Six

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Jones's

Arrumei meu cabelo no espelho grande do banheiro enquanto a mulher se vestia, dei lhe as costas e sai do banheiro. Michel, Ethan, Joana e creio Isadora já tinham ido embora, mas eu sinto que a minha noite ainda não acabou, andei até o bar e pedi uma água pra molhar a boca.

- Hey! Licença! - gritou um dos 'garçons' pra mim, franzi a testa confuso e o segui até o centro da pista, onde uma mulher de cabelos castanhos escuros de vestido preto e um corpo escultural ameaçava tirar o vestido, enquanto gargalhava... Espera aí, essa mulher é a Isadora!

Confesso que o showzinho dela estava bem bom de assistir, mas eu não iria a deixar fazer isso quando está visivelmente bêbada. Andei com dificuldade entre o grupo de homens que a cercavam, assim que fiquei frente á frente com ela, ela me chamou com o dedo e eu fui.

- Vamos, acabou o seu show! - falei tentando puxa-la pelo pulso, mas foi em vão já que ela nem se mexeu e olha que ela estava bêbada. Tentei novamente, nada. - Ok, você quem pediu!

Agachei-me a abracei pelas pernas jogando-a por cima dos meus ombros, puxei seu vestido para baixo e saí do meio daquela multidão de tarados me xingando e Isadora me socando as costas.

Durante todo o caminho até estar fora da boate, Isadora foi se debatendo e me xingando. Assim que pisamos, quero dizer eu pisei fora da boate, coloquei Isadora no chão e percebi que ela deu uma leve cambaleada para o lado segurei-a pelo braço, mas ela logo puxou o mesmo para perto do seu corpo. Deu as costas pra mim e foi andando em direção a um ponto de táxi ali perto, seus passos eram dois pra frente e um pra trás, fora quando ela ia de um lado para outro como se fosse uma corda bomba.

A mulher estava completamente bêbada, céus! Bem, a vida é dela e eu vou cuidar da minha, estava dando as costas para ir para o estacionamento quando escuto um grito feminino e um praguejar, olhei por cima do ombro e notei Isadora caída no chão com as mãos em seu tornozelo direito chorando e rindo ao mesmo tempo.

Dei meia volta e caminhei apressadamente em sua direção, agachei-me até a sua altura e olhei o seu tornozelo que estava bastante inchado, ela ergueu o olhar cheio de lágrimas e me fitou. Isadora parecia uma menininha com três aninhos que havia caído e ralado o joelho e eu o seu pai, mas a realidade era diferente.

- Tá doendo muito? – perguntei fitando-a.

- Tá, muito! - ela fungou, e eu afastei suas mãos do tornozelo pra eu ver direito. Tirei seu sapato do pé e analisei o local que ela indicava, nem havia encostado direito quando ela gemeu.

- Vem, eu te levo pra casa, mas antes vamos passar no hospital... - assim que ela escutou hospital sair da minha boca, ela se encolheu toda e começou a negar com a cabeça.

- Hospital não, por favor! - Por ainda ter uma grande quantidade de álcool naquele corpinho, Isadora falava enrolada e prolongava algumas palavras.

- Tá bom! - e então ela suspirou e deu um leve sorriso, pedi pra ela tirar o outro sapato do pé e segurar o par nas mãos. Ajudei-a se levantar, e passei meu braço pela sua cintura enquanto ela me envolvia pelo pescoço. A cada passo que dávamos Isadora praguejava ou choramingava baixinho em sussurros até que cansei de vê-la sofrendo e passei meus braços pelas suas pernas levando-a no colo, pegando-a de surpresa.

Quando cheguei ao meu carro, deixei-a escorada na porta do passageiro enquanto a mesma cantava uma música infantil, destravei o alarme do meu R8, e ela se apoiou novamente em mim. Abri a porta e a deixei sentada no banco de carona, dei a volta e sentei-me no do motorista.

Os prédios e árvores passavam como borrões enquanto eu pegava a avenida principal, olhei para o lado e Isadora estava com a cabeça escorada no vidro observando a escuridão e as suas luzes. O tempo passou e estava quase chegando em casa, quando escutei um murmuro ao meu lado e foi aí que me lembrei dela, mesmo assim entrei no estacionamento e deixei o meu R8 na minha vaga.

- Isadora? - chamei a espera da sua resposta que não veio. - Isadora? -Cutuquei-a e nada, chacoalhei-a de leve e nenhum sinal. - Froncks, acorda!

- Uhm... - ela respondeu e suspirei.

- Como é o seu endereço? - perguntei pra ela que resmungou algo como:

- Me deixa dormir, tô com soninho... - ela prolongou tanto o 'i' de soninho que acabei por deduzir que ela poderia entrar em coma alcoólico, mas o bom é que eu não tinha o endereço da criatura.

De repente uma luzinha se acendeu na minha cabeça, cacei o celular e liguei para Ethan, um toque, dois, três e caixa postal. Merda, mil vezes MERDA! Grunhi furioso e a minha última salvação seria Michel, mas que logo confirmei ser fracassada.

Respirei profundamente e saí do carro, dei a volta e abri a porta do passageiro, com certa dificuldade consegui acordar Isadora e ela saiu do carro com a minha ajuda enquanto choramingava e ria, ria não gargalhava. Peguei seus sapatos e fechei a porta ativando o alarme, ofereci o meu apoio a ela que encostou a cabeça no meu ombro e se agarrou em mim. Sorri e não me pergunte o porquê de tal ato.

Assim que o elevador abriu as portas para a minha cobertura e fui dar um passo para frente, notei que Isadora estava mole em meus braços o que significava que ela havia dormindo novamente. Dorminhoca! Carreguei-a até o meu quarto e a coloquei deitada na cama, quando a mesma acordou de súbito colocando a mão na boca e se levantou mancando indo em direção ao banheiro, andei até a porta e ela estava sentada em frente à privada. Andei até ela e segurei o seu cabelo, mas o estrago já estava feito.

- Deu? - perguntei para ela que assentiu. Dei descarga e a levantei, abaixando a tampa do vaso e sentando-a na mesma. Olhei para o seu corpo e percebi que seu colo e parte do cabelo estavam com vomito, tentei limpar com água, mas não saiu tudo e ficava cada vez pior.

Decidi por dar um banho nela frio para ela acordar e também se limpar, puxei seu vestido para cima e a cada pedaço seu de pele que era revelado eu delirava, quando terminei de tirar o vestido eu jurei estar no céu ao notar a sua lingerie seduzente. Tirei meus sapatos e remanguei a calça. Guardei meus pensamentos maliciosos para outra hora e liguei o chuveiro no frio, coloquei a Isadora embaixo do mesmo e ela estremeceu parecendo ter acordado.

- Tá frio! - e tentava sair dos meus braços que a mantinham em baixo do chuveiro. - Me tira DAQUI!

- Não é pro seu bem! - ela deu mais umas fungadas e parou, a água foi levando a sujeira do seu corpo, mas não tudo o que me obrigou a colocar as mãos naquele lindo corpo. Engoli em seco e limpei rapidamente seu colo com sabão, peguei o shampoo e lavei o seu cabelo para logo após enxaguar seu corpo. Peguei uma toalha e a enrolei, deixando a sentada em cima da privada. Peguei uma blusa minha e uma cueca boxer nova pra ela, quando voltei ela estaca meio escorada na parede e rindo.

- Você consegue se trocar sozinha? - perguntei em seu ouvido e ela assentiu. Ainda bem. Entreguei a roupa pra ela ficando de costas pra ela em seguida e esperei.

- Ok. - escutei ela dizer, me virei e a peguei no colo deixando-a na cama. Minha blusa batia no meio das suas coxas, e a minha boxer ficou meio apertada pra ela pelo o que deu para perceber.

- Já volto! - falei para Isadora que me fitava, andei até o banheiro, troquei minhas vestes por um pijama e voltei pro quarto. Isadora tinha os olhos fechados, enchi um copo com água e cacei um comprido para dor de cabeça na minha carteira.

Andei até ela e acordei-a, entreguei o comprido pra ela que o tomou com água e fez uma cara feia, o que me rir, mas logo me conti. Peguei meu travesseiro e sussurrei para ela quando estava saindo do quarto:

- Boa Noite, Isa...

- Jones, Alexander... - Opa, Alexander? Gostei, meu nome fica lindo em sua doce voz. - Fica comigo? - E fez cara de choro.

- Tem certeza? - perguntei e ela fez um sinal de positivo com a mão, voltei para o quarto, desliguei a luz e me deitei ao seu lado, puxei a coberta em cima de nós e ela foi chegando cada vez mais perto até estar adormecida em meu peito. Sorri, como ela é linda!


Passado Contra FuturoOnde histórias criam vida. Descubra agora