Capítulo 1: Como tudo começou

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Notas da Autora

Deixem seus comentários pra eu saber se estão gostando de verdade.

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Jung Hoseok

Sabe quando você sente aquela sensação de que algo está prestes a acontecer? Que aquele dia tem um clima diferente de todos os outros e que você deve se preparar para alguma coisa que você ainda não sabe o que é? Eu senti. Não consigo entender o que me fez pensar que, caso eu colocasse meu pé no chão frio que havia logo abaixo, eu estaria dando o passo inicial para que algo importante acontecesse, mas de alguma forma, ignorei aqueles sentimentos e fiz. Mal sabia eu que, antes mesmo de nascer, aquela data estava predestinada para ser o dia em que te conheceria.

Não vou mentir para você que eu senti uma preguiça enorme de me levantar. Cogitei diversas vezes fingir que não havia ouvido a carinhosa voz de minha mãe na porta minutos atrás me acordando, mas a mochila arrumada e o terno da farda muito bem passado em cima da mesinha me lembraram de todo o sacrifício feito por minha mãe para me dar condições de estudar no melhor colégio da cidade. Apesar de nossas condições não serem das melhores, minha mãe nunca poupava quando o assunto era a minha educação. O pouco que tirava dos trabalhos que fazia como costureira, ela aplicava em seu sonho de me ver formado em medicina. Por minha vez, eu a agradecia me esforçando e sendo um dos melhores alunos de toda a escola.

Quando cheguei à cozinha, já devidamente fardado, a mesa já estava posta e minha mãe já estava sentada me esperando para tomar o nosso café da manhã. Aproximei-me dela e me curvei para dar um beijo em sua testa como um desejo de bom dia, me juntando a ela logo após. Como sempre, Dona SunHi me respondeu com o seu jeito amoroso e doce que só ela tem.

- Hoseok, meu filho, se for possível, eu precisava que você passasse naquele armazém próximo ao seu colégio para comprar algumas coisinhas que acabaram. Além disso, eu terminei ontem a encomenda do Sr. TaeHwang. Você poderia me fazer o favor de, depois da aula, passar em sua casa para entregá-la?

- Claro, mãe! Passo sim. Mas eu achei que a senhora só terminaria perto do fim de semana. Não me diga que a senhora continuou trabalhando depois que eu fui dormir... – Dei uma pausa e observei sua expressão de quem aprontou algo. – Dona SunHi! Eu não acredito! – Disse com um tom de quem tinha sido contrariado e coloquei a mão na cintura fingindo indignação. Em resposta, ela apenas riu da minha expressão de descrença. Ela sabia muito bem que eu não gostava de vê-la trabalhando dias e noites sem nenhum descanso.

- Eu me esforcei pra terminar logo. Você sabe como aquela gente é. Quer tudo pra ontem. Então mesmo depois de você ter ido dormir, continuei. E nem faça essa cara, Hoseok, apesar de tudo, eles são excelentes clientes, não posso correr o risco de perdê-los.

- E eu? Eu que não quero correr o risco de perdê-la, mãe. A senhora já passou mal por não descansar direito e me desespera saber que isso pode voltar a acontecer.

Ela me olhou com um olhar ainda mais doce do que o habitual, sorriu e segurou em minha mão. Após isso, levantou a sua outra mão e passou delicadamente em meu rosto.

- Você não irá me perder, meu filho. Eu ainda vou estar aqui com você por muito tempo. Mas não vamos falar disso. Me conte sobre como estão suas expectativas para seu primeiro dia de aula.

Sorri e falei que estava nervoso, eu sabia que o penúltimo ano não seria nada fácil, mas ia continuar me esforçando como sempre fazia. Continuamos o nosso café da manhã e acabamos conversando sobre vários outros assuntos. Apesar de todas as dificuldades, a felicidade nunca faltava naquele lar.

Ao sair de casa, percebi uma movimentação estranha na mansão do Sr. Kim que morava no final da rua. Tinha ouvido falar que seu filho mais novo iria regressar da Inglaterra, local no qual morou por quase toda a sua vida. Por serem considerados como a "família real" da cidade, tudo que os envolvia virava notícia. Os Kim eram de longe a família mais rica de toda Daegu. Havia quem dissesse que aquele sobrenome era influente até mesmo fora do estado, onde também tinham vários negócios e aliados. Toda essa riqueza era fruto da empresa de café da família, a qual hoje era administrada pelo todo poderoso Kim TaeHwang

Assim que cruzei o portão do colégio, visualizei Jin e Yoongi, amigos de infância meus. Éramos acostumados a brincar juntos desde que me entendo por gente. Acabamos crescendo muito próximos e estávamos envolvidos em quase todas as histórias que pertencia a um de nós três.

Os cumprimentei e ficamos conversando sobre a viagem para Seul que o Yoongi havia feito. Sempre senti vontade de visitar a capital, mas por não ter como, isso permaneceu como um sonho por muito tempo.

O dia no colégio passou devagar. Tivemos uma palestra de acolhida logo no primeiro horário para explicar pela 20ª vez como a escola funcionava e por ser um dos melhores alunos, fui convidado a ler um discurso de boas-vindas. Acontece que ainda não contei que não sou um dos alunos mais queridos naquela escola, apesar disso ser um pouco obvio. Eu, um dos garotos mais pobres da cidade, dividia o mesmo espaço que os herdeiros de grandes fortunas. Posso lembrar muito bem de todas as piadinhas e todos os insultos preconceituosos que ouvi durante todo o meu ensino fundamental e médio. No início me deixei atingir pelo o que ouvia, perdi as contas de todas as vezes que voltei para casa chorando implorando pelo abraço de minha mãe, mas depois de um tempo, acabei por preferir ignorar.

Ao subir ao palco, logo ouvi coisas como "olha, ele conseguiu continuar aqui por mais um ano!" vindo de Jimin, o filho mais velho do Sr. Kim, o qual arrancou algumas risadas da platéia. Como resposta, apenas olhei para o meu papel e segui meu caminho até o palanque. Jin e Yoongi me olharam fazendo sinais de que estava tudo bem e que tudo daria certo, e eu senti a confiança que precisava para começar a falar.

Após isso, nada demais aconteceu. O sinal anunciando o final de aula tocou e eu me despedi dos meus amigos. Antes de ir embora, fui à biblioteca para pegar alguns livros que o professor havia comentado em sala. Pensei em deixar para fazer isso no dia seguinte, mas preferi não adiar e ir logo.

Um pouco depois de ter saído da escola, já no caminho do armazém, comecei a sentir pingos de chuva molhando meus ombros. Já estava crente que aqueles sentimentos que senti ao acordar eram me avisando o dia péssimo que eu teria que enfrentar. Me amaldiçoei diversas vezes por ter feito a escolha de colocar meu pé para fora da cama. Meus xingamentos a mim mesmo só pioraram ainda mais quando percebi que havia tirado meu guarda-chuva e colocado em meu armário da escola por achar que não precisaria dele.

Acontece que foi ai que o destino começou a cumprir o seu papel na minha vida. Eu nunca acreditei em destino e essas bobagens, mas toda a cadeia de acontecimentos até o momento me provou que tudo aconteceu por um motivo especial. Se a minha mãe não tivesse me pedido a ir naquele armazém comprar seu material, eu não estaria agora nessa rua. Se eu não tivesse ido à biblioteca naquele dia, eu não teria pegado aquela chuva torrencial que começou a cair. Se eu não houvesse deixado meu guarda-chuva dentro do armário da escola, eu não teria nunca entrado na cafeteria que tem na esquina da rua na qual eu estava. E se eu não estivesse naquela cafeteria naquele exato minuto, Taehyung, eu nunca teria te conhecido. E a nossa linda história, que agora te conto, poderia nunca existir.

Notas Finais

Oi meus amores.

Esse é o primeiro Capítulo dessa fanfic que estou reescrevendo com os meninos, então tem umas coisinhas que tenho que deixar claro.

Jin é mais novo que o Hoseok, Jimin é irmão do Taehyung e todos eles moram em Daegu, só o que tenho que falar nesse primeiro capítulo.

Então é isso, encontro voces lá embaixo nos comentários.

Beijos.

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