qualquer ser vivo, e quando eu era forçada a me comunicar com alguém eu trocava seus olhos pelos seus sapatos.

Quando me formei, fui obrigada a encarar a realidade e me conformar com um mundo sem a pessoa que eu mais amava.