Nineteen

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Meses depois

Narrador's

Felicidade. Essa palavra poderia resumir um dos sentimentos maiores que Isa e Alexander estavam sentindo. Depois de todo o passado que conturbava Isa e que a impedia de ser feliz, virou realmente passado, não existiam controvérsias pra ele voltar a tona, pois estava enterrado em um baú com sete chaves em um lugar que ninguém nunca iria saber. Mas é claro que nem tudo foram sós beijos e paixões, todo casal tem as suas brigas e as suas diferenças que no final se completam.

E hoje é o aniversário do decimo primeiro mês de vida de Abigail, nome que após muitas conversas e quase discussões foi descoberto e amado para assim ser o nome da filha. Gail, veio ao mundo com uma saúde de ferro e grandes olhos castanhos iguais os do pai, que não conseguiu conter a emoção e acabou chorando mais do que a mãe e o bebê recém-nascido.

Flashback on – A Chegada de Abigail

Froncks's

O dia amanheceu incrivelmente sem nuvens e ensolarado. Um chute nas minhas costelas me fez dar um suspiro, cada dia que passava Gail estava mais arteira e aprontando suas peripécias. O Alexander costumava brincar que se fosse um guri, quando crescesse seria um jogador de futebol e disso eu não iria duvidar. E mais um chute eu pude sentir, coloquei a mão na barriga e a acariciei, mas não adiantou.

Voltei a suspirar, me sentei na cama ficando com as costas escorada na cama e deslizei meus dedos pelos cabelos do Alexander, que ainda dormia tranquilamente, sereno. Minutos depois ele acordou se espreguiçando, todo fofo e isso abriu um sorriso em mim, de orelha a orelha.

- Ué, já acordada? – ele indagou com a sobrancelha levemente arqueada.

- Sua filha me acordou... – murmurei colocando as mãos na minha barriga ao sentir mais um chute.

- Pontual ela! – ele falou todo manhoso colocando a cabeça encostada na minha barriga.

- Ela gosta da sua voz... – sussurrei fazendo carinho em seu cabelo. – Ele fica calma, serena...

- Sério? – assenti com a cabeça e ele se pós a falar com a nossa princesa, Abigail.

***

Faz exatamente quinze minutos que o Alexander foi trabalhar e ele só foi porque tinha uma reunião importante, durante os outros dias ele ficava comigo em casa como um cão de guarda, tanto que nem me deixava respirar direito. Mas antes de ele ir ele teve que deixar todas as suas recomendações e me fazer prometer que iria ficar apenas deitada, e não levantar peso e todas as outras coisas já que eu estava na reta final da gravidez.

Sentei-me na cama me apoiando com as mãos e me levei até ficar com a coluna ereta na cabeceira, puxei a malinha da maternidade da Abigail que já estava pronta, mas como eu não tinha nada pra fazer eu ficava ajeitando-a. Pequeninhos sapatos, roupas para um pequenino ser que estava quase chegando me matando de ansiedade em ver o seu rosto pela primeira vez.

Uma dor na barriga me atingiu em cheio me fazendo arfar, mas logo passou, alcancei o celular e coloquei perto de mim já esperando por uma emergência de ultima hora, acariciei minha barriga protuberante e cantarolei uma música que o Alexander cantava para Gail.

- Se essa rua, se essa rua fosse minha eu mandava, eu mandava ladrilhar com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes para o meu, para o meu amor passar...

Mas aconteceu totalmente ao contrário, as dores, que agora eu constatei serem contrações, estavam cada vez mais perto e ritmadas, parei de cantar e respirei profundamente acreditando em ser um alarme falso.

- Amor, calma! – resmunguei pra Abigail que estava me deixando ser ar com a sua vontade de nascer, me levantei e outra contração me atingiu de cheio. Peguei o celular e liguei pro Alexander que atendeu no primeiro toque. – Chegou hora!

- O QUE? – ele gritou exasperado. – Mande a Gail esperar estou indo pra casa! Amaral...

Desliguei e me concentrei na minha respiração, logo Lice apareceu na porta radiante. Andou até ao meu lado e perguntou com a sua voz maternal:

- Como estão?

- Bem... – sussurrei fechando os olhos.

- O Alexander já esta vindo, ele pediu pra que fossemos para a garagem... – ela falou pegando as bolsas de cima da cama.

- Tenho que trocar de roupa... – falei me apoiando na cama enquanto ficava de pé. Lice pegou a minha muda de roupa, que já estava separada e me entregou saindo do quarto para que eu pudesse me trocar, em poucos minutos eu estava pronta e escutei uma batida na porta. – Entra!

- ISA! – o Alexander entrou gritando e quase que eu grito junto com uma contração horrível.

- Não grite! – murmurei, e ele assentiu com a cabeça se aproximando de mim e colocando a mão na minha barriga enquanto me dava um beijo na testa.

- Pronta? – assenti e então saímos do quarto. Lice entregou as bolsas pro Alexander e batemos rumo ao elevador, mas algo me parou e um liquido escorreu pelas minhas pernas.

- Acho que isso não é xixi... – murmurei olhando a poça de liquido que tinha se formado nos meus pés. Lice correu até nós e confirmou o que eu já esperava.

- A bolsa estourou! – ela falou eufórica e Alexander e eu arregalamos os olhos. – Vai nascer!

***

Os corredores do hospital eram brancos com detalhes em cores claras, as luzes do teto eram fortes, mas mais forte ainda eram as contrações que me faziam gritar e apertar os dedos do Alexander praticamente esmagando-os.

-Respire e empurre! – isso era o que eu mais escutava. – Está vindo outra, empurre!

- ARRGH! – grunhi entre dentes empurrando.

- Vai Isa, você consegue! – o Alexander falou me incentivando.

- Já estou vendo a cabeça dela, força Isa! – e veio outra contração me fazendo empurrar com força, e aí eu escutei um chorinho agudo preencher a sala me fazendo soltar a respiração e as lágrimas escorrerem pelos meus lábios.

- Alexander quer dar as honras? – escutei a voz da médica indagar.

- S-sim! – ele respondeu gaguejando, soltei a sua mão e ele sumiu por um tempinho.

- Quer ver a sua filha Isa? – apenas fiz um positivo com a mão. Logo após vi o Alexander todo sorridente enquanto ninava Gail, ele se aproximou de mim e me olhou sorrindo.

Colocou Gail em meus braços enquanto as lágrimas voltavam a inundar meus lábios, beijei sua pequenina mãozinha e senti o seu cheiro. Gail tinha poucos fios de cabelo escuros que contrastam com a sua pele branquinha, com os dedos pequeninhos. Uma princesa, a nossa princesa.

- É linda não é? – o Alexander murmurou enquanto dava um dedo pra ela que segurou, sorri e assenti com a cabeça encantada com a minha filha. E sim ele chorou mais do que eu ao vê-la.

Flashback off

Passado Contra FuturoOnde histórias criam vida. Descubra agora